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domingo, 5 de maio de 2013

Sábado de manhã

Sábado é dia de Muay Thai, assim como terça e quinta. Eu como sempre ando morrendo pela elíptica, com o olhar distraído entre os vidros que ocupam toda a fachada da academia e os meus colegas esforçados (ou nem tanto) nas esteiras. No princípio tive curiosidade  e até ponderei entrar na aula, logo eu que não gosto de aulas de grupo! Mas depois vi que aquilo se encheu de tal forma que os chutes tinham de ser dados com muito cuidado para não dar na bunda do colega da frente. O engraçado é observar as pessoas durante o aquecimento e depois na luta propriamente dita. As mulheres são evasivas, exitantes nos chutes e socos. Os rapazes são ansiosos por se mostrarem melhores que o seu adersário. Acho que esquecemos que apesar de tudo temos muito de animal irracional em nossos genes. E eles nos dizem que as mulheres não nasceram para lutar, nem tem reflexos para isto (salvo raras exceções), os homens tem músculos desenvolvidos e a rapidez necessária para derrubar outro oponente ou uma presa. Basta olhar para um grupo de adolescentes, no modo como passam grande parte do tempo a empurrarem-se para impressionar as meninas, em uma brincadeira de fingirem uma luta entre risos e palavrões. Como diria uma amiga "é mesmo que ver" os filhotes de leão ou qualquer outra espécie a treinar para futuros combates. 
Interessante é ver que ali não há raiva, mas mesmo não havendo raiva o olhar deles muda: ficam focados no adversário. Cada investida encontra uma resposta, uma defesa e posterior ataque. Cada olhar busca uma fraqueza, busca derrubar o outro no chão. De toda a turma, apenas um está avançado, ele é um homem muito feio, alto, cabelo cortado deixando o topo da cabeça mais comprido e tingido de loiro. É afoito, sabe que por enquanto é o melhor. Mas está no meio entre os outros alunos e o professor. Já as meninas estão parelhas, talvez ainda pelo medo de se machucarem, mesmo sabendo que estão todos devidamente protegidos com caneleiras e faixas. Entre elas, cada tentativa uma risada, pensam demais, analisam demais. Talvez a fulana devesse usar uma calça menos berrante ou um top maior...e...e...acabou o tempo. Próxima dupla, grita o professor.

domingo, 28 de abril de 2013

É tudo uma questão de roldanas

Quando estou entre séries fico a pensar em tantas coisas, entre as numerosas bobagens que me passam pela cabeça,  lembrei de olhar para o peso que estava levantando: 100 quilos. Uau quando pensei que ia levantar 100 quilos na vida? Claro que esperava não serem os MEUS 100 quilos. Neste mesmo exercício lá nos meus tempos áureos, levantava apenas a metade e agora como podia a recém estar (re)começando a treinar conseguir este feito?! Claro, a culpa é das roldanas. Quanto mais roldanas tiver, mais leve fica para levantar, oh que me serviram as aulas de física! Enquanto a maioria dos aparelhos antigos tem entre uma e duas, este tem quatro (dizem que é para evitar lesões musculares).
Ora então se me pusesse a levantar 100 quilos no duro, não ia conseguir, com uma roldana talvez fizesse uma série apenas e com quatro, aquilo ainda me parece leve, mas não quero abusar. A realidade é como estas barras numeradas, existe, posso tocar e tentar levantar, mas para isto, tudo vai depender da minha força, e também das roldanas que tenho disponíveis no momento. Acho engraçado quando gabam-se de dizer "verdades", ora ninguém consegue perceber a verdade porque ela não é mensurável por si mesma. Depende do nosso crivo pessoal, das nossas crenças, das nossas roldanas que vão fazer a minha perceção mais leve ou pesada no meu olhar sobre o outro. 
Acho muito educativo observar pessoas que gostam de dizer verdades. Pura e simplesmente porque quanto mais verdades elas dizem, mais revelam a sua fragilidade e os seus entraves sociais. Pessoas genuinamente  maduras nunca se ofendem se são chamadas de infantis. Pois que são maduras e maturidade implica em saber relevar muitas coisas e saber escolher as brigas que valem a pena enfrentar. Por outro lado, o que aponta o dedo revela muito mais de sua personalidade do que a sua suposta verdade sobre o outro. É por isto a célebre frase de Freud: quando Pedro fala de Paulo sei mais sobre Pedro que de Paulo. Penso mesmo que somos todos espelhos uns para os outros, portanto a verdade tão reclamada por estas pessoas, é tão e só a sua verdade e que serve para ela mesma, com tudo de bom e ruim que a sua própria imagem reflete.
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