sexta-feira, 24 de abril de 2015

Não basta ser mãe (tem que participar)

Nesta semana, enquanto passava as mãos nos cabelos castanhos do Fabian, encontrei uma bolinha branca. Parei e foquei o olhar enquanto minhas unhas deslizavam para tirá-la. Opa, mais uma. Mais outra! Para a claridade já! E foi assim que pipocaram brotando dos confins deste pequeno couro cabeludo, incontáveis bolinhas e piolhos, dezenas deles. O marido correu à farmácia e trouxe o que havia de melhor tipo o Vanish dos mata piolhos: oxy action multi piolho killer. Então tá. 
É claro que eu não esperava que sua infância passasse incólume a este mal, mas trazer para casa logo  uma colônia destas?! Enfim, fiz tudo o que estava ao meu alcance e fui dormir me coçando toda. É psicológico, dizia a mim, ninguém que tenha visto tantos piolhos de uma vez só,  vai ficar paradinha como se nada fosse. 
Até que no dia seguinte não resisti e virei-me para a única pessoa que podia me ajudar: o meu querido marido míope que não enxerga nem a minha celulite, que dirá mini piolhos nos meus cabelos compridos. Demorou meia hora para ele se resolver se o que eu tinha eram lêndeas ou caspa, mas infelizmente fui carimbada. Eu, burra velha, peguei piolho aos trinta anos de idade. 
E vai de loção, massageia-enxágua, massageia-enxágua. Tentei passar o pente fino e isto só fez o meu cabelo ficar elétrico. Crente de que já estavamos livres destes pequenos demônios, eis que vejo o Fabian coçar a cabeça e acho mais dois muito muito pequenos que devem ter vindo de alguns ovos que não consegui tirar. Corre o marido de novo para comprar outro mata piolhos e eu fico me lembrando da cara de despreocupada que a professora do Fabian fez quando foi avisada de que ele tinha pego piolho. "Ah, isto é assim agora". Pois, mas e se ninguém trata da cabeça dos seus filhos, ando eu aqui a pagar anti-piolhos para nada? Mais vale comprar um macaco destes, sai bem mais barato!


Pa pa pa paia pa papa pa paia


Tornei-me emigrante pelas circunstâncias do amor, diria. Nunca tive aquele bichinho que me impulsionasse para fora da minha zona de conforto: não passei fome, nem por qualquer experiência traumatizante, tal como assalto, sequestro, etc. Vontade de mudar ou mudar-me...nada. Foram emails e cartas e algumas visitas mais tarde que me deram a certeza de que não seria feliz se não fosse atrás dele. 
Meu caminho foi fácil, fiquei ilegal apenas um par de meses se muito, enquanto esperava impacientemente pelo reagrupamento familiar, pois a extensão do visto de turista tinha terminado. Digo que meu caminho foi fácil (embora tenha sido emocionalmente duro), comparado com tantas histórias que a gente vai sabendo por aí. Sentir medo quando a polícia vinha nunca fez parte da minha vida, assim como sair atrás de empregos mal remunerados, sujeitando-me a ser explorada, morar mal, às vezes com desconhecidos, trabalhar de dia para comer à noite...  Mas há quem sujeite-se a isto, seja por sonho de conhecer outros lugares, seja para juntar dinheiro e voltar, seja por desespero em que mesmo a situação mais precária é melhor do que a que estava habituado em seu país de origem.
Gostei deste filme porque é muito pé no chão, tira esta visão glamourizada que se tem de que viver fora é um paraíso e principalmente, aquele cinismo europeu de achar de que todo emigrante vem  para ficar nas costas dos contribuintes. 
E como francês é um eterno apaixonado pelo Brasil, ainda temos Jorge Ben na trilha sonora ao lado de Gilberto Gil, assim como um personagem "brasileiro" e Omar Sy representando "Samba", comme la musique. Tem como resistir? 


domingo, 19 de abril de 2015

Sonhos recorrentes

Sonho com casas que poderiam ser minhas. Nossas. Passo a mão por mobílias carcomidas, os retratos na parede são de desconhecidos. Ando por ruas que nunca vi, mas que as reconheço com dor, um aperto mastiga e me morde por dentro. Aquelas ruas estreitas, será que existem ou será que as invento de cada vez que o destino me dá às voltas? E que sou eu senão um fantasma à espera de uma nova casa para assombrar, já que não me é permitido ser feliz em lugar algum? 
"Sonho com casas que poderiam ser minhas", mas nunca serão...de ninguém.

domingo, 12 de abril de 2015

O problema das pessoas

É achar que me importo com os tempos que fizeram nas 445 maratonas que participam ao ano. (E sim, isto vale para os blogs também).


quinta-feira, 9 de abril de 2015

Fabionices

Mãe, é verdade que o vento é quando a nuvem dorme e sopra? Tipo o pai?
(Daria para fazer um livro com as teorias do Fabian sobre nuvens)


                                      *     *     *

Domingo de Páscoa ao avistar o ninho improvisado:
- Eu acho que o coelho comprou esse ovo no "mecado".


                                    *     *     *


Sobre os sapos que a professora levou hoje na sala de aula...

- Sabia que a metesse (maîtresse) tinha trois sapos na escola?
- Ah é? E como se chama sapo em francês?
- Jacaré...


quarta-feira, 8 de abril de 2015

O que eu entendo quando dizem que para perder peso basta comer um pouquinho de tudo:

O




Opa! Ainda bem que avisaram! E eu pensando que a minha vida seria agora um quadro de Giuseppe Arcimboldo: nabos, frutas e folhas everywhere...

ps: As imagens não tem photoshop, só mesmo uma baita paciência para fazer estas miniaturas.

O (mau) humor

Tenho andado irritada. Não é novidade que meu pavio sempre foi curto, que eu fervo em pouca água e que também faço tempestade em copo de água que já tinha antes fervido. Mas a dieta potencializou isso, juntou a fome com a obrigação de não comer porcaria e eu fiquei assim, sem o meu valium alimentício, prestes a explodir. Antes eu estava irritada porque comia e estava gorda. Agora estou assim porque não posso recorrer à comida cada vez que quero esmurrar alguém. E isto tem me passado pela cabeça muitas vezes. Frequentemente ouço-me dizer ao marido "que vontade de bater   no saco (de alguém)"! Mas como o doutor proibiu o boxe, não há nada que aplaque esta comichão neuro braçal. 
É por isto que odeio dietas e ah não me venham com aquela coisa de que é reeducação alimentar, porque se eu não posso comer o que quero, é dieta sim. Às vezes eu penso que se fosse bonito ser gordo se eu estaria nessa de comer grama. Se eu olhasse para um anúncio em que um modelo gordo raspa a barba pudesse ver ao invés da barriga seca, uma enorme e redonda; se na Vitória Secrets, gordas com asas desfilassem de lingerie; se no shopping, 90% das roupas nas lojas fossem do 44 para cima; se as reportagens dissessem cheias de promessa: veja como engordar 7kgs para o verão e estar linda na praia...Se cada vez que eu engordasse ouvisse um elogio: nossa, você engordou, o que você fez, quero fazer igual! Se cada vez que eu me vestisse para sair, os olhos do marido brilhassem admirando meus contornos. Se a gente ainda estivesse nos tempos das cavernas ou na loucura, na Idade Média até meados da Renascença, em que bem poderia posar com as minhas gordurinhas que todo o meu corpo seria arte. Eu não sei se ainda teria vontade de emagrecer. 
No entanto, mesmo que hoje fosse lindo ser gordo, não acredito que fosse fácil manter-se no padrão de beleza. Assim como algumas trocam para próteses de silicone cada vez maiores, assim como modelos esquálidas lutam para se manter a base de sucos detox, quem é gordo sabe dos efeitos físicos de às vezes sustentar duas pessoas em um corpo só. Quem é gordo, sabe que está gordo a cada passo que dá, pois que suas coxas raspam enquanto caminham, ou sabe porque senta-se e a primeira coisa que faz, é entrelaçar os braços à volta das dobras do estômago encontrando ali uma espécie de prateleira para descansá-los. Ou tentar cruzar as pernas e não conseguir, ou tentar ficar de pé muito tempo e sentir que fez uma maratona. Penso que em sã consciência ninguém gosta realmente de ser gordo, ainda mais hoje. As pessoas acostumam, se abandonam. 
Perdi cinco quilos e meio este mês, parece pouco, eu com certeza esperava o dobro. Mas foram cinco quilos a menos e não a mais, e agora ao invés de vinte e sete, me sobram vinte e dois. Olho no espelho e a minha cara ainda está redonda, ainda tenho celulite e minhas coxas ainda raspam quando caminho. Ah, e eu ainda tenho vontade de dar um soco em alguém. Todo o santo dia.

terça-feira, 7 de abril de 2015

Da serie: novelinha facebookiana

Minha cara de blefe lendo isto:




P-p-p-poker face, p-p-poker face...


Então a criatura coloca para quem quiser ler que mulher que teve mais do que três parceiros é uma porca. O detalhe é que há coisa de um ano e meio a mulher pediu-lhe o divórcio: ela ficou com os filhos e ele com a casa. A dor de cotovelo tá tão grande que esses dias saiu com esta de que senhoras eram as mães deles e que estas tais "porcas" que saem com um monte de homens seriam umas gajas velhas quando tiverem mais de cinquenta e que por conta deste comportamento promíscuo, jamais teriam dele o estatuto de "senhora". Pensei em duas coisas quando li estas barbaridades. Primeiro que se ele acha que traição ou sexo com mais do que três parceiros na vida foi inventado assim, tipo ontem, sabe de nada inocente. Sim, é verdade que hoje as coisas estão um pouco mais liberais e digo um pouco justamente por pessoas como ele que além de pensar, expõem seu preconceito travestido de opinião para quem quiser ver. Ficaria muito surpreso se soubesse que as tais senhorinhas mães dos macho men podem ter pulado a cerca ou terem tido muito mais diversão do que os ricos filhos imaginam (se assim foi, bem fizeram elas).
Segundo que fico imaginando o porquê do xingamento de um animal que chafurda valer apenas para um sexo, pois eu bem me lembro dele dizer que usava a academia para encontros e de ele ter me aliciado sem sucesso enquanto era cliente. Ele a traiu por anos, por décadas e depois tem o descaramento de chamar porca a ela principalmente, porque a ex não esta nem aí, sai com as amigas, se diverte. 
Depois vem chorar porque os filhos passam pouco tempo com ele e eu acho ótimo, que bom! Quanto menos tempo perto deste pulha, menos influenciado por estas idéias machistas. Só espero que a mãe saiba direcioná-los a uma educação mais tolerante.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

quarta-feira, 1 de abril de 2015

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