quinta-feira, 7 de maio de 2009



Mãe




eu às vezes posso não falar


tudo que sinto...


desculpa ter medo


de demonstrar minhas emoções


mãe...


estamos aprendendo ainda a ser amigas


estamos aprendendo a ser pessoas melhores


a nos apoiar e perdoar


Estamos a cada dia aprendendo a amar


nos conhecendo melhor.


Não importa o que passou


Eu te escolhi para ser a minha mãe neste mundo


E tu eras justamente o que eu necessitava


Desculpa muitas vezes te ter feito chorar,


não ter sido a filha que idealizaste.


Desculpa ter feito outras escolhas,


mas eu tenho que aprender pelos meus próprios pés


o meu caminho...


Aos poucos vamos nos tornando mais adultos


e passamos a nos responsabilizar pelos nossos atos


E eu entendo o quanto é difícil


tu assistires as dificuldades que enfrento


e não estar ao alcance de um abraço.


Mãe eu sei


que sentes essa distância


mas pensa que nunca fomos tão próximas quanto agora.


Mãe


é um papel neste momento


e agora eu sei que antes de ser mãe


também somos irmãs num plano Maior de Deus


Obrigada por ter naquele momento


dito sim a minha vinda!


Obrigada mãe!


O livro que mudou a minha vida


Não, eu não estou ganhando nada para fazer propaganda do livro. Há muito tempo queria escrever sobre isso, mas sempre tinha uma coisa, preguiça ou falta de inspiração ou os dois. Sempre acreditei que somos responsáveis por cada fato que acontece na nossa vida, somos herdeiros de nós mesmos. Isto mesmo, nada de culpar a genética pelos culotes, ou pela feiúra, por ser muito alto, pelas rugas aparecerem mais cedo que pensávamos.

Se temos tendência para engordar ou emagrecer isso já está escrito no nosso código genético desde que que fomos concebidos, mas nem isto acontece por acaso. Se me contentasse com essa explicação como ficaria a resposta a que muitos corpos deformados tenham vindo ao mundo sendo que quem ganha a corrida é o espermatozóide mais capaz e a gravidez viável é cuidadosamente selecionada pela natureza? Não, eu não me contento com essas respostas porque no fim de tudo, da ciência, chegamos ao acaso. E não acredito em acaso. Em tudo há uma ordem tão perfeita que não me é possível crer no vazio.

Mas eu ficava pensando e as doenças então? Hoje inclusive os médicos sabem que muitas doenças são ditas somáticas, ou seja de fundo emocional. E o que abriu as portas para as doenças emocionais é o tão famoso stress. Ele é o causador de muitas indisposições, dores de cabeça, gastrites, dores nas costas. Porque hoje o mundo anda maluco não? Todo mundo estressado, com pressa para chegar a lugar algum, como se a pressa fosse um subterfúgio para a ansiedade de não se ter objetivos nem prazer na vida. Como se...hum hum.

Então mais uma vez colocamos a culpa no mundo estressante em que vivemos. Ao responsabilizarmos algo exterior a nós, tiramos o nosso próprio arbítrio e baixamos os braços para o que não podemos mudar, senão conformarmos com o que temos ou somos.

Então eu categorizava as doenças assim: as somáticas (ou emocionais) e as doenças realmente físicas tais como o cancer ou a diabetes. O que esse livro me fez avaliar é que TODAS as doenças são emocionais e na hora eu levei um choque: então estamos nos auto-sabotando outra vez? Sim, o corpo não cria nada, ele é um mero instrumento, quem cria coisas boas ou ruins é a mente, somos nós.

Achei muito interessante a analogia que ela usa. Imaginemos um carro. Depois de andarmos muitos kms a luz vermelha que indica a falta de combustível acende. Pim. A doença aparece. E se simplesmente conseguíssemos um jeito de desligá-la e continuar andando como se nada tivesse acontecido? E seguimos por mais uns kms, no entanto o carro irá parar em algum momento, pois não é mais capaz de continuar sem gasolina. Agora a culpa é do carro ou é do condutor que foi insdipliscente e não tomou as providências necessárias para que tudo voltasse a funcionar normalmente?

As doenças são mais ou menos a mesma coisa: servem para nos alertar de que algo não está bem. Mas nós gostamos de ignorar os sinais do corpo e vamos ao médico e nos entupimos de remédios e desculpas e nos tornamos vítimas. Olha lá o coitadinho está com gripe, tá que nem pode abrir os olhos...

Ao nos medicarmos, estamos simplesmente apagando o sintoma e não a CAUSA. Ou seja a doença não é o nosso problema, a doença é simplesmente a consequencia do que criamos para nós, regando e alimentando pensamentos de culpa, raiva, medo, ressentimento. É só fazer um teste: pensa em uma pessoa ou uma situação desagradável. Pensou? Sentiu o peito apertar, o coração acelerar? O corpo não tem reações por si só, nós é que ativamo-lo para andar, falar, correr. Com isso não quero declarar uma guerra à medicina tradicional, acho que o ideal é o bom senso. Sim, vamos tratar a doença, mas também a "cabeça", vamos educar nossos pensamentos, repensar as nossas escolhas. Será que preciso carregar tanta raiva dentro de mim? Será que não estou dando força às celulas débeis de meu corpo e mais tarde vir a ter um câncer? Como posso ser uma pessoa mais leve, viver a vida com bom humor, com alegria? Ah e um remedinho muito bom: o perdão. A nós e aos outros. O esquecimento, o deixa pra lá... Eu sou uma pessoa muito dura, sempre julguei muito os outros e a mim mais ainda. Mas estou aprendendo aos poucos a ser mais leve, a aceitar a vida com amor. É difícil, tem dias que esqueço de tudo e ralho até com o espelho. Mas por outro lado colo bilhetes na geladeira com trechos do livro e procuro pensar um pouco nisso. Penso assim, se me condicionei tantos anos com pensamentos de baixa auto-estima e de desamor comigo e com o mundo, vou reprogramar o meu cérebro para outras coisas e desta vez ao meu favor. Ao invés de culpar a vida, vou tomar o meu lugar nela, ter responsabilidade pelos meus atos. Ah e o nome do livro já ia esquecendo: A linguagem do corpo - Cristina Cairo.

Boa leitura!

quarta-feira, 29 de abril de 2009

A Histeria Suína


Sim, agora é a onda da vez, ou a gripe da vez. Depois da das aves, antes passando pela vaca louca, etc. Pergunto-me porque as pessoas se preocupam tanto com isso? Vai morrer quem tiver que morrer, a quem a hora tiver chegado. Que se preocupem os médicos, os bacteriologistas, os biólogos, infecciologistas...Mas o que que a dona Marilice tem que ver com a gripe? Se nunca saiu da favela, se o máximo de estrangeiro com o qual teve contato foi um argentino?? Porque as pessoas tem tanta ânsia de doença, de preocupação? Porque a epidemia da ignorância é tão grande?

Às vezes dá até desânimo em ler ou ver qualquer jornal, seja daqui seja do Brasil...são só assaltos, mortes, corrupção, futebol. Será que o mundo é tão ruim assim? Será que não estão exagerando tudo, pois é isso que dá audiência? Acho tão engraçado quando alguma pesquisa é feita e só recebe uma notinha no jornal, ou quando acontecem exemplos bonitos de doação por parte de jovens, voluntariado, ou a expectativa de cura de uma doença. Toda hora acontece coisas boas no mundo, mas ninguém fala, ninguém sabe. De quem é o interesse que permaneçamos assim tão desiludidos, tão desesperançados com a vida? Quem sai ganhando com isso?

A doença: sempre lidamos com ela em qualquer parte da nossa história e triunfamos, tanto que estamos aqui. A peste negra, a aids, a gripe espanhola. E com muito menos conhecimento, muito menos recursos que agora. Acabei de escutar que devemos evitar até o beijo no rosto para não disseminar a doença...tsc tsc. Acho que as pessoas gostam dessa atmosfera de medo, sentem um certo prazer nisso. Lembra a minha madrinha que sempre vivera a doença em uma tal intensidade que esta se tornou o foco de sua vida. Tudo girava em torno de hospitais, médicos, remédios, exames. E quando tudo estava bem, era tomada de uma ansiedade que enquanto não houvesse nada para tratar não sossegava. Ela vivia em um estresse constante, uma luta em que o estar doente para ela se tornou a coisa mais saúdavel do mundo. E sabe o que ela tinha? Medo, medo de viver. Hoje ela já emagreceu 15 quilos e voltou a fazer planos de viajar, está muito mais bem disposta e alegre.

Será que está faltando isso para a humanidade? Abandonar o medo de viver, de ser feliz sem problemas, deixar que as doenças existam porque tem uma razão de existir. Cada coisa tem a sua responsabilidade na Terra. Nada acontecerá se não tiver de acontecer, se não atrairmos de certa forma o acontecimento, seja bom ou ruim. E se estivermos vivendo numa atmosfera de medo, da crise ou de doenças o que estaremos atraindo? Gostaria que isso fosse dito no jornal...quem sabe um dia?

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Saudades...


Faz tempo que desejava escrever sobre isto, elaborar a minha perda... No fundo nunca perdemos, a simples ideia de perda remete à de posse e não somos donos de ninguém. O Espiritismo entrou na minha vida cedo, minha mãe me levava ao centro e aos domingos ia meio obrigada na evangelização dos jovens. No fundo também era uma medida desesperada para que eu aumentasse o meu pequeno círculo de amizades. Contudo aprendi que além de imortais, renascemos em outras famílias, com outros sexos para uma infindável experiência de auto-conhecimento e melhoramento moral. Tudo isso é muito bonito na teoria, mas quando um ente querido nos "deixa" é muito difícil esse processo de desligamento. Apesar de todo mundo saber que a morte é a única coisa certa na vida, e para nós a morte é simplesmente uma ilusão, significa apenas a morte do corpo, a dor e a saudade nos invade e nos sentimos meio perdidos em meio a tanto sofrimento.



Meu avô é uma pessoa muito especial para mim, foi o meu pai. Ele ia nas reuniões na escolinha e representava-o, sempre esteve presente, me levava aos passeios, à escola, ficava comigo quando ninguém mais podia. Eu sempre pensava, o dia que o vô se for eu vou ficar muito triste...mas achava que isso ia demorar muito, só quando ele estivesse beeeem velhinho o que não era o caso. O vô sempre foi muito ativo, gostava de trepar nos coqueiros, cortar grama, mexer no jardim e limpar a piscina. Não podia ficar um minuto quieto. Também tinha horror a hospitais, à exames, médicos e tudo que pudesse castrar a sua vontade de viver sem restrições. Foi justamente esse comportamento, além do trabalho estressante e do uso inconsciente de bebida alcóolica que o fizeram parar. Um câncer no pâncreas... Há muito tempo ele tinha quedas de glicose vertiginosas, mas não ia investigar. Comia uma banana e tinha sempre um sachê de açúcar. E quando a notícia veio foi devastadora...apesar da quimeo eu sabia que ele não tinha muito tempo, uns 3 ou 5 anos talvez. Mas foram dois anos. E eu acompanhei de longe, pois com o tratamento para engravidar as poupanças se esvaziaram. Em novembro do ano passado ele se foi...



Vou sempre lembrar em meio a tantos momentos felizes, da nossa despedida, quando vim para cá...Ele estava sentadinho no aeroporto e nos abraçamos e procurei não chorar. Vi que ele tinha ficado emocionado, pois nunca escondeu as lágrimas de nós. Se eu soubesse que era o último abraço, talvez eu tivesse prolongado um pouco mais. Talvez eu tivesse dito coisas que a gente tem vergonha de dizer quando estamos rodeados de gente. Talvez eu tivesse telefonado mais...mas ele sabe que eu o amo. Tento não chorar, mas às vezes bate uma saudade e lembro da hora que falei com a vó e ele estava indo para o hospital fazer a última operação. Estava muito magrinho, sem forças, mas tentando limpar a piscina. E eu não insisti com a vó para falar com ele. E foi a última vez...



Mas vô, eu quero que saibas que eu te amo, apesar de todos os defeitos que nós temos, das horas tristes em que me apoiaste, são daqueles domingos em que andávamos de bicicleta que mais lembro. São das horas em que ninguém me compreendia no meu namoro com um homem 30 anos mais velho que eu, que me deste a tua palavra de carinho. Nunca vou deixar de ser a tua "gringa", não vou deixar que se apague as preciosas lições que me ensinaste. E eu sei que ele está bem onde estiver e que qualquer dia vamos nos encontrar, em sonho talvez, e eu vou poder abraçá-lo como da última vez:



Quantas saudades vô...




Enquanto isso sigo sem acreditar...há dias que aceito e há dias que parece surreal. Sinto como se eu voltasse e ele estivesse lá para me esperar no aeroporto, com os seus cabelinhos brancos como se nada tivesse acontecido. É difícil dissociar a mente dessa espera. Mas o tempo é o melhor remédio, já se dizia há muito tempo. E talvez tenham razão.



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