Bem, e passado 9 meses e qualquer coisa aqui estou eu. Se mudei? Acho que sim, mas não da forma que gostaria. Queria ser mais paciente, mais amorosa, mais participativa na vida dele, mas ao mesmo tempo tenho preguiça. Custa levantar o traseiro gordo da frente do computador. Não é que eu não seja amorosa em alguns momentos, não é que eu não aguente um pouco certos choros durante o dia e tente fazer ele sorrir, não é que eu não incentive as suas conquistas (aprendeu a bater palminhas sozinho no domingo), nem eduque quando faz asneiras. Mas é que eu queria fazer mais vezes, muito mais! Queria ser uma mãe melhor, queria fazer parte da tal sociedade secreta das mães-quase-perfeitas, aquelas que a gente vê na rua, aquelas que se põe a falar nos fóruns que fazem e acontecem. Queria ser como elas e ao mesmo tempo não. Confuso né? Porque parece que a natureza opera um milagre em nós, fêmeas Homo Sapiens Sapiens, parece que há qualquer chip instalado em fora de genes que despoleta quando se tem um bebê. Ele se ativa no primeiro choro, e pára tudo, o mundo pode esperar: é só ela e o pequeno comandante de sua vida. Mas em mim deve ter vindo com algum defeito porque não funciona como deveria. Já disse algumas vezes que não gostei de ser mãe. Mas me pergunto: será que era a depressão falando ou é assim, não gostei "mesmo"? Sabe o que eu acho? Que não é não gostar de todo...há umas partes boas... uns sorrisos pelo meio, uns mãmãmãs, umas palminhas... Mas o que eu não gosto "mesmo" é a ideia de que ser mãe é a "melhor" coisa que poderia acontecer com uma mulher. É a de ser feliz a qualquer preço, noites mal dormidas, aquele choro irritante durante o dia, fraldas fedorentas e para não falar no corpo... Sim, não vou nem falar!
Mas...acho eu que queria fazer parte da tal sociedade secreta...Que seria bem mais fácil, eu não duvido.