Pois é, estou aqui de novo. Como toda boa capricorniana vou até o fim desta montanha, não importa quantas pedras ou quanta chuva caia no caminho.
No início era como a maioria das pessoas. Gostava da mentira piedosa, ainda mais se for para eu mesma. Fingia que estava tudo bem e afastava tudo que não gostava com um safanão no ar. Mas o pensamento apenas se recolhia e permanecia à espreita. É certo que não mudamos o que não nos incomoda e o que não enxergamos. É por isto que a maioria das pessoas prefere ignorar o que sente, uma minoria admite para si e uma minoria menor ainda admite para os outros. E isto agora porque? Porque agora não há volta a dar. Lembra-se do conhece-te a ti mesmo? Pois é. Agora tem sido o meu objetivo. Quero conhecer, aceitar, mudar. Baby's steps. Assim.
Agora vejo que a insatisfação sempre esteve presente na minha vida. Recordo-me de estar sempre em busca de algo, e naquela ansiedade de conseguir ter uma roupa, um brinquedo, um namorado, um peso na balança, enfim. E depois, que alcaçava a suprema felicidade, lá caía novamente no tédio até ter outra coisa para qual correr atrás. Foi sempre assim. Tinha a sensação de que se me esforçasse, talvez a felicidade viesse. E confesso que foi assim com o sonho de ser mãe. Era a tal felicidade que ouvia-se falar. Dá trabalho, mas compensa. Fiquei três anos me injuriando por não ser mãe, sentindo inveja de quem era, resmungando como uma velha para o meu marido. Até que...finalmente fui mãe. E lá estava, agora que venha a felicidade. Mas ela não vinha. Que venha o amor, estou à espera, venha! E não veio.
A maternidade tem sido uma grande lição para mim. Foi um abanão. Pela primeira vez ficou à nu que este caminho não me levaria a lugar nenhum. Só por ela pude ver com olhos de "ver" que não pode ser assim a vida. Vou viver insatisfeita até quando? Vou buscar o que agora? Uma viagem pro Caribe? Um apartamento? Até quando?
Até quando vou seguindo a maré e fingir que isto me fará feliz?
Outro fato é que não se escolhe ser assim. Simplesmente sou assim. Alguém escolhe ser doente? Ser infértil? Ser depressivo? Sim, filosoficamente somos o espelho das nossas escolhas e as nossas escolhas muitas vezes são distorcidas porque acreditamos que elas eram o melhor que podíamos fazer na altura. E se calhar era. No entanto é muito mais fácil continuar do que mudar o curso. Aqui em Portugal tenho aprendido muitas coisas e uma delas é que as pessoas querem muito ter ter ter. Um carrão, apartamentaços, querem causar inveja, lá no Brasil também, só que a maioria não tem grana para isto. Mas aqui se consegue, a custa de muito empréstimo. Mas eu só vejo pessoas infelizes e insatisfeitas como eu. Com uma baixa estima abismal. Hipnotizados com a Popota do Continente, pois tem que comprar coisas para os filhos, carros de bateria já vai bem para uma criança que mal sabe o que quer. E nós sabemos o que queremos?
Bem, acho que já fui longe. Desta vez escolho ter mais 5 minutos de paciência com o meu filho.
Agora vejo que a insatisfação sempre esteve presente na minha vida. Recordo-me de estar sempre em busca de algo, e naquela ansiedade de conseguir ter uma roupa, um brinquedo, um namorado, um peso na balança, enfim. E depois, que alcaçava a suprema felicidade, lá caía novamente no tédio até ter outra coisa para qual correr atrás. Foi sempre assim. Tinha a sensação de que se me esforçasse, talvez a felicidade viesse. E confesso que foi assim com o sonho de ser mãe. Era a tal felicidade que ouvia-se falar. Dá trabalho, mas compensa. Fiquei três anos me injuriando por não ser mãe, sentindo inveja de quem era, resmungando como uma velha para o meu marido. Até que...finalmente fui mãe. E lá estava, agora que venha a felicidade. Mas ela não vinha. Que venha o amor, estou à espera, venha! E não veio.
A maternidade tem sido uma grande lição para mim. Foi um abanão. Pela primeira vez ficou à nu que este caminho não me levaria a lugar nenhum. Só por ela pude ver com olhos de "ver" que não pode ser assim a vida. Vou viver insatisfeita até quando? Vou buscar o que agora? Uma viagem pro Caribe? Um apartamento? Até quando?
Até quando vou seguindo a maré e fingir que isto me fará feliz?
Outro fato é que não se escolhe ser assim. Simplesmente sou assim. Alguém escolhe ser doente? Ser infértil? Ser depressivo? Sim, filosoficamente somos o espelho das nossas escolhas e as nossas escolhas muitas vezes são distorcidas porque acreditamos que elas eram o melhor que podíamos fazer na altura. E se calhar era. No entanto é muito mais fácil continuar do que mudar o curso. Aqui em Portugal tenho aprendido muitas coisas e uma delas é que as pessoas querem muito ter ter ter. Um carrão, apartamentaços, querem causar inveja, lá no Brasil também, só que a maioria não tem grana para isto. Mas aqui se consegue, a custa de muito empréstimo. Mas eu só vejo pessoas infelizes e insatisfeitas como eu. Com uma baixa estima abismal. Hipnotizados com a Popota do Continente, pois tem que comprar coisas para os filhos, carros de bateria já vai bem para uma criança que mal sabe o que quer. E nós sabemos o que queremos?
Bem, acho que já fui longe. Desta vez escolho ter mais 5 minutos de paciência com o meu filho.