segunda-feira, 5 de março de 2012

Nomes

Nome com certeza é um tema muito pessoal e não vale a pena discutir gostos. E não discuto (em praça pública), mas aqui é o meu cantinho e portanto não faz mal falar. Sempre falam que os nomes brasileiros são esquisitos (é verdade, tem cada um! O meu por exemplo ehehe), mas aqui em Portugal pela lista dos nomes proibidos e permitidos há tantas e tantas e tantas repetições que é dose. Costumo dizer ao meu marido que é fácil decorar o nome dos meus colegas: se chamar de João ou Tiago ou Pedro acerto de certeza em 90% dos casos. E as meninas: Rita, Catarina, Sofia (que por acaso gostava muito, mas já enjoei) e...Maria qualquer coisa. No meu telefone há umas 4 Catarinas, Anas, Marias, e acabo colocando os sobrenomes (apelidos) e mesmo assim tenho dificuldade de memorizar as caras. 
Dos nomes que mais me fazem confusão são aqueles que ainda bem, não são tão comuns, mas são nomes que associo  a pessoas velhinhas, tipo Filomena, Mafalda, Francisca... faz confusão ver crianças com este nome. Além do que Mafalda sempre pareceu-me (com o perdão da palavra) nome de bruxa. Também aquelas combinações de novela mexicana com nomes que separados são bonitos, mas que juntos são pior que dupla sertaneja. Do estilo Calos Alexandre, Guilherme André, Fernando Rodrigo, Filipe Eduardo etc...
Quando escolhi o nome do Fabian não pensava que iria ser complicado, mas aqui as pessoas tem dificuldade de falar Fábian e dizem Fabiãn porque não tem acento no "a" e também porque simplesmente não conseguem "chegar lá", não entendem que fonéticamente pode ser Fábian e escrever-se sem acentuação. O meu nome que não é assim nada para o comum também tem de ser soletrado mesmo no Brasil. Mas já é automático, qualquer coisa já chego e digo se posso ser eu a escrever. Mas prefiro mil vezes isto do que ser a quinta Maria da turma, que no fim das contas ia ficar conhecida como a Maria Garcia ou pior: só como a Garcia. E por falar nisto, o que nós temos de nomes esquisitos aqui  tem de apelidos ou sobrenomes estranhos. Do tipo Cachola (no Brasil é cabeção), Cabaço (não vou nem falar né), Catarro, Bexiga, Carrapatoso, Alho e por aí vai...Acho que todos temos a nossa cota de nomes esquisitos, a diferença é que no caso de um nome de família não há nada que se possa fazer. Ou há?

A inspiração

Semana passada voltei a escrever. nem sei bem como isto aconteceu porque o fato é que faz muito tempo  que não escrevo, acho que desde que o Fabian nasceu... Simplesmente olhava para a folha virtual, em branco e na minha cabeça somente um vazio, sem nenhuma inspiração. Pensei que ia ser assim quando sentei na faculdade a olhar para o meu computador enquanto tinha um intervalo de aula, no entanto começou a magia. Num clic já fui lançada para uma praça em um dia ventoso, cujas árvores gemiam e estalavam e podia sentir o frio sentada no hall da faculdade (tá bem, ali também fazia frio). 
Perguntam-me como consigo escrever, como é que se cria as coisas do nada já com cenários, nomes, cores, como se fosse uma pintura em tela viva. Isto foi o que me disseram, que parecia que eu andava a pintar e não a escrever. Bem, a minha vontade era escrever um livro, é só mesmo o que falta: já plantei uma árvore e já tenho um filho. 
Eu não sei, a inspiração é uma sensação fluída e temos de dar todos ouvidos a ela, se a questionarmos ela se vai e talvez não volte. Espero só poder ter mais tempo para dedicar-me a esta nova viagem...

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Será que disse por aqui o quanto detesto trabalho em grupo? Tá, eu sei que é importante aprender a trabalhar em equipe: bla blá blá, mas uma coisa que realmente não entendo na cultura portuguesa é porque tanto trabalho em grupo se depois chega na hora de ir para o mercado de trabalho, as pessoas simplesmente não conseguem trabalhar em grupo? Alguém pode me explicar o porquê?
Eu   sou uma pessoa dinâmica: assim, em um mundo cor de rosa o trabalho em grupo deveria ser feito por todas as partes do grupo, desde a capa até a bibliografia. Na verdade isto não acontece. Porque não é prático. Porque sempre tem alguém que não faz quase nada. Porque temos reuniões e reuniões em que 90% do tempo se fala abobrinha e em 10 minutos despachamos o assunto e quem vai pesquisar e escrever o que. Porque mando minha parte o mais depressa possível e ninguém lê ou diz qualquer coisa. Porque depois quando faltam 2 dias pedem-me para escrever de outra forma. Porque as pessoas querem corrigir o meu português ou deveria dizer brasileiro? Porque o trabalho em grupo é para poupar o professor, tanto em número de trabalhos como em tempo de aula dada. Porque no mercado de trabalho a verdade é que estamos sozinhos e temos de nos virar com a nossa cabeça somente. Porque eu acho um absurdo no nível de mestrado, cuja pesquisa e conhecimentos avaliados são individuais, que haja trabalho em grupo também aí. Porque tenho pela frente mais 4 anos e meio de trabalho em grupo. FUUUUUUUU....

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O medo das pantufas

Há algumas décadas todos sabem, lugar de mulher era em casa. Na cozinha, no tanque, na tábua de passar. E eu não concordo com isto, antes que pensem, sou a favor do livre arbítrio. No entanto de uns anos para cá é quase obrigatório a mulher ter uma profissão, trabalhar, ter o seu dinheiro o que de longe significa independência financeira. É quase sacrilégio dizer que não se quer entrar no mercado de trabalho, de que gosta mesmo é de ser dona de casa, de cuidar do marido, dos filhos, gerir enfim, a casa. Ora se sou contra a mulher ter de obrigatoriamente se sujeitar as leis do marido, também sou contra aquelas pessoas que vem com conselhos ou bocas mesmo a dizer que se deve isto ou aquilo. A impressão que passa é que não se é ninguém se não trabalhar. E não é verdade. A ideia é de que também não se é feliz ou realizada por ficar em casa. Isto também não é verdade. 
As mulheres de hoje tem pantufobia, tem alergia a casa. Não são todas é claro, mas me parece que a maioria. A começar pela minha mãe. Nossa senhora, lembro-me de ter 7 anos quando a mãe decidiu não trabalhar, no entanto passava na rua. Ela nunca lidou bem com esta situação, até hoje é das pessoas que mais me cobra a equação:  os estudos + uma profissão + um trabalho = independência financeira = valorização na sociedade.
A realidade não é só o branco e o preto, há muitas formas e nuances para além destas cores. O que me impressiona é que com o tempo, as pessoas tendam a ficar dicotômicas: é só isto ou aquilo. Não sei se é a mídia, muito possivelmente que faça este trabalho, mas não só.
Também há uma certa culpa de quem opte por esta via ao dizer que não trabalha. Ainda estes dias tive uma discussão virtual com a minha cunhada porque simplesmente admiti que se fosse por mim era dona de casa. Obviamente que sei que tendo em conta a idade do meu marido e a instabilidade profissional, além do meu filho pequeno, este não é o melhor caminho.
Mas pronto, está lá no meu coração a vontade de ficar em casa, de andar de pantufas quando me apetecer ou de passar o aspirador de saltos e batom (como já fiz kkkk). 
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