terça-feira, 13 de março de 2012

Ultimamente tenho andado um pouco anti-social virtualmente falando. Não sei, ando sem paciência para as "pessoas do facebook" que é claro que não são as pessoas realmente e sim uma representação tosca do que querem mostrar para os outros. O quanto são felizes, o quanto bebem e fazem noitadas e que os momentos com fulano, ciclano, Zézinho e Mariquinha foram ótimos, maravilhosos. Só me apetece dizer: e daí? Eu com isso se foi bom, se a viagem tava boa, se comprou apartamento ou carro novo, se mudou a cor do cabelo. O que eu tenho a ver com isto? E a pergunta que já fiz aqui: porque as pessoas (e não me excluo) tem tanta necessidade de exposição, de aprovação ou de causar inveja nas outras?
Eu sempre fui do tipo que acha que a grama do vizinho é mais verde, sabe? E luto quase todos os dias para valorizar o que tenho, que não é pouco. Tenho um corpo bom, funcional, um casamento estável com uma pessoa que amo muito, um filho saudável, etc, etc. Mas parece que isto não basta, temos que ter tudo. Ter, ter, ter e parecer inteligentes com aquelas frases de poetas e pensadores que voam pelos perfis, temos que fazer mestrado e contar a nota (que é claro que foi a máxima), temos que ter a melhor mãe/vó/filho do mundo. Temos que parecer muito indignados com os políticos e espalhar raivas e mágoas com os salários/dinheiro desviado das escolas e hospitais como se isto fosse causar alguma diferença. 
E agora vem a vontade de dizer: vai lá e faz alguma coisa se quer mudar isto. Procura um grupo para protestar, ou quem sabe faz greve de fome e acampa na frente do plenário ou melhor, da prefeitura da tua cidade. E quem que coloca as frases sobre "um dia vou calar a boca de muita gente", isto vindo de pessoas que não mexem uma palha porque dá muito trabalho. Só me dá vontade de dizer: bom, vou sentar e ler o Tempo e o Vento (para quem não sabe, deve ter umas 1000 páginas em 3 volumes). E para aquelas que dizem que "não é gordura, é excesso de gostosura" e clamam pela liberdade estética que vivem fazendo dietas e depois publicam que estão na pizzaria ou comendo um bolo de chocolate má-ra (diminutivo de maravilhoso no Brasil)? E para aqueles casais que estão sempre às turras, que num momento o fulano é o ser mais bonito e sensível que Deus pôs na terra e no outro um troglodita. E seguem publicações do tipo: to curtindo muito a balada ao lado do Cassio, Edu e Paulão. E flashes de muita gente doida pulando, as mãos para cima empunhando cervejas, vodkas, etc, etc.
Cansa pensar que alguém passe os sete dias da semana em festa, o tempo todo viajando, fazendo coisas extremamente interessantes 24 horas por dia. Quem sabe um pouco de normalidade, de tédio só para variar? Quem sabe um pouco de humildade, de um trecho de um livro que esteja realmente lendo,  de uma notícia interessante, uma pesquisa, uma descoberta... Sei lá, quem sabe este não seja o objetivo das redes sociais, seja apenas uma forma distorcida de espelho do que gostaríamos ser. O fato é que esta "pessoa virtual" tende a ser mais desinteressante que a real e isto pelo menos,seria um bom objeto de estudo.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Nomes

Nome com certeza é um tema muito pessoal e não vale a pena discutir gostos. E não discuto (em praça pública), mas aqui é o meu cantinho e portanto não faz mal falar. Sempre falam que os nomes brasileiros são esquisitos (é verdade, tem cada um! O meu por exemplo ehehe), mas aqui em Portugal pela lista dos nomes proibidos e permitidos há tantas e tantas e tantas repetições que é dose. Costumo dizer ao meu marido que é fácil decorar o nome dos meus colegas: se chamar de João ou Tiago ou Pedro acerto de certeza em 90% dos casos. E as meninas: Rita, Catarina, Sofia (que por acaso gostava muito, mas já enjoei) e...Maria qualquer coisa. No meu telefone há umas 4 Catarinas, Anas, Marias, e acabo colocando os sobrenomes (apelidos) e mesmo assim tenho dificuldade de memorizar as caras. 
Dos nomes que mais me fazem confusão são aqueles que ainda bem, não são tão comuns, mas são nomes que associo  a pessoas velhinhas, tipo Filomena, Mafalda, Francisca... faz confusão ver crianças com este nome. Além do que Mafalda sempre pareceu-me (com o perdão da palavra) nome de bruxa. Também aquelas combinações de novela mexicana com nomes que separados são bonitos, mas que juntos são pior que dupla sertaneja. Do estilo Calos Alexandre, Guilherme André, Fernando Rodrigo, Filipe Eduardo etc...
Quando escolhi o nome do Fabian não pensava que iria ser complicado, mas aqui as pessoas tem dificuldade de falar Fábian e dizem Fabiãn porque não tem acento no "a" e também porque simplesmente não conseguem "chegar lá", não entendem que fonéticamente pode ser Fábian e escrever-se sem acentuação. O meu nome que não é assim nada para o comum também tem de ser soletrado mesmo no Brasil. Mas já é automático, qualquer coisa já chego e digo se posso ser eu a escrever. Mas prefiro mil vezes isto do que ser a quinta Maria da turma, que no fim das contas ia ficar conhecida como a Maria Garcia ou pior: só como a Garcia. E por falar nisto, o que nós temos de nomes esquisitos aqui  tem de apelidos ou sobrenomes estranhos. Do tipo Cachola (no Brasil é cabeção), Cabaço (não vou nem falar né), Catarro, Bexiga, Carrapatoso, Alho e por aí vai...Acho que todos temos a nossa cota de nomes esquisitos, a diferença é que no caso de um nome de família não há nada que se possa fazer. Ou há?

A inspiração

Semana passada voltei a escrever. nem sei bem como isto aconteceu porque o fato é que faz muito tempo  que não escrevo, acho que desde que o Fabian nasceu... Simplesmente olhava para a folha virtual, em branco e na minha cabeça somente um vazio, sem nenhuma inspiração. Pensei que ia ser assim quando sentei na faculdade a olhar para o meu computador enquanto tinha um intervalo de aula, no entanto começou a magia. Num clic já fui lançada para uma praça em um dia ventoso, cujas árvores gemiam e estalavam e podia sentir o frio sentada no hall da faculdade (tá bem, ali também fazia frio). 
Perguntam-me como consigo escrever, como é que se cria as coisas do nada já com cenários, nomes, cores, como se fosse uma pintura em tela viva. Isto foi o que me disseram, que parecia que eu andava a pintar e não a escrever. Bem, a minha vontade era escrever um livro, é só mesmo o que falta: já plantei uma árvore e já tenho um filho. 
Eu não sei, a inspiração é uma sensação fluída e temos de dar todos ouvidos a ela, se a questionarmos ela se vai e talvez não volte. Espero só poder ter mais tempo para dedicar-me a esta nova viagem...

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Será que disse por aqui o quanto detesto trabalho em grupo? Tá, eu sei que é importante aprender a trabalhar em equipe: bla blá blá, mas uma coisa que realmente não entendo na cultura portuguesa é porque tanto trabalho em grupo se depois chega na hora de ir para o mercado de trabalho, as pessoas simplesmente não conseguem trabalhar em grupo? Alguém pode me explicar o porquê?
Eu   sou uma pessoa dinâmica: assim, em um mundo cor de rosa o trabalho em grupo deveria ser feito por todas as partes do grupo, desde a capa até a bibliografia. Na verdade isto não acontece. Porque não é prático. Porque sempre tem alguém que não faz quase nada. Porque temos reuniões e reuniões em que 90% do tempo se fala abobrinha e em 10 minutos despachamos o assunto e quem vai pesquisar e escrever o que. Porque mando minha parte o mais depressa possível e ninguém lê ou diz qualquer coisa. Porque depois quando faltam 2 dias pedem-me para escrever de outra forma. Porque as pessoas querem corrigir o meu português ou deveria dizer brasileiro? Porque o trabalho em grupo é para poupar o professor, tanto em número de trabalhos como em tempo de aula dada. Porque no mercado de trabalho a verdade é que estamos sozinhos e temos de nos virar com a nossa cabeça somente. Porque eu acho um absurdo no nível de mestrado, cuja pesquisa e conhecimentos avaliados são individuais, que haja trabalho em grupo também aí. Porque tenho pela frente mais 4 anos e meio de trabalho em grupo. FUUUUUUUU....
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