Nosso menino está a um passo dos dois anos. Tem a parte motora muito desenvolvida (como seria de se esperar em um menino), no entanto ainda fala pouco e todas as frases intraduzíveis terminam com um carro. Não sei porque mas a palavra encaixa-se na perfeição para tudo. O pai ainda por cima resolve dizer: pacatatu, cutia não. E o filho passa o dia a repetir "paca...paca...pacatu". E a mãe briga com o pai. Ele já diz tão pouca coisa e ainda por cima isto nem é palavra! Acaba o jantar e substitui o a-ca-bou por "pacatu"! O olá ainda está e o tau também. Fora isto há o não não não, assim, um a seguir ao outro e o ma-mãii. Já não diz mais bom dia nem licença, mas de vez em quando vê o coco do cão e resolve chamar para limpar. Aí diz coco, mas não quer saber quando o coco é o dele. Por isto, está muito longe do desfralde. ah tinha quase esquecido do famoso "caiu" ou caí como diz quando é ele. E diz isto muitas vezes por dia. É só olhar para os joelhos roxos.
segunda-feira, 21 de maio de 2012
quarta-feira, 16 de maio de 2012
A coitadinha

Mania das pessoas acharem-se melhores... Ah mas eu fiz dieta dois anos, malhei duas horas por dia e to aqui, fulana já saiu sem barriga do hospital: ah vida, eu sou mais merecedora que ela! Porque 68 kgs?? Porque??
Se olhar por este prisma a vida só pode ser mesmo injusta porque recompensa os fracos, os preguiçosos, os filhos da puta, os fofoqueiros e esquece de nós. Nós, os santos, os que sempre dão 100% de tudo, os honestíssimos. Sabe o que isto parece? Aqueles queixumes de velhos e de crianças mimadas. Que invariavelmente serão os tais velhos picuinhas mais tarde. Portanto, eu que não sou mais criança, nem to velha ainda a este ponto, vamos s'imbora, levantar a cabeça e bola para frente que o jogo ainda não acabou.
Depressão pós parto
Há uma semana atrás circulou pelos sites de maior audiência, pelos perfis do facebook e emails um vídeo de uma mãe batendo na sua filha de dez meses. Daí surgiram milhares de comentários que não vou falar, mas é possível imaginar quais seriam. É óbvio que não estou aqui para defender a mulher do filme, não acho nem um pouco correto da parte de um adulto bater em uma criança ainda para mais, indefesa como aquele bebê. O que eu faço é ir mais além. É muito, mas muito fácil para quem está de fora julgar, mandar aos leões o tal culpado, no entanto não sabemos o que passa na cabeça desta pessoa para cometer um ato tão condenável. Eu tive uma depressão pós parto que perdurou por muitos meses. E vocês não imaginam quantas e quantas coisas me passaram pela cabeça. Vou tornar público porque talvez possa dar conforto a alguém que esteja passando pela mesma situação.
Imaginem que vocês queriam muito engravidar, fizeram dois tratamentos e finalmente conseguiram. Depois a criança nasce e não sentem nem um décimo da alegria que pensariam sentir. Seu corpo está desforme, sua barriga virada em uma pelanca só, seu quadril teima em não caber em nenhuma calça que não o pijama do marido, sua auto-estima está nos pés. Mas o pior não é isto. Há um cansaço, um choro constante que pede, que exige a sua atenção. Mas não disseram que era assim? Que um bebê dá trabalho? Mas também não disseram que compensava? Pois. E se você sente lá bem no fundo que não compensa. Todo aquele esforço para ser mãe e de repente a sua vida é um pesadelo entre fraldas, cheiro de leite azedo, mamas doloridas e noites em claro.
Às vezes ficava a olhar para a moleira do meu filho a latejar. Era hipnótico. Às vezes imaginava uma faca a passar-lhe. Às vezes imaginava um travesseiro em seu rosto. Às vezes imaginava passar por um contentor de lixo e deixar-lhe. Sim, eu sou um monstro, pensava. Só quero livrar-me do meu filho. E vocês não imaginam a dor, a angústia que é sentir isto e não poder contar para ninguém. Ter de fingir que está tudo bem. Que é lindo ser mãe. Que tudo vale a pena.
Por isto engordei os dez quilos que havia perdido do parto novamente. Por isto fiquei em uma cama com medo de mim. Medo de ceder aos meus pensamentos, medo de concretizar tudo que me segredavam. Estava à mercê da minha loucura. E ninguém sabia.
Eu não acho que abusar de uma criança seja desculpável, o que está em jogo aqui é que é necessário pedir ajuda antes que se chegue a este ponto. A depressão é uma coisa séria, não é algo como ah estás gorda, mas logo voltas ao normal. É mais, muito mais que isto. E é bom saber antes de julgar.
sexta-feira, 11 de maio de 2012
Outro filho
Ahh não é deste que pensaram não! Hoje comecei um novo blog, no entanto este é mais íntimo, no sentido de que posso falar com mais sinceridade (ainda) sobre o que me passa pela cabeça, quero falar de sonhos (e isto por vezes é embaraçoso), sexo, tabus, enfim. Tudo que não cabe em um blog que é público, afinal sou apenas um livro entre-aberto por assim dizer. Quem quiser participar deste, pode mandar um pedido que será aceito. Mas já aviso que este é completamente diferente ehehe! Portanto vejam lá pelo nome: Bonitinha mas ordinária.
E claro, vou continuar por aqui também, só que mais comportada ;)
E claro, vou continuar por aqui também, só que mais comportada ;)
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