sábado, 23 de junho de 2012

Não és tu, sou eu

Se eu pudesse definir a minha vida em uma palavra eu diria: complicada. É muito ruim olhar para os lados e não reconhecer mais nada. Sinto-me só e tenho a sensação de que as piores coisas da vida se faz assim mesmo, só. Neste momento não tenho casa, tenho um teto, mas não tenho lar. Lar é diferente, dizem que lar é onde mora o coração. Neste momento meu coração deve estar longe, não sei ao certo onde... 
Aconteceu uma série de coisas chatas, estou menstruada, minha mãe está com câncer novamente, o marido tinha uma proposta muito boa em jogo e parece que não vai dar mais. A ex mulher dele resolveu vender a casa e quer ficar com todo o dinheiro, sendo que a casa ainda está no nome dos dois por uma ordem judicial. Enfim...chega ser irônico que por conta desta pessoa e dos filhos dele, o marido fez dívidas para pagar a pensão e eu tenha que sofrer as consequências e agora pimba, a vida premia esta vagaba com uma casa. Às vezes eu acho que está tudo contra e fico com raiva das pessoas fúteis, com problemas fúteis, ah o coco do filho, ah a roupa que queria não tem meu número, ai o marido não me dá atenção, etc, etc. Não é o mundo, eu sei, sou eu. Mas não consigo evitar. Parece que os meus problemas são maiores e isto me dá o direito de sofrer mais e de me zangar com elas, com estas pessoas que ficam infelizes apenas porque sim.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Sorte

Ultimamente as pessoas tem me desejado sorte. Pudera não é assim qualquer um que faz uma coisa destas... Colar e gostar e de desapego apenas no facebook é lindo, mas não é real. Quer desapegar? Não precisa fazer mudança,  vai lá e faz uma limpeza nas coisas que já não usa mais, nos bibelôs da sala, nas amizades...
Ah e uma coisa, não sou só eu quem precisa de sorte. Sorte vão precisar todos aqueles que continuarem por aqui. Então, boa sorte a todos! #ficaadica 

quarta-feira, 13 de junho de 2012

A vida é uma puta daquelas bem bagaceiras. Ela vem, envolve com gracinhas, faz ter esperanças, até um certo prazer...e depois, puft... apresenta a conta.
Acho engraçado porque imagino que tenha alguém que deve se divertir com isto. Deus, quem sabe? Mas não consigo entender agora que já tava tudo programado para irmos para o Brasil, esta desgraçada da vida vem com aquelas surpresas para iludir o coração, e o Fernando tem três propostas de trabalho para a França. Não é justo. Eu sei que é só para me enganar, mas tu não vais conseguir, já não acredito em ti. Nem nunca acreditei. Assim como não é justo ser só eu quem fico com as coisas ruins, os restos... Quando é que a maré vai virar pro meu lado? É porque tá bem difícil...se as coisas continuarem assim não sei mais o que faço. Já to naquele limiar entre o juízo e a insanidade. Pensa bem vida, no que tu queres de mim. 

domingo, 10 de junho de 2012

Acumuladores de mágoa

Taí duas tarefas que ainda tenho que aprender: confiar na vida e não esperar muito das pessoas. Para mim as duas estão em pé de igualdade porque não consigo ser um barco à deriva, tenho que sempre estar no controle da situação, mas sei que isto é impossível e me causa stress, ansiedade, etc. Lembro-me nas sessões de terapia, o meu psicólogo dizia muito isto: confia na vida, a vida não é má. Ela só retribui o que esperamos dela. Com isto ele queria dizer para fazer a minha parte, mas também deixar livre para que o tempo/destino/Deus fizesse a sua. E por não conseguir lidar muito bem com isto, fui criando estratégias para sentir-me melhor: limpava todos os dias a casa, deixava os controles da tv, dvd todos alinhados e tentava que a rotina fosse aquilo que esperava fazendo mais ou menos as mesmas coisas, enfim um leve grau de TOC. lol
Sempre pensei que uma casa, assim como o ambiente que a pessoa vive, é o reflexo da sua vida emocional. Agora minha casa anda suja, não tenho vontade de limpar, simplesmente olho para tudo e só quero sumir. Eu tenho tendência para extremos.
Estes dias vi um programa americano sobre aquelas pessoas que acumulam tudo o que podem e chegam a fazer verdadeiras muralhas de lixo para as protegerem da vida. Elas sofrem muito porque em dado momento deixam de ter uma vida funcional, a família abandonam-nas e elas não conseguem desfazer-se de nada. E por um lado sabem que está mal, mas por outro acham que não está assim tãoo mal e não aceitam que a mudança tem de ser muito grande para a vida voltar "ao normal".
Também penso que de certa forma nosso próprio corpo  não deixa de ser a nossa casa, talvez por isto, sinta-me muito incomodada quando vejo aquelas pessoas muito muito gordas, quase sem forma. E pense meio horrorizada, como é que foram deixando-se ficar deste jeito... assim como as acumuladoras americanas (que também não deixam de ser obesas). Vejo estes exemplos e dá-me medo de um dia ficar assim, de me anestesiar a ponto de caminhar para o precício sem notar e acordar alguns segundos antes da queda. Porque tenho a sensação que deve ser isto que acontece. Ninguém pode querer deliberadamente o sofrimento, ninguém quer ser uma aberração, andar como um pêndulo com muitos quilos de mágoa sob a pele. E ao pensar assim percebo que tenho eu também alguns, uns reais outros invisíveis ainda. As pessoas acham que para perdê-los devem fechar a boca. Eu já acho que devem é abrir o coração e confiar.


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