segunda-feira, 16 de julho de 2012

Nenhum lugar é perfeito

Pois claro que não e digo mais, quando se vai sempre leva-se os problemas na mala. Engana-se quem pensa que viajar pode mudar sua vida. Não muda. Continuamos a encontrar as pessoas que detestamos em outros lugares, elas só mudam de nome.
Vejamos o balanço da nossa vida de antes e a de agora:
Brasil
As pessoas são sem dúvida a melhor coisa no Brasil.
A comida. Não adianta, os italianos fizeram as pizzas famosas, mas o Brasil aperfeiçoou e criou mil e um sabores. Os americanos inventaram o cachorro-quente, o hamburguer, o brasileiro colocou milho, queijo, ervilha, batata palha, molho de tomate e por aí vai. E ah, inventou o Xis com tanta coisa gostosa pelo meio que deixa qualquer Big Mac a se roer de inveja. Para quem quer engordar o lugar é este. Quando olhamos as prateleiras repletas de chocolates e uma série de sabores que os europeus nem sequer sonham: com recheio de mousse de maracujá, chocolate branco com sabor de torta de limão, etc, etc... Fora o churrasco, feito no espeto e carvão. Isto sim é churrasco, o resto é barbecue.
Policiamento, principalmente rodoviário. Não há carros nas calçadas. Não há carros mal estacionados. Não há carros andando a 90 km/h na cidade. Multa neles, é assim que devia ser em Portugal. Se o governo descobrisse a mina de $ que dão os queridos motoristas que se lixam para as leis, a crise diminuía um pouquinho.




Portugal
A segurança. Não me imagino andando de máquina no pescoço nem olhando o pc no ônibus. Não é que não possa acontecer nada comigo, mas as pessoas são na maioria pobres e a criminalidade é maior que em Portugal, não vou negar. Não é nada como Rio e São Paulo, mas é aquela coisa que temos de ter o cuidado de andar com a bolsa à vista, cuidar horários para sair à noite sozinha. se bem que algo me diz que a tranquilidade em Portugal seja por pouco tempo, pois com a crise tende a aumentar os furtos.
O mar. Quando os dias pareciam tristes, nada melhor que uma caminhada pela beira da praia. Sentir o cheiro da maresia, ver as ondas indo e vindo e o barulho seco delas batendo nas pedras. No verão, apesar de ter molhado o pé uma dúzia de vezes em seis anos, gostava de olhar para o verde e para os corajosos que aventuravam-se naquele gelo.
A preferência. Na maioria das vezes os motoristas paravam na faixa de pedestres. Aqui não, pode morrer alguém ali esperando que as pessoas estão sempre em último lugar. Só depois que o sinal fecha e que o carro passa...

E por enquanto é isto...

domingo, 15 de julho de 2012

Deus dá nozes e dentes, as pessoas é que não sabem o que fazer com isto

Nossas incursões pelo mercado tem sido desanimadoras, ficamos apavorados com os preços das coisas, mas segundo o que eu mesma dizia: tudo é caro para quem não tem dinheiro. Lá está. Os brinquedos, as roupas, tudo deu um salto nestes anos...porque uma coisa é vir-se de férias com euros para gastar, cujo câmbio jogava sempre ao nosso favor, outra é voltar a viver esta realidade e em "real", o que chega a ser uma redundância.
E estranho é estar assim tanto tempo longe do nosso país, meio que passamos a nos sentir como estrangeiros esnobes, digo esnobes porque estamos sempre comparando como era, o que disto e daquilo com o agora. Não adianta, é como um filtro, é o processo inverso daquele que começamos quando nos deparamos com Portugal. Já resolvi que estas anotações passam agora a ser mentais que é para não maçar quem quer que esteja comigo, porque as pessoas não entendem que ninguém cai de pára quedas num lugar e troca o chip de um celular e já sai "falando". As pessoas precisam de tempo e paciência, principalmente paciência consigo mesmas que é o que me falta, assumo. 
Uma coisa boa a qual já não estava mais acostumada é com o bom humor das pessoas, com esta prestatividade sem pedir algo em troca que os estrangeiros não entendem. É raro, vou dizer, muito raro encontrar pessoas assim em outro lugar. Claro que há, mas digo, nunca como aqui. Este bom humor parece geral. Pergunta uma coisa para uma pessoa no ônibus e logo tens três ou quatro de ajudando, fora aquele que ia descer no mesmo ponto e se propõe a te dar mais indicações pelo caminho. Ah e outra coisa: as pessoas tem dentes na boca. Mesmo as mais pobres. Sabe, isto foi uma coisa que muito me chocou em Portugal: ver alguém de mercedes com uma senhora porteira na boca ou com os dentes todos podres estragados. Ainda recordo-me da minha vizinha: 
 - Ai hoje fui arrancar um dente, está a doer tanto.
 - Mas então fulana o dente não tinha solução? Tinha logo que arrancar?
- Não, mas era muito caro...70 euros...
- e para arrancar foi quanto?
-40...
- Ah...economizaste 30 euros, mas vai ficar banguela...que pena.

Ditado familiar

Segundo meu tio...
Quando o dinheiro sai pela porta o amor próprio sai pela janela. E como é verdade...
A seleção de palavrinhas que o filhote já fala:
Mamãi, papai, golo, cão, miau, não, mais, eti é... carro, sol, macacu, cuco(suco), não méxi, é meu, piu-piu, manana, pão, oshi, ilu (leeloo a cadela velhota da casa), bom, a mão, o pé, dodói, papá, bola, caiu/caí, papu (sapo), pexi, caalu (cavalo) e o resto por enquanto é só chinês... e às vezes alemão.
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