Mais uma porta se fechou. A vaga que estava praticamente certa para o Fernando entrar, cuja seleção já havia encaixado no perfil dele, deixou de existir. Simplesmente após todo este tempo de espera, da liberação de verba da matriz, decidiram que vão continuar com os recursos que tem e nós...bem nós ficamos com um punhado de nada na mão. Estou muito triste. Ninguém lhe tira da cabeça voltar para a França e por um lado fico a pensar se ele não tem mesmo razão porque a situação aqui está muito complicada. Veem-me à cabeça tantas coisas, lembranças de minha vida passada em Portugal, e só me pergunto porquê? Porque tudo tá acontecendo deste jeito...eu sou uma pessoa que acho que devemos fazer a nossa parte, recomeçar, dar a volta por cima, mas sem ferramentas é como tentar esculpir mármore com as mãos. De que jeito meu Deus? Porque eu??
sábado, 18 de agosto de 2012
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
Umas verdades
Cada vez que eu vejo alguém reclamar da sua vida, tenho vontade de dar um soco. Pronto, falei. E comigo não tem esta de dizer que não desejo isto nem ao pior inimigo porque eu desejo, mas é em dobro. Eu já perdi as contas de quanto falei sobre esta situação, mas é que tem dias que é barra de aguentar. Vamos combinar que o que faz girar o mundo é dinheiro, não tem casinha e uma cabana, o que põe comida na mesa é o dinheiro. O que paga um belo banho é o dinheiro, o que paga esta roupa bonita é o dinheiro e o que cala a boca de um filho muitas vezes é o produto do dinheiro. E só nos damos conta disto mais seriamente quando ele falta, mas não é assim faltar um pouquinho como vejo gente reclamando que ganha pouco ou que não ganha subsídio disto e daquilo, a merda é quando ele não vem sequer. Meu marido tá a mais de três meses desempregado e isto dói no bolso e na auto estima. Sem dinheiro é como se fossemos seres à parte da vida, como mendigos só que na casa de familiares. É como voltar a adolescência, ou antes, à infância. Não somos mais donos do nosso nariz e é impossível negar que seja diferente porque quem tem o dinheiro de uma forma ou de outra, tem o poder.
Hoje rolou um estresse aqui, aliás só não rola todo o dia porque temos que respirar fundo e fazer cara de paisagem. Se o trabalho do Fernando não engrenar até o fim do mês possivelmente ele vai para a França... e aí pronto vida, seja o que tu quiser porque por mais que eu peça tu é quem tem a faca e o queijo na mão. E eu tenho medo de enlouquecer aqui sozinha, tenho medo de ficar sei lá quanto tempo longe deste homem que é o meu pilar, tenho medo de que depois seja tarde demais para tentar um emprego aqui pela idade avançada dele... mas o que eu posso fazer é tentar acalmá-lo quando tenho eu vontade de chorar como uma madalena arrependida.
sábado, 11 de agosto de 2012
Como lidar com as frustrações
Na escola aprendemos matemática, português, biologia, física, etc, mas ninguém nos ensina nada a respeito disto. Em casa supostamente, este é o papel mais delegado às mães do que aos pais, porém há uma enorme diferença entre não ter o brinquedo naquela hora e esperar pelo aniversário, do que não ter de jeito nenhum. Isto porque sabemos que os pais tiram do cu com pauzinho como diria o meu avô e no fim das contas, sabemos que vamos ter aquilo, é apenas uma questão de tempo. Com a vida não. Ela não nos diz quando e se um dia vamos ter aquilo que sonhamos, ela não protege como os nossos, ela dá, ela tira, ela nos vira do avesso, nos faz esperar e pensar muitas vezes até que ponto somos persistentes e até quando passamos a mulas obstinadas. A vida não dá colher de chá (tá bem, dá mas é para poucos), geralmente a vida nos dá tempo para amadurecer, na verdade é isto que ela quer de nós. Que deixemos de ser crianças emocionais e que sigamos em frente. Mas esta transformação não é fácil, ela é dura. É duro deixarmo-nos para trás, abandonar as velhas crenças, é duro parar de sofrer. Porque a certa altura sofrer vira um vício, é o que nos mantém caminhando: um pouco de choro e um pouco de esperança. A vida quer que olhemos para dentro para entender a sua lição. E em um misto de dor, raivas, cansaço e aceitação, encontremos a fórmula da paciência. Que para mim é a única forma de tradução da maturidade.
Nota pessoal:
Nunca corte o cabelo quando estiver de TPM. Qualquer centímetro a menos equivale a uma hora de lamentações.
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