Não tem coisa melhor do que ver a lista de amigos on line e ler "Você está invisível. Deseja ficar visível para que seus amigos possam falar consigo?". E responder com um sorriso indisfarçado um grandessíssimo N-ã-o! Quantas vezes já não quis fazer isto, principalmente naqueles dias negros que antecedem a maldita menstruação. Estar ali em silêncio, observar o que os outros fazem, mas permanecer invisível a todos. Enrolar-se sob a capa da invisibilidade como se ela desse mais poderes que ao super-homem, e sentir-me uma heroína cansada de fingir. Que norma de educação é esta que impomos ao rosto em que só podemos sorrir? E lá dentro vem uma voz apertada que manda e desmanda ficar calada, sentar quieta, agradecer, não discutir. Ah não sabe rir? Eu lhe ensino, a boca arreganha assim. Os dentes tem de espiar todos a rua, entendeu? Eles não podem ficar escondidos, infelizes. Aliás após toda esta luta pela democracia dos sentimentos, eis que vivemos em plena ditadura da felicidade, onde todo mundo tem uma vida maravilhosa, daquelas super oxi action multi, estilo vanish no mais alto rosa choque. Se é mesmo assim? Acho que quanto mais perfeito, mais desesperado soa aos olhos. Mas a vida mudou e levou-nos com ela para este mundo virtual, onde as pessoas vagam enganando umas as outras. E enquanto isto, deixo-me ficar invisível, guardo a tristeza como se de uma coisa clandestina se tratasse.
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
O ministério da saúde adverte
Morar com a sogra pode deixar o seu marido temporariamente insano e inclusive causar separação.
Ah pois é, estou sem o marido até domingo...custa mas melhor assim do que ter de aturar seu mau humor para além do meu. Eu sei, dizem que mãe deveria ser eterna e eu penso que não...mãe só tem uma, mas pena que dure tanto...
Tenho uma péssima relação com a minha mãe. Acho que esta minha auto hipnose foi aperfeiçoada nos anos em que convivemos. Ela não se contenta só em falar e ser desagradável uma vez. Não, ela tem que repetir como uma vitrola quebrada o que ela acha que deveríamos fazer e no fundo ela já disse sem pestanejar que quer que o Fernando vá para longe e fique só a me mandar dinheiro para mim e para o Fabian. Às vezes eu ignoro, às vezes eu trato de lhe desmanchar este prazer. Ela quer tanto que eu tenha minha profissão, que me forme e tenha consiga meu sustento, mas se for a custas de ter de ficar na casa dela até conseguir caminhar com as próprias pernas, nã! Para ter uma idéia de como incomoda este pequeno defeito da minha mãe, ontem após ter me intimado a ir com ela numa consulta, me entra com este assunto em meio a sala de espera. Mas então o Fernando acha que vai para a França? Olha que aquilo também vai muito mal. E tu, tu tem que ficar aqui trabalhando. E eu, mãe, eu já disse que vou com ele assim que tiver condições. Acha que quero ficar cinco anos morando com vocês? Ah mas eu não vou mandar dinheiro para vocês, eu não tenho dinheiro pra mandar para vocês em euros. Não te preocupa, mãe, não vai precisar. E pensei, deus que me perdoe, mas prefiro morder a língua para matar a fome do que depender de novo de vocês. Quando eu digo que ninguém estende a mão sem querer algo em troca...ela quer apenas a minha vida, só isto: a minha vida.
Maria Albertina deixa que eu te diga...
Aqui se colocasse o nome da tua filha de Vanessa não ia causar espanto algum, muito menos um cabeleireiro iria ver aí inspiração para música. São tantos Robertsons, Kimberleys, Willians e Michaels (às vezes escrito como se diz "Maincon") que uma Vanessa ia ser do mais comum que há lol.
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
Emigrar para o Brasil
Ora vejamos bem...se eu tivesse algum amigo que esteja pensando em emigrar para o Brasil que dicas daria? Primeiro lugar, deve-se se possível ter um pé de meia, passagem não é de graça, dinheiro para os primeiros meses, é fundamental. Apesar de se falar que o Brasil anda possante, muito crescimento, muitos empregos, não é bem assim. Quem acompanha a minha história por aqui vê que nem sempre é falta de vontade. E depois, há empregos e empregos. Se há empregos para trabalhar em shopping e restaurante? E empregada doméstica e entregador de jornal? Há muito. Resta saber até que ponto você vai querer começar do zero, até onde se sujeitaria a ir para pagar as contas. E depois, começo é difícil em qualquer lugar. Levará pelo menos uns dois meses para arrumar emprego e talvez um ano para que a vida corra novamente sobre rodas.
Segundo: não faça contas. Não faça conversões. Se eu digo por exemplo que aqui uma secretária ganha em média 1500 a 2500 reais (esta última se for bilíngue), não vá pegando a calculadora para transformar em euros. Isto porque aqui se vive e come em reais, conversão é coisa de turista. O custo de vida varia de acordo com a região, sendo que as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, apesar de terem maior percentagem de empregos, são as mais caras para viver. As regiões do nordeste são mais baratas, as do sul, como onde vivo, são caras, mas a qualidade de vida e serviços é melhor.
Terceiro: você vai precisar de paciência. Paciência para se adaptar à língua, à cultura, ao ritmo de trabalho (que é bem mais exigente). Vai enfrentar preconceito, vai ter saudade. Vai querer desistir... É mais fácil quando não se vai sozinho, quando se tem alguém do lado para partilhar as derrotas, um ombro para chorar e outro para dar ânimo. E quando se é apenas um casal, também é diferente de quando já se tem filhos. Tem que procurar escola, dependendo da idade existe um período de adaptação maior. Mas acredito que as crianças neste sentido, saem-se melhor que os pais.
Quarto: você vai ter que conviver com a sensação "não-pertencimento", cada coisa diferente vai fazer você lembrar de que aquela não é sua terra e isto às vezes parece desesperante. No entanto, para alívio geral o povo brasileiro é acolhedor, não é tão difícil fazer amizades. Mas você vai comparar tudo, desde o primeiro dia. É normal. "Lá" vai ser sempre melhor do que "aqui". Depois passa... e inverte-se a situação. Acredita em mim.
De qualquer forma, além de coragem, é bom levar na mala, um pouco de esperança e boa vontade. Ninguém é tão duro que não consiga mudar e se adaptar. E é por isto que estamos aqui até hoje não é?
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