terça-feira, 2 de outubro de 2012

Custo de vida

Os meus pais podem e os teus??
Pois que aqui no Brasil o dia das crianças já se avizinha, é no dia 12 deste mês. Claro que não vamos dar nada para o Fabian, mas mesmo assim não deixo de olhar os preços dos brinquedos por aqui. Fico abismada ao perceber que em Portugal com vinte euros dava para comprar um bom brinquedo e aqui com 50 reais não se compra nada de muita qualidade. Os brinquedos bons ficam na faixa dos 150/200 reais (pasmem!). E o que me intriga é que pessoas de renda mais baixa mesmo assim esforçam-se para dar os melhores brinquedos. Vejo pessoas que são modestas e postam fotos dos filhos com veículos a motor que aqui são caríssimos e invenções da última temporada. O poder de compra mede-se não só pelas roupas de marca que ostentam, mas também pelos brinquedos que podem dar aos filhos, mesmo que isto signifique se encher de carnês a 12x. 
O Fabian tinha roupas da c&a, algumas da Chicco (dos saldos), Zippy e H&M. Raramente comprei coisas da Zara porque a considerava carota. Aqui também tem Zara, mas os preços são de loja para ricos, sim ricos porque chega a ser mais de 4 vezes o valor em euros a mesma peça. Calçados costumava comprar da nike e da chicco. Bem, Chicco aqui nem ver...é coisa da elite. Nem tem na maioria dos shoppings. E os tênis que comprava por 22 euros da nike, custam em média 100 reais. Aqui há tanto imposto, mas tanto que fazem as medidas de austeridade de Passos Coelho parecerem preços da nova coleção de primavera.
ps: só para não dizerem que exagero, deixo aqui alguns sites de brinquedos e roupas/calçados infantis.


segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Dos avós e dos netos

Não é novidade que os avós gostam de mimar os netos. É quase que um código de honra entre eles, não se pode ver os netos chorarem, não se pode ver os netos sofrer, mesmo que se tenha que rasgar o cu, as vontades dos pequenos mandões tem de ser satisfeitas. Tudo bem, porque eu tive a minha vez e gostei de usufruir da sua proteção desmesurada. Não sou contra...os avós são para isto mesmo, para ser um oásis em meio a tantas regras e tantos nãos. Os avós são um eterno sim. O problema está quando os avós não sabem que mesmo seus poderes tem limite. Que os pais não devem interfirir na relação deles e também eles não devem nas dos pais. Isto sempre dá merda. E quando se mora com os avós e os pais na mesma casa, dá sempre mais merda. E isto exige muito mais paciência dos pais e os netos sabem disto. Por sua vez eles abusam mais dos gritos e miados. Eles fazem de tudo para enlouquecer os pais. E os avós são assim, imunes a chatice inerente às crianças, eles parecem ver só aureolas e asas, eles esqueceram de que um dia estavam eles no nosso lugar. Hoje eles são paz para os netos e guerra para os filhos. Aliás guerra esta que não terminou na nossa infância, guerra que teve uma trégua na adolescência e retomou com mais força quando nos tornamos pais. O tempo tem disto, nos força a papéis e nós como bons atores habilmente incorporamos. Agora somos os chatos do momento, os maus...até quem sabe a próxima geração. Para mim, avós são uma espécie de heróis que fracassaram. Os netos sabem disto. E os pais por sua vez, sabem muito mais...



sábado, 29 de setembro de 2012

Loucuras femininas

Muitas, mas muitasss coisas que as mulheres fazem para ficarem bonitas e chamar atenção dos homens não faz a mínima diferença para eles, lá isto é verdade. Preocupam-se mais com o o recheio do que com a "embalagem" e a maioria não sabe dizer se o que a moça está vestindo é uma saia balonê, uma plissada, uma lápis ou envelope. Nã! Para os homens só interessa se aquelas coxas  o conjunto é apreciável a vista. Portanto pergunto eu...para quê tanto chilique com esta onda de unhas?? Sério que quando eles reparam é porque passou da linha do exótico para o ridículo. Unhas de pelúcia? Unhas de oncinha? E aquelas chinfrins de flores e flores...ah não...hoje a cafonice está além de singelas pétalas de margaridas. A primeira coisa que me ocorre é o pensamento de que aquilo parece coisa de criança. Muitas nem mesmo disfarçam que mais serviriam para meninas de seis anos. Gente, uma coisa é eu gostar da Hello Kitty (e gosto mesmo), outra é sair na rua com uma mochila cor-de-rosa com a cara da gatinha.
Não sou contra a vaidade, nem quem pinte as unhas. Vermelho paixão, roxo, cor-de-café... Eu mesma já tive mais ligada nas minhas unhas, mas é que sinceramente não sei como alguém que tem filho pequeno (que ainda depende de fralda) tenha unhas assim tão... à madame de novela das oito. É porque não dá jeito. E vá um cheirinho de merda nos dedos e descobrimos constantemente cocos escondidos. E vá uma loucinha, uma escova no rejunte dos banheiros... E vá toda a porra do esmalte e a paciência que se teve para pintar sem deixar borrocos e bolinhas. E vá as unhas descascadas outra vez. O marido já garantiu que nem gosta assim de unhas grandes, acha até feio. A única coisa que não abro mão é de mantê-las limpas e curtas. Tá bem, às vezes com um brilho incolor porque ninguém é de ferro.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Existe gordo feliz?

Geralmente o que noto são aqueles chavões: ah eu sou gordo, mas sou feliz! A gente tem que se amar do jeito que é! A minha madrinha sempre empunhou a frase "sou assim, este é o meu modelinho". Mas  com muito quilos a mais ela vive resignada a uma poltrona o dia todo. Não vejo nenhum amor ao seu corpo, apenas preguiça, resignação e tristeza. 
As pessoas tem muito não me toques hoje em dia porque gordura virou doença, virou compulsão alimentar, virou genética. Virou desculpa. A maioria é gorda porque come. Ninguém pega calorias do ar que respira nem da água que bebe. Eu sou gordita porque como doce, porque muitas vezes tenho que preencher meu vazio com comida e por uns instantes fico bem, mas logo a ansiedade volta e começa tudo de novo.  Gordura devia ser tratada tanto com dieta (odeio esta palavra), como com exercício, como em um psicólogo. Porque a gordura é só consequência de uma situação que não conseguimos resolver sendo honestos conosco. É quando desistimos de nós, deixamo-nos vencer pelos problemas. Deixamos que o estômago passe a decidir o que antes o coração desertou. 
Não existe felicidade onde há desequilíbrio. E não venham com aquela história de diversidade e blablabla porque todo mundo sabe que a máquina que é o nosso corpo foi feita para estar em movimento. E quando movimento se carregamos 20, 30, 40 quilos a mais?  
Lembro de ouvir a palavra dieta quando tinha a volta do onze anos e era magra. Bem magra. Mas a minha mãe achava que eu tinha que me cuidar e vigiava muito minha alimentação. Depois resolveu fazer uma dieta vegetariana e todos os dias por alguns meses íamos em um restaurante macrobiótico. Se ela soubesse o impacto que teve esta modinha dela na minha vida, talvez não tivesse feito isto. Hoje sou uma pessoa que simplesmente odeia verduras, qualquer tipo de alimentação saudável, legumes e frutas, algumas como muito de vez em quando. E doces que eram proibidos e algumas raras vezes tínhamos em casa, passaram a ser o meu consolo nas horas difíceis. Desde que fui morar com o marido, abusava deles, no entanto mantinha a forma malhando 5 vezes na semana durante duas horas. Depois da gravidez não pude mais manter esta ritmo e o resultado tem sido uma barriga terrível, pernas flácidas e pipocada de celulite. Sou tão nova para me sentir assim, para entregar os pontos deste jeito. Admito, sou gorda mas apesar de comer quase tudo que quero, não sou feliz. Claro que o meu corpo não é o único motivo, mas ajudaria olhar para ele de manhã e voltar a sorrir.
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