domingo, 14 de outubro de 2012

Sobre Buddah e caracóis

Uma coisa não tem aparentemente nada a ver com a outra, mas no nosso caso sim. E porque sinto-me às vezes um caracol que leva a casa nas costas e não tem bem raízes em qualquer lugar, ando eu em quatro meses pela terceira casa. Nos mudamos para a casa da sogra, de mala e cuia como se diz por aqui, o que quer dizer com tudo que temos (menos as caixas que vieram de Portugal que ainda se encontram empilhadas no quarto da minha vó).
Não deu mais para aguentar a minha mãe e o Fernando juntos. A minha mãe e suas agulhas que espetam o tempo todo nas horas mais impróprias (existe hora própria para ser xingado?). Cresça, diz a minha mãe. Seja uma boa mãe, fica com ele, dá atenção a ele. Não briga, não faz ele chorar. Acontece que para a mãe eu e o Fernando somos pais horrorosos apenas porque tentamos educá-lo, dizendo não quando é necessário, mesmo que ele chore. Qual é a criança que sorri quando se diz não? Mostrem para mim, porque me parece perfeitamente normal a reação dele. Fora o tempo inteiro que ela começa a me encher os ouvidos com a ladainha de que o Fernando é velho, que eu tenho que estudar, ter a minha profissão, ganhar meu dinheiro, etc, etc e etc. E a mania de achar que temos que esquecer o mundo e brincar as horas que ele está acordado, andar sentados como dois bobocas a brincar de carro, jogar bola, tudo isto depois de um dia de trabalho em que queremos pelo menos descansar um pouco. Concordo que devemos brincar, mas o tempo todo, tenha dó! Acho engraçado a maneira como as pessoas constróem uma novela e acham que as coisas aconteceram mesmo assim. A mãe deve se achar a heroína da história, mas eu só recordo de que brincava muito sozinha e raramente ela vinha me dar atenção porque tinha coisas para fazer (naquela época não tinha empregada). E não fiquei traumatizada por isto.
A minha mãe está doente, sim é verdade. Ela teve cancer de medula e no rim. Teve que fazer duas cirurgias e passou por químio quando o Fabian nasceu. Eu realmente sinto-me um monstro porque não consigo sentir compaixão, não consigo sentir qualquer coisa boa em relação a minha mãe. E sentimento não se escolhe, não se escolhe odiar ou amar uma pessoa. Simplesmente as coisas são como elas são. O que existe é um esforço para tentarmos modificar certas atitudes e o meu tem sido tentar ser o mais paciente que consigo. Mas não sou nenhum mestre espiritual, sou uma pessoa comum, que não consegue estar ali e escutar passivamente as críticas e deixar passar. Não, eu fico ferida, remoendo as coisas e depois desconto na comida. Mas procuro não alimentar a discussão, mas eu canso de ser saco de pancada. Ela está doente. Não, ela é doente. Mas eu não preciso aceitar isto, eu tenho escolha. E eu escolhi que não dá para conviver com ela. Faz-me mal. Ela fica mal de ver que nem eu nem o marido vamos mudar porque ela quer. Então resolvi me afastar que acho que é atitude mais sensata a fazer.
Isto depois de uma discussão na sexta à noite que claro, começou por causa das manhas do Fabian para dormir. Eu até acho que ele deve fazer de propósito, mas pronto, o Fernando deu um grito porque não conseguia trocar a fralda dele e ela exigiu que eu fosse lá porque não quer ouvir o genro tratar o neto assim. E aí começou tudo outra vez... e eu escutei e eu pedi para parar. E ela continuou. Eu subi as escadas e ela continuou e continuou. Até que eu explodi. E aqui estamos, depois de um clima péssimo e muito choro pela frente. Buddah diz que a felicidade é o fim do sofrimento. Não alcancei a iluminação, mas estou um pouquinho mais feliz.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Família é uma ilusão

Sabe tem dias que a gente está muito para baixo. Tem dias que pensamos afinal de contas porque estou fazendo isto? Porque parece que temos um barro colado nos sapatos, que nos impede de ir à frente, que faz-nos patinar e patinar enquanto ficamos cada vez mais cansados das mesmas coisas e das mesmas pessoas. Dos mesmos sermões e pensamos que afinal temos muita saudade da vida que levávamos antes. Porque depender dos outros mesmo que do próprio sangue, é duro. Não temos uns sapos na garganta, certo dia nos damos conta de que temos é um brejo. 
E para mim família resume-se a mim ao marido e ao meu filho, o resto é bobagem. Porque só nós temos planos e vamos seguir juntos e no fim podemos contar um com o outro, porque o que há entre nós é troca e naão favor.  Estou realmente cansada das cobranças porque o que fazemos nunca é suficiente e porque acham que devemos fazer assado ou frito e nós sabemos que quem tem o dinheiro não somos nós e que este teto também não é nosso. E que suplicamos a vida por uma oportunidade daquelas com O, porque merecemos. Porque revolta ver os outros viajando, comprando carro, apartamento e sabe...70% do meu salário vai para a creche do meu filho e o meu padrasto não quer ficar com o neto e a minha mãe deu-me mais um mês para ficar com ele. O que não me adianta porque tenho este emprego garantido até final de dezembro, quando passarei do período de experiência ou não e temos despesas de matrícula, material, uniforme e clar, a mensalidade. Então decidimos que vamos por o Fabian na próxima semana apesar de tudo, porque estamos cansados, estamos cansados, estamos cansados. E tem horas que a única coisa que queremos é deitar a cabeça no travesseiro e só acordar quando tudo tiver passado.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Cúmulo da marmita



Ah pois é, agora ando na moda...a minha marmita é fashion, mas não tem marca, aliás sacola de papelão tem? A Vasari diz que sim e cobra cada pedacinho de "minimalismo" no seu novo produto.  Gente pára tudo!! Agora a pergunta: para ver rico de marmita só se for assim né? 
Versão em papel 580 Reais
Versão em couro por 1200 Reais

domingo, 7 de outubro de 2012

The voice Brasil

Estou completamente viciada neste programa, adoro adoro adoro! Tantas vozes lindas, tanto talento. Meu Deus que país rico este. Até sinto uma pontinha de inveja, eu que não sou capaz de acertar numa nota, canto desafinado e fora de ritmo. Duvido alguém que cante pior! 
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