Tende piedade de nós e do mundo inteiro. Repetido em looping mais de dez vezes, mais de duas vezes ao dia. Sinceramente procuro entender, mas não entendo. Não entendo que repetir um mantra seja uma coisa que mexa com o coração. Seja fé. Pode ser uma forma de se entorpecer, mas a mim não me toca, aliás a única coisa que me faz é irritar. Minha sogra é daquelas bem carola de igreja, daquelas que acorda as cinco para rezar, depois as três da tarde. E tá sempre orando e cantando o dia todo. Não me entra na cabeça (sou um pouco mula de vez em quando) como pode ser prazeiroso repetir palavras vazias e não sentir aquele calor na alma que se tem quando se conversa consigo ou com Deus ou com a vida, de forma sincera e não com um molde de sílabas que a boca diz. Mas ok, se eu não consigo entender, simplesmente deixo estar. As pessoas tem o direito de ser como são. Agora fico passada com a história de batizar. Não quero e não vou batizar meu filho, não acho necessário. Não acredito em um Deus que por não ter participado de um ritual terreno o mande para o limbo. Não, Deus é amor, não acham? O Deus que as igrejas pintam mais parece um daqueles deuses gregos cheios de manias e caprichos. Sinto muito sogra, mas o Deus que acredito está em cada um de nós e por isto, o meu filho já é por consequência, um abençoado.
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
domingo, 21 de outubro de 2012
Quando a vida imita a arte
Tessália (Débora Nascimento) e Darkson (José Loreto) mais um casal "de novela" |
Uma coisa que acho engraçado é que os (bons) atores esforçam-se tanto para parecerem credíveis que o amor do personagem passa para o intérprete de carne e osso. E aí é ver romances e casamentos terminarem porque a mocinha apaixona-se de verdade pelo mocinho, que por sua vez também deixa a namorada a ver navios para viver um amor de verão. Geralmente não dura até a metade da próxima novela. Mas já dizia Vinícius de Moraes "que não seja imortal, posto que é chama/ mas que seja infinito enquanto dure". E que venha a próxima novela: "Salve Jorge", ambientada na Turquia e que vai abordar o tema da prostituição/ tráfico sexual. E como se diz por aqui, to só pela segunda!
sábado, 20 de outubro de 2012
Os filhos dos outros
Sinceramente não tenho lá paciência para aturar crianças. Uma coisa é o meu filho, que junto não sei de onde um pingo de fôlego, mas com os outros não funciona. Vamos combinar que crianças de comercial de margarina, aquelas educadas que se sentam à mesa sem derrubar comida e esperam até o fim da refeição, as que não mexem em nada na casa quando vão de visita, só existem na cabeça daquelas velhas que insistem em dizer que os filhos/netos daquela época eram assim. As crianças são como feijão que azeda caso não seja fervido uma vez ao dia. Criança sem corretivo dos pais, azedam a paciência. E lá ficamos com um sorriso amarelo e pensamentos homicidas escondidos entre um "deixa estar a pobrezinha", "não foi nada, é só um porta retrato que comprei em Paris, mas não faz mal, vou lá todos os anos não é mesmo?".
Mas confesso, nestas horas eu fico aliviada por não ter uma menina. Isto porque reconheço que meu filho é um pé no saco, tem tanta energia que deixaria o Denis o pimentinha parecer o menino mais comportado de um colégio de padres. Mas não consigo aturar a tagarelice das meninas, principalmente naquela fase que vai dos 3 aos 20... E quando vê, com aquelas perguntas meio a apontar que fazemos algo errado que devia ser assim, isto no alto dos seus seis anos. E quando dizem aquelas invenções de que os pais dela tem um computador melhor, que o irmão faz isto ou aquilo, que costura com dois anos, que sabe inglês, francês e espanhol. Ta bem, uma hora passamos de olhar complacente a pensar em responder com requintes de maldade. Ora, mas que feia que sou. Mas confesso, crianças depois de uma hora de visita são letais ao bom humor. Que bem faziam os pais a se restringirem a visitas de médico, ou então um shot de maracujá com camomila e quem sabe um rivotril? Ou quem sabe o que seria mais prático, darem um pouquinho de limites a seus queridos monstrinhos?
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
Como cresceu
Eu achava um saco ouvir o tempo todo que eles crescem rápido e tals, na verdade para mim o tempo se arrastava dolorosamente. Parecia-me que inclusive os segundos eram lentos. A fase de bebê pouco aproveitei, vivia tão desiludida e triste com não ter voltado a forma, por não ter tempo para namorar e até para eu fazer as coisas mais básicas e necessárias da vida que tantas vezes pensei que não havia nascido para ser mãe. Hoje não sei se sinto saudade, é que só de pensar no que passei me dá arrepios... Mas sinto uma saudade de fotografia, como se fosse possível reviver aqueles pequenos momentos dentro de um quadro e puff, saltar dali antes que o bicho pegue. Hoje eu sinto que está passando rápido, deve ser porque hoje gosto de ser mãe. Hoje gosto de sua independência relativa, de sua comunicação, de se fazer entender e sermos (às vezes) entendidos. Hoje olho para ele e vejo que os traços de bebê estão se desvanecendo, que o rosto se alonga, que as pernas perdem as gordurinhas e que se não fossem as fraldas, pode-se dizer que já é praticamente um menino, pois tem altura de uma criança de três anos. Hoje queria que passasse mais devagar... mas é assim o tempo, fugidio sempre que buscamos e irremediavelmente teimoso quando o queremos longe.
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