A vizinha da minha sogra no outro lado da rua não tem dois, nem três, nem quatro filhos. Ela tem dez. Sim, dez!! Se eu já acho demais três, fico imaginando como seria viver no século retrasado com dez filhos. Cá entre nós, ela não deve ter mais xoxota né? Sim porque me lembro de quando tive meu filhote de pensar que nunca mais aquilo voltava ao lugar, penso que um filho por ano não dá tempo da bichinha ser feliz. Mas acho engraçado a forma como as crianças vivem. Estão sempre soltas pela rua (tá certo que é um lugar tranquilo), mas são obviamente limpas e cuidadas. O mais velho deve ter uns quinze e o mais novo tem dois que eu sei porque o Fabian já brincou com ele. E aquela coisa de que os mais velhos cuidam dos mais novos, lá não é bem assim. O mais velho só quer saber de skate o dia todo. Às vezes alguns pequenos ficam em volta a olhar. Quem realmente é muito cuidador é um dos meninos que deve ter uns dez anos no máximo. Chega a dar gosto de ver (ou pena porque deve se e uma barra ter tanta responsabilidade nesta idade). Ele cuida dos irmãos para não irem para a rua, anda de bicicleta com as meninas, põe roupa e provavelmente troca a fralda do mais novo e tem sempre uma palavra para a briga deles. Cá estou eu julgando novamente, mas assim é fácil ter filho. Ter para eles mesmo cuidarem-se entre eles e crescerem relativamente independentes. Se eu acho meu filho muito protegido perto deles? Sem dúvida. Enquanto corriam descalços, eu olhava preocupada para os pés nus do Fabian com medo de que ele pisasse em algo, olhava para a rua com medo dos carros que pudessem surgir do nada. E a mãe dentro de casa fazendo lá o que e os filhos todos na rua. Não sei, sou muito preconceituosa com estas famílias numerosas. Não é mais tempo disto, não é. Não vivemos na época em que bastava saber ler e escrever que era possível começar a vida. E eu não consigo imaginar como deve ser para ter um momento a sós com o marido, uma saída para jantar fora. Isto deve ser coisa que não existe entre eles. Não era uma vida que eu quisesse para mim.
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Tende piedade
Tende piedade de nós e do mundo inteiro. Repetido em looping mais de dez vezes, mais de duas vezes ao dia. Sinceramente procuro entender, mas não entendo. Não entendo que repetir um mantra seja uma coisa que mexa com o coração. Seja fé. Pode ser uma forma de se entorpecer, mas a mim não me toca, aliás a única coisa que me faz é irritar. Minha sogra é daquelas bem carola de igreja, daquelas que acorda as cinco para rezar, depois as três da tarde. E tá sempre orando e cantando o dia todo. Não me entra na cabeça (sou um pouco mula de vez em quando) como pode ser prazeiroso repetir palavras vazias e não sentir aquele calor na alma que se tem quando se conversa consigo ou com Deus ou com a vida, de forma sincera e não com um molde de sílabas que a boca diz. Mas ok, se eu não consigo entender, simplesmente deixo estar. As pessoas tem o direito de ser como são. Agora fico passada com a história de batizar. Não quero e não vou batizar meu filho, não acho necessário. Não acredito em um Deus que por não ter participado de um ritual terreno o mande para o limbo. Não, Deus é amor, não acham? O Deus que as igrejas pintam mais parece um daqueles deuses gregos cheios de manias e caprichos. Sinto muito sogra, mas o Deus que acredito está em cada um de nós e por isto, o meu filho já é por consequência, um abençoado.
domingo, 21 de outubro de 2012
Quando a vida imita a arte
Tessália (Débora Nascimento) e Darkson (José Loreto) mais um casal "de novela" |
Uma coisa que acho engraçado é que os (bons) atores esforçam-se tanto para parecerem credíveis que o amor do personagem passa para o intérprete de carne e osso. E aí é ver romances e casamentos terminarem porque a mocinha apaixona-se de verdade pelo mocinho, que por sua vez também deixa a namorada a ver navios para viver um amor de verão. Geralmente não dura até a metade da próxima novela. Mas já dizia Vinícius de Moraes "que não seja imortal, posto que é chama/ mas que seja infinito enquanto dure". E que venha a próxima novela: "Salve Jorge", ambientada na Turquia e que vai abordar o tema da prostituição/ tráfico sexual. E como se diz por aqui, to só pela segunda!
sábado, 20 de outubro de 2012
Os filhos dos outros
Sinceramente não tenho lá paciência para aturar crianças. Uma coisa é o meu filho, que junto não sei de onde um pingo de fôlego, mas com os outros não funciona. Vamos combinar que crianças de comercial de margarina, aquelas educadas que se sentam à mesa sem derrubar comida e esperam até o fim da refeição, as que não mexem em nada na casa quando vão de visita, só existem na cabeça daquelas velhas que insistem em dizer que os filhos/netos daquela época eram assim. As crianças são como feijão que azeda caso não seja fervido uma vez ao dia. Criança sem corretivo dos pais, azedam a paciência. E lá ficamos com um sorriso amarelo e pensamentos homicidas escondidos entre um "deixa estar a pobrezinha", "não foi nada, é só um porta retrato que comprei em Paris, mas não faz mal, vou lá todos os anos não é mesmo?".
Mas confesso, nestas horas eu fico aliviada por não ter uma menina. Isto porque reconheço que meu filho é um pé no saco, tem tanta energia que deixaria o Denis o pimentinha parecer o menino mais comportado de um colégio de padres. Mas não consigo aturar a tagarelice das meninas, principalmente naquela fase que vai dos 3 aos 20... E quando vê, com aquelas perguntas meio a apontar que fazemos algo errado que devia ser assim, isto no alto dos seus seis anos. E quando dizem aquelas invenções de que os pais dela tem um computador melhor, que o irmão faz isto ou aquilo, que costura com dois anos, que sabe inglês, francês e espanhol. Ta bem, uma hora passamos de olhar complacente a pensar em responder com requintes de maldade. Ora, mas que feia que sou. Mas confesso, crianças depois de uma hora de visita são letais ao bom humor. Que bem faziam os pais a se restringirem a visitas de médico, ou então um shot de maracujá com camomila e quem sabe um rivotril? Ou quem sabe o que seria mais prático, darem um pouquinho de limites a seus queridos monstrinhos?
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