quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Fome emocional

Eu já tive magra, depois já tive gordinha, depois já tive magra bem estilo revista de dieta e me mantive  assim até a redondez, ops gravidez, desde então já tive mais magra quase quase no meu peso mas...depois descambei a comer. Minha vida mudou 180 graus e eu que sou tão ansiosa descarreguei nos doces e em tudo que via. Isto não deveria ser desculpa, é verdade. Mesmo sem ter grana para academia eu devia correr/caminhar na rua, fazer abdominais em casa, pular a maldita corda. Não estou aqui para dizer, sim Jeanyne, coitadinha de ti, tens todos os motivos e mais outros para estar assim uma patrola desenfreada. Não. Eu engordei de novo porque desisti de mim. Por estes meses tenho estado em desespero, com a ansiedade lá em cima e deveria ter escolhido outra válvula de escape. Afinal se é para ser compulsiva então que fosse com exercício e não com comida. Ah se as coisas fossem fáceis assim. O problema é que a comida alivia a tensão, por alguns momentos me sinto preenchida. É como se com a barriga cheia, os problemas desaparecessem ou diminuíssem. É uma forma de compensação que o inconsciente cobra por ter se chateado emocionalmente e por não cuidarmos e escutarmos ele quando deveríamos. É aquela chupeta para calar a criança. Não resolve nada, antes o contrário, mas dá imenso jeito na hora. O problema é depois que vemos o resultado no espelho, nas roupas que voltam a apertar. O problema é ter de enfrentar a realidade, a de que queremos nos esconder novamente, esquecer biquini, esquecer as celulites que pulam quando caminhamos, as pernas que flexionam a nos lembrar do quanto nos afastamos de nós. Junte isto ao desânimo de não ter vontade de dar um mea culpa e recomeçar sem ressentimentos e aí me têm. 
Toda noite deito a cabeça no travesseiro e penso que amanhã vou fazer diferente. Mas o amanhã chega e a fome volta. O desespero volta. E eu cedo. Às vezes é por pura preguiça de me exercitar, às vezes é porque chove, às vezes porque venta, às vezes porque não tenho com quem deixar o Fabian ou até tenho, mas ele não quer ficar e assim vai passando. 
É dolorido admitir que a comida as tantas passa a ser um conforto, uma droga que entorpece por algum tempo. Ela está ali quando ninguém mais está para nós. Está ali para camuflar o amor que falta conosco, que está para o marido, para o filho, mas não para nós. Mas depois fica um vazio. E este vazio que fica pede para ser preenchido novamente. Se pudesse fechar os olhos e escutar este vazio, o que será que ele me diria? Acho que tenho fome de aceitação, de segurança, de amor...fome antiga, fome de quando era uma criança pequena. E você, tem fome de que?

Fotógrafo russo transforma pessoas comuns (diga-se feias) em celebridade



Eu digo...o que está faltando para mim é um maquiador e photoshop, litros de photoshop. Assim até eu fico diva!
Reportagem aqui.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

À Marina... Sá Marina

O mar

Hoje fomos à praia duas vezes. Não levei cadeira nem guarda-sol nem nada, só um balde e toalha, afinal eu sou mãe de um menino de dois anos, que que eu espero? Ler de bunda para cima durante duas horas?? Nãooo, acho que devo ter feito uns tantos boios de calate (chocolate) e turugas e pão de queju. Depois umas tantas puladas e fugidas de ondas naquele mar castanho que mais parece um Nescau. Mas estava bom, apesar de não ter o esmeralda de Cascais, a temperatura compensa. Se a mamãe aqui não estivesse um boto rosa tinha entrado um pouco mais. Enfim!
Quanto ao desfralde, decidi adiar. Pelo menos até termos a nossa casa ou quando ele mesmo comece a querer o penico. Não sei o que vai ser o primeiro hehehe! 
Como é bom estar perto do mar!! Esta era uma das coisas que senti falta ao voltar para o Brasil. Gosto do cheiro, gosto de caminhar ou correr a olhar o mar. Gosto de não ir, mas saber que está lá para quando eu quiser. Quando olho para ele sinto medo, mas ao mesmo tempo gosto de ver as ondas se formando e arrebentando. A espuma nas bordas vindo vagarosamente pousar aos meus pés. A areia fina e fofa cedendo, as conchas e as tatuíras enterrando-se a cada vez que o mar se recolhe. Aquele movimento de ir e vir ir e vir incessante dá uma sensação de segurança. Faz sentir-me parte do mundo, da melodia da natureza, das suas leis. E também me dá um pouco de esperança de que tudo que me foi tomado me será devolvido, porque é assim que acontece no mar. Uma onda após a outra, um ciclo que se fecha para logo em seguida outro se abrir.
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