quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Aqui em casa

É assim:
Eu - cuido da roupa (ponho para lavar/estendo/recolho/dobro e guardo), limpo a casa (faxina e dia-a-dia, arrumar camas/lavar louça/varrer/passar pano no chão), troco fraldas, dou comida.
Ele - faz meu café e mamadeira de manhã, dá banho no Fabian, faz a comida, fica a cuidar do filhote para a mamãe correr na praia, vai ao mercado, tira o lixo, prepara o lanche, atende o Fabian na maioria das vezes à noite.
Não poderia ser diferente...aquela história de que a mulher faz tudo e o homem fica lá sentadinho no sofá no "só venha a nós" não me convence. Se é para ser assim, preferia nem casar e ficar só com a parte boa! heheh


O lado bom

Se há uma coisa boa no desemprego do marido, é a possibilidade que temos de estar juntos 24 horas por dia. Não é que eu não queira que a nossa vida se encaminhe (ainda esperamos a resposta da última entrevista), é o que mais desejo, mas seria uma besta se não admitisse que a sua presença me faz bem.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Coisa de criança

O Fabian acorda de manhã e grita: olha, olha o papai iel!!
E o marido: Não Fabian...é só a mamãe com a camiseta vermelha do papai.
Putz...acordar sendo confundida com um senhor gordo não é lá uma boa maneira para começar o dia lol.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

O filtro

Dei por mim a pensar uma coisa óbvia, é certo, mas que eu até então não tinha reparado. As pessoas filtram aquilo que leem/escutam/veem de acordo com o seu próprio estado emocional no momento. Quando publiquei aquele texto sobre a convivência virtual, recebi um comentário de um familiar a perguntar o porquê de tanta amargura. E eu pensei WTF?! Amarga eu? Muitas vezes. Mas não tenho qualquer receio em admitir minha amargura, minha raiva quando a sinto, mas não, não estava amargurada quando escrevi e sequer tinha em minha mente qualquer figura particular quando o fiz. Aí fiquei martelando que tantas, mas tantas vezes mal interpretei a mensagem de pessoas e por consequência também fui mal interpretada e quantos imensos mal entendidos surgiram de falha nos nossos descodificadores internos. Quando alguém fala qualquer comentário e pega-nos em um dia não, ou quando nos sentimos fragilizadas por um assunto em particular e temos de engolir em seco algo que para nós pareceu-nos agressão gratuita, mas que para o locutor nada mais foi do que uma simples observação, muitas das vezes sequer dirigida a nós. E pergunto-me porque? Porque?? Meu coração acelera a ponto de quase saltar para soquear a criatura, minhas mãos tremem e suam e eu fico com aquele sorriso amarelo, sem reação. 
Querem um exemplo: vou lhes dar. Eu sentia-me encurralada quando morava em Portugal. Sentia-me muitas vezes em pânico, com medo que qualquer um fosse me agredir na rua por ser brasileira. E que por um desastre natural chovessem-me impropérios, esteriótipos de todo o jeito, pelo simples fato de eu não pertencer ali. É verdade que testemunhei algumas coisas que me deixaram magoada e que mesmo eu já fui alvo de preconceito, mas era pela minha diferença de idade com o marido. De qualquer forma, se fosse eu uma pessoa segura de mim, provavelmente não tivesse este ressabiamento com relação aos portugueses. E se fosse eu uma pessoa despida de preconceitos, provavelmente não temeria o preconceito dos outros. Antes acharia pequeno demais para preocupar-me. O problema é  que tememos, nos irritamos, agredimos, e tudo isto porque a chave de ignição não está no que o outro disse, mas no que carregamos no momento que foi dito. É por isto que a convivência com outro ser humano nos faz olhar para dentro. É um chamado a auto-análise.
 Porque me ferve as veias quando alguém comenta qualquer coisa menos boa sobre brasileiro? Porque me ferve as veias se escuto que não existe nada melhor no mundo do que ser mãe? Ou porque alguém faz um comentário que o vestido da filha está com os botões estourando como o meu que também está por estar gorda demais e não ter quase roupa que me servisse? (esta ouvi num Natal quando tinha ganho o Fabian 4 meses antes). As pessoas que dizem uma coisa não querem necessariamente me ferir. Podem ser comentários infelizes, podem ser apenas o modo delas de verem as coisas, pode ser apenas fortuito para "fazer conversa". Não estou no centro do mundo. Este deveria ser um mantra universal. Sente e repita comigo dez vezes: não sou o centro do mundo...não...
De vez em quando é bom limpar o filtro. Deixar o ego sair de cena, dar umas férias para o botão coitadinho de mim#. Não é fácil, mas assim quem sabe podemos chegar às mensagens que realmente importam. Aquelas vindas de dentro de nós.
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