Tá certo que natal tem tudo a ver com frio, neve, nem que seja de algodão no pinheirinho. Mas ano novo, vamos combinar que é a cara do verão!! Ano novo combina com noite quente, com ver os fogos na beira da praia, com entrar no mar para pedir que se renovem as energias. Combina com sorvete, espumante, ficar na varanda a balançar os pés descalços na rede. Dormir, só se for alta madrugada, depois...bem depois de muita coisa. Agora que já esbravejei o que podia, posso dizer, venha 2013, estamos aí! Só peço uma coisa: seja um pouco melhor por favor, nem precisa ser um ótimo ano. Que seja bom, para mim é que já está ótimo!
segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
Provavelmente o último post do ano
A praia inflou de três dias para cá. Só com mandinga para conseguir internet. Tenho rezado para todos os santos, prometi pular uma onda para cada um se conseguisse meia hora hoje. E consegui!
2012...um recadinho para você!
Aliás, um recadinho para todos o que com prazer ou não, com intenção ou não, foderam o nosso ano: ex mulher, enteados, português fdp, francesa fdp, minha sogra, ufa, que eu me lembre é isto. Vão junto com 2012 tomar no c*! Isto é libertador!!!! E que o papai noel traga um presentinho no sapatinho de vocês para o ano tá? Beijo, me liga.
sábado, 29 de dezembro de 2012
Com que roupa eu vou?
Aqui há uma tradição sobre a cor da roupa do ano novo. Acredita-se que conforme a cor estaremos atraindo as energias boas desta para o ano que começa. Algumas vezes entrei à meia noite de vestido rosa, calcinha branca e sutiã amarelo. Mas em Portugal isto deixou de fazer sentido, tanto que passei algumas vezes de preto. A cor não tem nada a ver com o que teremos, mas ao menos alegra.
Vamos passar os três sozinhos desta vez, já que no natal minha mãe e padrasto fizeram questão de vir. Não sei ainda que roupa vou por, até tinha vontade de por aquele vestido que anda ansioso para estrear, mas que por hora não me serve. Então se não é ele pode ser qualquer um.
Agora quanto ao ânimo, espero que mude nos próximos dias. Temos andado tão além do tempo que às vezes tenho de perguntar quantos dias faltam, porque parece que ainda falta tanto e sempre me surpreendo quando dizem que está aí no início da próxima semana. Então, esperança, meus amigos. Que não lhes falte e a mim também. Porque quem a perde, perde tudo. Independente da cor, a vida tem de ter alguma. E a propósito: alguma coisa verde, até um galho da árvore de natal serve (se tiverem uma).
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
Coisas que fazem pensar
"Como está hoje?" é a saudação que eu mesma escrevi no celular. A cada vez que o Fabian o derruba no chão, lá tenho de juntar as peças, achar a bateria, encaixar novamente e lá se acende a frase de sempre. Às vezes respondo, às vezes acho que é muito bobo estar a falar com o celular e não através dele com alguém. A verdade é que pus esta frase para me perguntar constantemente sobre mim. Afinal como estou hoje? Como estou agora? Nem sempre por mais que falemos ou que deixemos que certos assuntos repousem sobre o silêncio, deixa de existir uma necessidade de que se ouça diariamente tal pergunta. Há dias em que a necessidade é maior. Hoje é o dia.
Como estou hoje? Caro celular, tenho pensado muito sobre isto e ainda não cheguei a uma conclusão se ando bem, aborrecida, feliz, com raiva, conformada, revoltada ou uma mistura disto tudo. Tenho pensado muito sobre a vida, sobre como as coisas tem acontecido até então. Na minha conceção as coisas acontecem quando tem que acontecer, tudo tem hora certa e a vida é um misto de nossas escolhas e outras situações que estão para além disto. Há quase oito meses sofremos uma reviravolta. Tive de tomar decisões rápidas e tomei o rumo de volta para o Brasil. Meu avô sempre me disse que se alguma coisa não desse certo em Portugal, que eu poderia voltar tranquila que ele estaria aqui de braços abertos para me receber. Mas ele não estava. E na verdade este é um caminho para percorrer-se sozinho, até mesmo para que cada um escolha os motivos pelos quais uma mudança destas possa fazer sentido.
Na minha modesta opinião a mudança é lenta. Desconfio firmemente de quem diz que foi fácil. Não é apenas um pedaço de terra que se muda sob os pés, nem de um punhado de gente ou clima. Mudança é mais do que isto. Temos de escolher que parte de nós devemos levar. E a parte que fica dói, deixa um vazio. Luta ferozmente para se encaixar ao passado. E enquanto não consegue, arranha. Sangra. E chora. E a nós falta-nos a coragem para mover-nos, para dar adeus.
Não, a mudança para mim ainda não se completou, ela ainda acontece embaixo dos meus poros, esconde-se em pensamentos derrotistas. Ainda clamo pela mudança, que ela me leve, que ela me lave, que deixe-me leve. Eu que ando carregando o peso das minhas expetativas nas costas, que ainda enfureço-me selvagem perante a inexistência de um recomeço. Mudamos de país, mas estranhamente permanecemos no limbo. A mudança em si não aconteceu. Não há casa, não há emprego, nem escola, nem independência financeira. E perguntas-me como estou hoje? Estou assim, a modos que não sei bem como me sinto. Talvez frustrada e com medo de que toda estrada tenha sido em vão.
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