segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Nem todo evangélico é fanático, mas 99% dos fanáticos são evangélicos


Casinha do Edir Macedo



Esta é a conclusão a que chego lendo tais comentários sobre a tragédia em Santa Maria. Um bando de hipócritas isto é o que são. Acho tão engraçado que só se faça caridade pensando em um suposto trono de Deus, que só se dê dinheiro com medo que a comunidade lhes veja como avarento, que só conversem com os seus amigos se forem evangélicos e que os que não são devem ser evitados a não ser para serem "catequizados" (diga-se azucrinados). Uma religião que destrói laços familiares, desculpa, mas para mim, é escravidão. Uma religião que proíbe que se faça o que se gosta, que se vista da forma que quiser, que se deixe o cabelo somente como o pastor dita. E por falar em pastor, não é de hoje que milagrosamente (com o perdão do trocadilho) estas pessoas enriquecem. Isto é do que? É Deus lhes recompensando pelo trabalho árduo? 
Uma religião que se preocupa mais com o diabo do que com Deus, mais com a tentação do que com o amor, mais com o dinheiro do que com a verdadeira caridade, tem sido considerada a praga do século 21 no Brasil. Até uma emissora de  tv eles já compraram, além das maiores rádios de todo o país. Em breve estaremos mergulhados em um mar de Edir Macedo e gang lta. E é disto que tenho medo. Não tenho medo da violência por si mesma. Mas tenho medo da violência às minhas crenças e de todos os brasileiros.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Absurdo

Voluntários abriram caminho para os bombeiros
Boate Kiss com lotação para 1000 pessoas


Absurdo. Absurdo. Não me pus a comentar a bolsa da menina, até porque sou contra dar antena para idiotices destas. Agora absurdo, 240 pessoas aproximadamente, em uma cidade pequena do meu estado, perderam a vida em uma boate. Absurdo. Show pirotécnico de um dos músicos, que é proibido em lugares fechados, palco de madeira, teto de espuma, cortinas. Alvará vencido desde Agosto de 2012, portas de banheiro confundidas com a saída de emergência. Seguranças seguindo ordens para não deixar as pessoas saírem sem pagar. Absurdo. Mais de 240 mortos e 50 feridos. Corpos enfileirados no ginásio à espera de que os pais e familiares os vão reconhecer. Absurdo não é uma bolsa. Absurdo: jovens universitários em festa para o fim de seus cursos,  terem suas vidas exterminadas por tão pouco. Por ironia do destino, um instrumento para situações de emergência, um sinalizador. Absurdo.
A propósito, as minhas primas que vão todos os finais de semana nesta boate, graças a Deus não foram ontem.


Adenda: 116 pessoas feridas e 233 mortos de acordo com as últimas notícias.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Como eu me sinto quando procuro as ex do marido na net


Eu: Tu transaste com isto? E achavas bonita?
Ele: Mas ela era bonita. Ainda é um pouco...
Eu: Uuuui! Um arraso...

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Eis aqui alguém que não se esconde


Chegamos naquela salinha improvisada, ele esperou que entrasse e chaveou a porta. Ali ficamos, mede isto, afasta aquilo, aperta ali, escorrega lá. Até me sentir completamente enquadrada em números. Mas faltava aquele, o terrível, do qual não podia me esquivar. Então como vai ser?, pergunto-lhe. E ele: com meias por favor. Está preparada? E eu, sim, como sempre. Não sou uma mulher de rodeios, subi com firmeza e já antevia o resultado. Ele exclamou, "pô". Um pô assim, seco. Não era de muitas conversas. Também eu olhei para baixo timidamente. Um número saltava e ele anotou. 76.6 quilos de medo, 28.5% de ansiedade. Sim, no meio disto não esqueceu dos meus 55 quilos de paciência (afinal havia alguma) misturada entre ossos e músculos. E água. Sou assim uma pessoa com sobre peso, ainda não obesa de angústias, mas com prescrição para chegar no mínimo aos 66 de bom senso. Avisei o professor de que esta se tratava não da primeira, não da segunda, mas da terceira vez que isto me acontecia. Tenho tendência para o desatino disse a ele. Ou talvez não, disse a mim mesma. 
Não sei o que se passa comigo. Tenho ânsia de tempo. Quero que ele passe, mas ao mesmo tempo quero que congele. Dá para entender? Não? Então vou explicar como aquele chocolate me chama assim, de fininho, pede-me que lhe segure e lhe ponha na boca. Sentiu? É doce, não como a vida. Muito melhor que servir nas calças naquele momento. Não, não consegues perceber. É a forma como ele se derrete na boca, a língua que lhe massageia entre o céu, transformando-lhe em um pouco de alegria pastosa. Aí ele desce garganta abaixo. E eu preciso de mais. É um doce, mas também pode ser um salgado. E o tempo, diria-me ele. O que tem o tempo a ver com isto? Ah, já esqueci-me. Está vendo, é por isto que preciso de manter a boca ocupada. Há qualquer ligação nos canais bucais com a passagem do tempo. Se estão ocupados, o tempo não tem vez. Não é simples? Agora deixa-me explicar como saíres disto, disse ele. Eu, como? Não, não come. Fecha a boca, assim. Mas então...e o tempo? Ele sacudia os ombros: deixe apenas que passe. Deixe que o tempo passe.
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