Aflijo-me. Não gosto de ser mãe, mas gosto do meu filho. Não queria, talvez, era que ele o fosse, acho que merece coisa melhor. Agora a pouco o marido trouxe o Fabian nos braços a berrar. As crianças do outro lado da rua (da tal que tem 10 filhos) não querem brincar com ele. Andam de bicicleta os mais velhos, o mais novo não empresta nada. Não estranho, estranho é estarem o tempo todo a pedir que ele vá brincar e depois quando vai, não deem a mínima. Mas o que me fez ficar triste é o fato de ser aniversário de uma das crianças e não permitirem que o Fabian sequer se aproxime do quintal. Poxa...até eu que tenho um coração dos duros não deixaria que um pequenino (que nem dá tanto prejuízo em doces) fique só a olhar. Bravo a esta mãe que nada faz. Bravo a este pai que só faltou dizer em palavras para que esperasse do lado de fora que os outros iam cantar parabéns. Bravo para a besta aqui que acha é péssima mãe!
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
As minhas pesquisas
Continuo tendo imensa dificuldade em encontrar literatura sobre a maternidade, não sobre o quanto é maravilhosa, um mar de rosas ou sobre padecer no paraíso. Tenho sentido dificuldade em encontrar sobre quando a maternidade "não dá certo", quando as mulheres não realizam-se neste novo papel. Será por serem poucas? Será por ser um estigma social moderno? Será pela falta de interesse sobre o assunto ou sequer ser lembrado e estudado com mais afinco? Enfim, hoje encontrei isto:
"É apenas no séc. XVIII (no último terço) que
se dá uma revolução de mentalidades que conduz
a uma alteração na imagem de mãe, no seu
papel e na sua importância.
Só após 1760 surgem publicações que recomendam às mães que cuidem pessoalmente dos
filhos e os amamentem elas próprias.
O séc. XIX é, consequentemente, um importante marco na origem de uma «nova mulher»:
educadora, mãe, criadora da sociedade futura.
Passou a esperar-se uma quase omnipotência
por parte da mulher.
Cria-se assim à mulher a obrigação de, antes
de tudo o mais, ser mãe.
Segundo Badinter (1980) este é o início do
mito que, ainda hoje, quase duzentos anos mais
tarde, continua vivo – o do amor maternal enquanto amor espontâneo." (Grifo meu).
É apenas um começo. Quem tiver curiosidade, é um artigo que faz um panorama sobre a maternidade, é curto, mas interessante.
Podem conferir aqui.
- Pai, estás com cara de chuva.
- É mesmo, meu filho? Mas porque dizes isto?
- Tens os olhos juntos. Tens os lábios presos em ventania.
- Sim.
- Tens o queixo armado como se fosse desabar água a qualquer momento.
O velho concordou com a cabeça e os ombros pendidos. Agarrou-lhe a mão para deixar o jardim de inverno, acompanhado do jovem. O filho não enxergava... mas via muita coisa.
- É mesmo, meu filho? Mas porque dizes isto?
- Tens os olhos juntos. Tens os lábios presos em ventania.
- Sim.
- Tens o queixo armado como se fosse desabar água a qualquer momento.
O velho concordou com a cabeça e os ombros pendidos. Agarrou-lhe a mão para deixar o jardim de inverno, acompanhado do jovem. O filho não enxergava... mas via muita coisa.
terça-feira, 12 de fevereiro de 2013
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