sexta-feira, 8 de março de 2013

Polêmicas e mais polêmicas

Ora bem, levante aí a mão quem gosta de ser criticado! Levante mais alto quem gosta de ouvir sermões da montanha, moral de cueca, e a tal explicação do "refletes que é para o teu bem", ou o tal "ah mas ouvir umas verdades, dói não é?". Falem honestamente, quem em sã consciência gosta disto?  E quantas vezes não somos obrigados a conviver com a contrariedade e com os pitacos que os outros dão na nossa vida? Poderia estar falando de mim, mas estou falando de nós, nós os blogosféricos que temos a nossa casa virtual e gostamos de receber visitas diárias. Aconteceu em um blog que sigo, uma opinião se transformar em um espicaçado de comentários e contra comentários, por uma coisa tão boba minha gente. Uma coisa que todos temos, não não é bunda. É preconceito. É feio né? Mas é nosso e não adianta esconder, ninguém é tão liberal quanto pretende parecer. Em certa medida somos todos preconceituosos e ignorantes. Porque? Simplesmente porque somos humanos e a nossa existência não consegue abarcar tantas realidades e "verdades" mundanas e intelectuais. Em certa medida vamos ignorar grande parte das etnias as quais julgamos, dos países que chegam apenas por notícias parciais e inclusive de, como chamamos aqui, das "tribos" urbanas que ocupam conosco o mesmo espaço. Conhecimento total e absoluto da realidade é uma coisa que de fato nunca teremos, portanto "verdades" tão levianamente jogadas em comentários é deprimente porque só revela a auto-ignorância em que nos encontramos. Alto lá, uma coisa é discordar do argumento, outra bem diferente é fazer juízo do que eu penso como sendo o que o outro É. O problema é que as coisas confundem-se e as tantas já deixamos de ter a nossa opinião aparentemente neutra e passamos a atacar. E porque a surpresa quando é isto que fizemos ao longo de milhares de anos para nos fazer valer o nosso apreço aos demais? A evolução de hoje não é a daquele que mantém o fogo aceso, a evolução hoje é a do que usa este fogo para iluminar-se e crescer.

quinta-feira, 7 de março de 2013

O colecionador de mágoas

O corpo fala, filho. Tenhas certeza disto. Tu podes achar que não proferiste uma só palavra, mas ele trai-te desde o princípio, desde o primeiro choro até o último suspiro. Eu digo-te que fala e age conforme a petulância do teu coração. E como, perguntas-me. Lembra de algo que te incomoda, vês logo o teu peito a galopar, tens uma pontada no estômago, um tique no pé. Doem os dedos, estalamos como gostaríamos de fazer com alguns pescoços por aí. E não, nós fingimo-nos de surdos a cada vez que ele fala. Parece-nos que quer nos tirar o brio de civilidade e nos transformar em segundos em macacos selvagens de corpo nu. O corpo quer-se nu. Ele fala e nós não o escutamos. Teimamos e ele também teima por sua vez. Duas pessoas conversando são dois corpos falando ao mesmo tempo. Ganha quem souber ler o outro, quem parar de fingir e ouvir as mãos, os nós mal resolvidos. Ganha quem calar. Em suma. E é só. O corpo fala e trai-te. Quanto mais cedo perceberes, filho, mais saberás de ti e dos outros.
Sabe porque a arte é tão exagerada aos nossos olhos? É porque não tem pretensões para com a vida. A arte não imita a vida, não aquela que conhecemos. A arte imita o corpo. E daí que a notícia de uma morte causa um desmaio. Já viste lá alguém desmaiar quando outro morre? Eu não. E quando em desespero um sujeito se joga ao mar de roupa e tudo. E outro vomita quando uma situação lhe causa asco. Não, filho, ninguém o faz. Por acaso este teu velho pai aprendeu que há memórias que não se evocam, que há filmes que não devemos rever. E no entanto revemos. Sonhamos, sofremos, odiamos tudo outra vez. E a cada volta o corpo fala, aperta-nos com sofreguidão. Porque não o escutamos agora? O corpo não sabe do tempo, acha e vive como se fosse da primeira vez. Como se pudéssemos mudar naquele instante o que já é passado. O corpo não possui gavetas como eu para colecionar mágoas, pois se gavetas tivesse, estariam todas, filho, rasgadas ao chão até o último dos sentimentos.

quarta-feira, 6 de março de 2013

No pediatra

Parece que a ausência do pai já fez sentir na pele, literalmente. O Fabian voltou a apresentar uma alergia muito feia embaixo dos braços, ele já tinha tido quando entrou na creche em Portugal, mas foi generalizado, nas pernas, braços e barriga. Desta vez não deixei aumentar e fomos na pediatra, pois é tudo emocional e além de uma pomada convencional, saímos com duas homeopatias para tratar a ansiedade e separação. Aproveitamos para checar o peso e altura e... temos um menino com medidas de criança que completou 4 anos. Um metro e 16 quilos, percentil 100 e 90 respetivamente. 
A mãe recomeçou o desfralde por conta dela (!!!) e vamos seguindo, pois ao menos dois xixis saíram no penico. É indo sem pressas...pena que o verão está acabando, muita chuva e noites e manhãs fresquinhas, muitas cuecas e calças na secadora. Ah e o marido já tem uma entrevista. Olha eu aqui cruzando os dedos! 

terça-feira, 5 de março de 2013

Facebookeando


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