sábado, 9 de março de 2013

Alface???


Uns dias atrás vi um programa daqueles em que uma pessoa tem a possibilidade de comprar o que quiser (e o que couber no carrinho) durante um minuto. Para já largaram a criatura na sessão das frutas e verduras. Porque não na de brinquedos, na de panelas ou na de eletrônicos? Ah ser pão duro em uma ocasião que serve de propaganda para a cadeia de supermercados não é uma boa aposta. Depois o tempo: sério um minuto mesmo! Não dá nem tempo de alcançar dois ou três corredores. E aí o pior: a dita (era uma mulher sim e talvez daí o acanhamento) resolve "escolher", coisa que não cabe nesta hora. E aí pega tomate (??), chuchu, anda as voltas com o carrinho, volta e como quem esquece-se de algo muito importante...pega um pé de alface. Jura?? Alface? Deus dá nozes...  

sexta-feira, 8 de março de 2013

Esquecer


Das qualidades que mais admiro em uma pessoa é a capacidade de esquecimento. Não daquele tipo de senilidade em que se fica meia hora procurando o óculos que na verdade se está usando. Refiro-me aquelas pessoas que não tem mágoas com o seu passado (nem com o dos outros), que são bem resolvidas e que simplesmente esquecem a infelicidade de alguns acontecimentos ou palavras duras que lhe foram dirigidas. Eu não. Tenho lá um dom para lembrar de cada detalhe com exatidão, as reações da pessoa, as minhas. Até o diálogo que não se falou por ficar travado na língua. E às vezes tudo parece bem, tudo muito bem muito bom, estou lá falando com a criatura e de repente uma coisinha me faz lembrar algo que passou e pronto, azedo o cenho e fico pisando em ovos. 
Queria, juro, esquecer...seria mais saudável e até mais magra. Mas acho que no fundo não esquecer também tem suas vantagens e elas são saber com quem estamos lidando...porque quem faz uma faz duas e se faz é porque de alguma forma, eu deixo.

Tão eu


Eu via

Ando sem vontade para ver os mortos. Faz tempo... Não quero que me visitem, não quero que me apareçam na frente da cama, não quero que me venham tirar à força do corpo. O corpo é meu e eu saio quando quiser! Entenderam?
Sou cagona, extremamente cagona para estas coisas e preferia não ver nadica. Em Portugal acontecia muito de acordar de madrugada e ver alguém no quarto a olhar para mim. Outra vez tive mesmo de gritar e acordar o marido, pois tinha uma velha em cima dele a lhe puxar os fluídos vitais pelo nariz. O marido quase tinha um ataque cardíaco quando fazia destas, mas ficava completamente apavorada e esta era a minha reação mais rápida. 
Lembro-me de uma vez há uns dez anos atrás estar dormindo na casa da minha vó, no quarto que pertenceu a minha tia. Detestava dormir ali, tinha sempre medo. Às vezes eu ia de travesseiro e tudo e pedia para o meu vô dormir lá e ficava dormindo com a vó. Cansei de fazer isto. A minha mãe pirava quando até os 12 anos ia dormir no chão do quarto dela se acordava no meio da noite. Pois então estava lá dormindo e de repente acordo-me com a intenção de me virar e quando abro os olhos dou de cara com um homem a me olhar. Fiquei sem reação. Nem sei como não me caguei toda. Ele me olhava e não desaparecia quando piscava os olhos na tentativa de me convencer de que não passava da minha imaginação. Ele estava sentado ao meu lado, literalmente ajoelhado sobre mim, com o rosto muito muito perto. Tinha olhos azuis, mas como eu poderia saber se estava escuro? Não sei, mas tinha e era branco com o cabelo castanho claro. E estava nu, ou pelo menos com o dorso nu. E me olhava com curiosidade, com calma. Não tentou dizer nada, apenas olhava e tinha até olhos serenos. Devo ter pensado em milhonésimos de segundos "o que tu quer de mim". Antes de sair correndo para o quarto e obrigar o vô a dormir naquele quarto. Depois falando com uma amiga que partilha das mesmas crenças espíritas, ela solta um palpite: acho que era o teu filho. Geralmente visitamos os nossos futuros pais antes de encarnar, mesmo que na Terra pareça que faltasse muito, uma década, o tempo no mundo espiritual é vivido de forma diferente. Pode ser que tenha sido, até recordo-me de um sonho quando ainda estava grávida em que um jovem me pedia para chamá-lo de Adrian porque era o seu nome e não de Fabian como eu pensava e de fato coloquei no meu filho. Enfim...há muitas coisas entre o céu e a Terra, se há.
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