segunda-feira, 11 de março de 2013

Porque os homens preferem mulheres mais novas?



Acho que há uma falsa ideia de que a medida que se envelhece, as mulheres ficam mais maduras, mais inteligentes, mais felizes com o seu corpo. Cá para mim elas ficam mais chatas, mais picuinhas, mais frustradas e acabam por colocar esta frustração contra pessoas que não tem nada a ver com isto. Explico-me. Quando jovens somos mais inexperientes, temos problemas com o corpo, com aceitação deste, temos mais dúvidas que certezas, estamos mais dispostas a aprender, mais abertas e condescendentes com os relacionamentos. A partir do momento que as mulheres iniciam a saída da juventude, no fim dos trinta, as mudanças começam a ocorrer...a flacidez toma conta, não se emagrece com tanta facilidade, já não há mais tanta paciência para os homens e suas toalhas molhadas, o seu futebol no domingo, o espelho salpicado de pasta de dente. As mulheres hoje tem uma suposta independência financeira, digo suposta porque não é lá todo mundo que pode encher a boca para dizer que é independente: uma coisa é trabalhar, outra é ser independente. Já disse que aqui no Brasil é preciso mais que 1500 reais para se manter? Pois.
Hoje também a separação é comum e, mulheres que vivem sem companheiro, que nunca tiveram um relacionamento de juntar as escovas, são muitas. Elas andam por aí a reclamar que os homens preferem as guriazinhas. Ora deixa ver porque...porque em tese tem um corpo mais durinho (sexo lembram? Quase a primeira e última coisa que um homem pensa durante o dia). Ponto dois: as mulheres mais jovens são complicadas com relação a si mesmas, talvez tanto que não sobre tempo para complicar com o amante/namorado/marido. Ponto três: senso de humor. Atenção que toda regra tem exceção, mas as mulheres bem humoradas não devem andar de ônibus (penso eu que não vi nenhuma). E depois é a questão de estar tanto tempo sós e muitas vezes já ter o seu canto, que aturar a presença de um macho que bebe cerveja, arrota e peida, nem sempre nesta mesma ordem, não é dos seus pontos fortes. Vejo que há uma tendência para as mulheres de 40 em diante, e ainda solteiras, não serem as preferidas da ala masculina porque são pessoas que vem com muita bagagem. E a gente sabe que isto nem sempre quer dizer que seja bom. Muitas mulheres vem machucadas de outros relacionamentos, muitas aprenderam a ser desconfiadas com o amor, muitas foram traídas, muitas nunca gozaram na cama, muitas foram abandonadas. Os homens são criaturas simples de entender e são criaturas que vivem no presente. As mulheres, infelizmente, carregam mágoas demais, complicam demais, brigam e discutem demais. Do passado. As mulheres exteriorizam mais o que pensam e sentem, talvez daí a diferença com os homens. Não é que eles não tenham também (e muitas vezes tem) os seus esqueletos no armário, mas tão e só os deixam lá a pegar pó. 
Isto surgiu a propósito de uma conversa com o marido sobre a nova vizinha de quarto, que beira os 50 anos estar a infernizá-lo por causa do ronco. Se ela tivesse a paciência de aturar o ronco masculino (que vamos combinar que tá para nascer homem que não ronca), de repente algum jovem pudesse lhe resolver o problema de falta de foda. Porque também tem isto, até por uma simples trepada, a mulher madura complica.

domingo, 10 de março de 2013

Fiquei mesmo feliz

A minha amiga do outro post é socióloga, mas trabalha em uma escola do município como professora de história, geografia e filosofia, não ao mesmo tempo, claro. Há uns tempos atrás tinha me falado de um dos alunos que tinha uma das histórias mais tristes da sala. O menino tem só onze anos, foi abandonado pelo pai e depois pela mãe. Os irmãos estão perdidos para o tráfico de entorpecentes e ele mora com uma vizinha que lhe dá ao menos um prato de comida. Para ajudar em casa e ter dinheiro para passagem, faz faxina na vila, cobrando 20 reais apenas ( custa em média 80 um dia de limpeza). Acontece que o rapaz é muito estudioso, é inteligente e responsável. Tem o caderno em dia, participa nas aulas, faz as tarefas de casa. É quase um adulto no corpo de uma criança...dá o que pensar. Quando ela me contou a história deste menino, fiquei com um nó na garganta, porque em comparação com tantos outros que além de não ter família presente são preguiçosos, sim, mesmo preguiçosos, ele que tem tão pouco, já trabalha e ainda tem tempo para estudar. Às vezes não tem o que vestir...chegava o inverno e não tinha casaco e ia com calça furada para a escola. Minha amiga cansou de fazer campanha entre os professores e lá arrecadavam agasalho e material escolar. Hoje ao falar sobre o trabalho dela, contou-me que foi convidado para uma feira de ciências no colégio militar, um dos mais fortes e exigentes da cidade. Chegando lá, os coronéis ficaram sabendo de sua trajetória e de como apesar de tudo era um ótimo aluno, ofereceram-lhe o curso para se preparar para a prova de admissão no colégio. Nossa, fiquei muito, mas muito feliz por aquele menino!!! E ainda vai receber as passagens e algumas ajudas para que possa ter mais tempo para o estudo. Espero que ele seja mais um caso de superação, e vai ser de certeza, porque uma cabecinha boa destas não se deve perder por aí.

sábado, 9 de março de 2013

Facebookeando


Vamos falar de racismo?

Lázaro Ramos - o primeiro galã negro da Globo
Acho que é dos temas mais incômodos de se refletir. Afinal eu sou racista? Todos somos subliminarmente racistas? Até que ponto o racismo está tão incrustrado em nossa cultura a ponto de acharmos normais certo tipos de pensamento e linguagem? Eu como toda gente de bem, achava que não era racista. Deus me livre! Quê isto, somos todos iguais, porque discriminar alguém pelo tom da pele, que absurdo! Meu padrinho é negro. A minha melhor amiga é negra. Já tive outros amigos negros. Falando a verdade, eu acho negro bonito e negra também. Não sou daquelas de levantar quando outro senta, de não falar com a pessoa porque ela tem a cor escura. E no entanto já dei por mim a ter medo quando um grupo de jovens negros passava perto. E se fossem brancos teria o mesmo medo?
Tem gente que não se acha racista (como eu), mas quando se refere a alguém afro-descendente (termo politicamente correto) é sempre com um: ah o namorado dela, aquele negrinho. Como se o fato de usar o diminutivo impedisse revelar o preconceito. E quantas vezes disse e ouvi dizer: aquela mulher negra é bonita. Ou ela é negra, mas é bonita. Ou ainda: aquele negro (ou carinhosamente apelidado de negão) é o meu melhor amigo. Se fosse branco falaríamos sempre da cor? E porque ser branco é normal ou mais comum e ser negro não? É preciso quase sempre especificar-se que o fulano é de cor negra e porque?
Historicamente não negamos que algumas tribos africanas vieram cá dar com os costados trazidas por comerciantes portugueses, a princípio a mando dos que aqui viviam e mais tarde, encomendadas aos ricos fazendeiros brasileiros. Esta etnia vinda de fora, importada como mão de obra, como se de boi se tratassem, incorporou-se em nossa sociedade, trazendo também as suas crenças e visão de mundo. Tanto eram vistos como animais por muito além do fim da escravidão, que ainda no tempo da minha avó se dizia que fulano era bom, era um "negro de alma branca". É uma evolução porque durante muito tempo acreditou-se que negro não tinha alma.
Tá mas e hoje, como se identificam os negros do Brasil? Eu achava a pura da loucura a minha amiga referir-se em termos de identidade como afro-descendente. Então para mim fazia sentido se ela fosse filha de Angolanos e ainda cultivasse a forma de falar, a gastronomia, o candomblé. Mas sua herança africana se encontrava a anos luz de distância tanto quanto a minha herança portuguesa. Não entendia, a princípio, porque fazia tanta questão de se identificar com a África, em si um continente visto antes como país, como unicidade étnica, o que não é real.  E não entendia porque não era julgada a todo momento por ter um cabelo pixaim, por ser lembrada a todo o momento da minha cor (branca, branca, branquinha, transparente). E se é delicado encontrar um termo a que não se ofenda uma pessoa, que tal, termo nenhum? E porque dá-nos a sensação de que falta algo? 
A minha amiga identificava-se com a sua herança africana porque apesar do Brasil ser um país mestiço, negava sorrateiramente sua herança negra (assim como nega a índia). Porque para ela não havia um lugar digno no imaginário brasileiro, porque a ela eram fechadas portas em um anúncio que dizia exigir "boa aparência". Porque a ela ainda hoje é negada cerca de 20%  do salário comparado com uma pessoa branca. Talvez me parecesse que ela buscava sua mãe africana, pois a brasileira era carrasca, era madrasta a não lhe dar as mesmas oportunidades. E é verdade que apesar disto, minha amiga continuou órfã, desistiu e foi ser socióloga. Hoje dedica-se a causa ambiental ao invés do estudo africano.
E o Brasil? Só há três anos atrás em toda a tv brasileira houve um negro protagonista na novela e ainda mais peculiar: galã. Tiraram o negro da cozinha ou da direção de limosine ou da cadeia e o colocaram como patrão. Causou estranheza assim como causa aqueles filmes americanos em que todos os atores são negros e em que um ou outro branco faz papel secundário (o inverso do que acontece regularmente). 
O racismo deixou marcas mais profundas que a servidão, desde sempre os negros foram tratados de forma inferior aqui e nos países que os receberam como escravos. Arrisco-me a dizer que o racismo nunca esteve tão reprimido e por isto não deixou de existir, nem deixará enquanto não questionarmos o que está por trás do preconceito. Há tempos circulou um vídeo do Morgan Freeman falando sobre o dia da consciência negra. Para ele não devia ter um dia, que se deixasse de falar sobre isto que era talvez pelo próprio dia que lembravam o porque de serem diferentes. E eles não queriam estimular a diferença, eles queriam ser iguais e portanto para deixar de haver racismo, bastaria que não se falasse nisto. Eu discordo, porque apesar de democraticamente sermos todos iguais, os negros não o são. E não são porque? Porque a maioria da população pobre é negra ou parda, porque a maioria dos que tem sub empregos são negros, porque o acesso ao ensino superior é difícil, porque ainda não lhes permitimos status igualitário. Nem na nossa cabeça. Porque fica muito fácil escondermos nossos preconceitos e jogá-los à sociedade, como se não fossemos parte desta, chamando-a de racista, classista, sei mais o que. Acho que enquanto não falarmos e não admitirmos nossa cota nesta sociedade , estaremos como o outro, tão bons como "negro de alma branca". 
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