Estou sentada na frente de um computador, deve fazer umas três horas. Blusa de cetim apertada nos braços,é bom não posso me espreguiçar. Saia verde pelo joelho. Tenho uma entrevista dentro de hora e meia, dois ônibus, meio turno, salário baixíssimo. Tenho a certeza de que vou só mesmo para agradar a minha mãe, já que este valor não consigo nem por meu filho só de manhã na creche. Tentei por várias vezes contactar com o marido, mas estamos em um jogo de gato e rato involuntário desde o início do dia. Acho que morreu. Só pode ter morrido. Porque estava on line e não me respondeu? Nestas horas a morte me parece mais provável do que a queda de internet. É o medo que me assombra, o medo de que a chance de me livrar de vez desta merda, morra de vez. Por outro lado, penso mesmo que ele lá está só e que teria a velha dona do apartamento e a vizinha do lado do quarto a decência de me avisar? E se morre e eu não fico sabendo? Estou enlouquecendo, eu sei e é por isto que sofro. Enlouqueço como um pássaro agora enfiado em um espaço minúsculo e solitário. O vazio e a prisão da minha própria vida. E se nem a comida mais me deixa feliz, a solução é dormir. Já acordo com vontade de dormir. Não é sono, é só a vontade de hibernar e acordar quando o inverno passar...
terça-feira, 12 de março de 2013
É oficial
Estou brega brega. Esta saudade louca me faz escutar Roberto Carlos vezes e vezes sem conta e tenho vontade de chorar. Yep, sou daquelas que escutam músicas tristes para ficar completa a fossa. Ainda acho que voltei à adolescência...
"Aião"
E para o Fabian, o papai ainda está no avião trabalhando. Por mais que explique, ele volta sempre ao mesmo assunto, acho que faz confusão com a nossa futura casa e a viagem de avião do pai. Talvez ele imagine que vamos acabar por morar em um.
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