Uma das coisas que me deixa mais nervosa é o fato de ter de o tempo inteiro conter o Fabian. Dizer não cansa. As frases mais usadas são: não faz isto, não faz assim, não puxa o rabo do cachorro, não puxa o pelo do Yoshi, etc, etc. Às vezes chego no final do dia tão esgotada que só tenho vontade de deportá-lo para Portugal tamanho é o estresse acumulado. Quem disse que educar era fácil? Lembro que o marido, apesar de também dizer não, era muito mais descontraído que eu. Talvez pela idade, talvez porque este será a sua rapa do tacho. Já eu tenho medo da má educação do meu filho. Tenho medo de ouvir que é um menino irritante e indomável, o que muitas vezes penso cá para mim.
Percebo que estou repetindo os mesmos erros da minha mãe que queria uma criança extremamente bem comportada, que sorrisse, que emprestasse brinquedos, que ficasse quieta. Ela até teve sorte porque eu era uma criança deste tipo. Mas o Fabian é um menino com uma energia inesgotável e que mesmo quando vem cansado da rua, ainda teima com uma série de coisas, atira brinquedos para o ar e esperneia a cada não. Não pensem que também não há lugar para elogios, há sim, no entanto são raros, pois que raras são as vezes que o moço porta-se bem.
Tenho a plena consciência de que posso não estar fazendo o melhor dos trabalhos a dizer tanto não, mas também não consigo deixar o barco andar sem rumo, até porque já tenho um exemplo assim na família. Resta-me preparar a cabeça para os cabelos brancos que daí virão, e sendo positiva, daí é que viro loira de vez.