Escreve "Bom diaaaaa" no facebook e na vida real não cumprimenta ninguém.
#comoficochateada
segunda-feira, 25 de março de 2013
A parte feia de nós
A propósito do que tinha dito sobre ser honesto consigo mesmo, tenho reparado que não são as escolhas das pessoas que me incomodam, mas sim a hipocrisia com que enganam a si e aos outros. Defeitos e fraquezas todos temos, no entanto como forma de amadurecimento é imprescindível que tenhamos a consciência dos nossos sentimentos. Não é tarefa fácil, eu que o diga, mas é uma escolha que opto todos os dias ao dar ouvidos aqueles pensamentos menos agradáveis de se escutar. Dou um exemplo: tenho uma voz que constantemente me diz coisas negativas, tanto a mim como aos outros. Às vezes passava por um rapaz a fazer manobras em um skate e pensava: tomara que caia. Às vezes alguém dizia que fulana ainda não se recuperou de tal coisa e eu pensava: que bom. Às vezes via meu filho a correr na sala e pensava: vai dar de cabeça em uma quina. Isto é um exemplo absolutamente espontâneo de pensamentos e desejos talvez, que passam como susurros. Minha primeira reação é negar, porque afinal não me considero um monstro e acho que não desejo mesmo aquilo que acabei de pensar. Gastava e ainda gasto energias a "desfazer" pensamentos e a desculpar-me às pessoas que o receberam. Porém só tapar o sol com a peneira não faz de maneira nenhuma que quebre este padrão. Ao invés disto, pergunto aquela voz: porque está tão irritada? Porque quer isto ou aquilo?
A nossa primeira reação ao lidar com uma parte feia de nosso ser, é de rejeitar, agredir de volta e assim perpetuar a influência que tais pensamentos nos trazem de desconforto e vergonha.
Se analisarmos bem, amor e atenção, tão resumidos em uma palavra "aceitação" é a vontade de qualquer um destes seis bilhões de humanos que habitam este planeta. Duvido alguém querer voluntariamente reações negativas para si. E porque havia de ser diferente com esta parte feia que carregamos? Ela quer vir à luz, mas constantemente a empurramos para a escuridão, ela quer ser ouvida, ela quer colo e aceitação. O que fazemos com alguém muito irritado e agressivo? Damos um soco? Ou oferecemos um copo d'água e o deixamos falar? Por para fora pensamentos e emoções tidas como negativas, a que fomos compelidos em nome da educação a rechaçar e ignorar. Elas não vão embora, elas não se curam a si próprias sem a nossa vontade. Elas estarão sempre à espera de nossa decisão em reabilitá-las, no entanto a forma com que requerem atenção é comparada à rebeldia de um adolescente que finge recusar afeto.
Tenho mesmo de ser mais tolerante com esta questão porque reconheço como é difícil lidar com esta voz e o quanto ela é cansativa em julgar e cobrar. E é uma pena realmente que a maioria das pessoas prefiram ser surdos e cegos a si mesmos. Penso ser aí o ponto em que Sócrates queria chegar, apenas sendo conscientes de nossa ignorância damos um passo à frente. Infelizmente, a cultura da satisfação e aceitação externa oferta-nos apenas a ilusão de que somos adultos, quando não passamos de crianças que a recém aprenderam a engatinhar.
A razão porque as mães envelhecem mais rápido
Uma das coisas que me deixa mais nervosa é o fato de ter de o tempo inteiro conter o Fabian. Dizer não cansa. As frases mais usadas são: não faz isto, não faz assim, não puxa o rabo do cachorro, não puxa o pelo do Yoshi, etc, etc. Às vezes chego no final do dia tão esgotada que só tenho vontade de deportá-lo para Portugal tamanho é o estresse acumulado. Quem disse que educar era fácil? Lembro que o marido, apesar de também dizer não, era muito mais descontraído que eu. Talvez pela idade, talvez porque este será a sua rapa do tacho. Já eu tenho medo da má educação do meu filho. Tenho medo de ouvir que é um menino irritante e indomável, o que muitas vezes penso cá para mim.
Percebo que estou repetindo os mesmos erros da minha mãe que queria uma criança extremamente bem comportada, que sorrisse, que emprestasse brinquedos, que ficasse quieta. Ela até teve sorte porque eu era uma criança deste tipo. Mas o Fabian é um menino com uma energia inesgotável e que mesmo quando vem cansado da rua, ainda teima com uma série de coisas, atira brinquedos para o ar e esperneia a cada não. Não pensem que também não há lugar para elogios, há sim, no entanto são raros, pois que raras são as vezes que o moço porta-se bem.
Tenho a plena consciência de que posso não estar fazendo o melhor dos trabalhos a dizer tanto não, mas também não consigo deixar o barco andar sem rumo, até porque já tenho um exemplo assim na família. Resta-me preparar a cabeça para os cabelos brancos que daí virão, e sendo positiva, daí é que viro loira de vez.
sábado, 23 de março de 2013
Este tal de Harlem Shake?
Que coisa mais ridícula! Até podia ser engraçado uma criatura sem noção a dançar no meio de todo mundo que não está nem aí, mas se não fosse combinado, só para pagar uma de louco. Agora como não é o caso, não vejo qual a graça...senão talvez para quem faz. Depois falavam do Michel Teló, para mim isto é mil vezes pior. E ridículo.
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