quarta-feira, 27 de março de 2013
E a brincar se dizem coisas sérias
Paródia da música Empire State of Mind - o triste é que sempre pensei que a Alicia Keys cantava Hallelujah ao invés de New York...
terça-feira, 26 de março de 2013
Os tipos de amigos do (meu) facebook
O religioso
Está sempre compartilhando fotos de anjos e mensagens de que Deus quer falar com vocês, além de Jesus entrar abençoando os nossos dias.
O que eu queria ver: um real para cada vez que esta alma caridosa ser maldosa com alguém.
A miss ou mister Absolut
De quinta a domingo são fotos de festas e baladas e shows sempre acompanhadas de um copo de vodka.
O que eu queria ver: as fotos do pós-festa. Nem preciso explicar porque.
O anti-política, anti-governo, vulgo manifestante de sofá
Diria que 90% das suas postagens são sobre o aumento do salário dos deputados, o aumento da passagem, as falcatruas do Lula e do PT, etc.
O que eu queria ver: quando finalmente sair para protestar de cartaz em punho, cara pintada e capa da bandeira do Brasil.
O casal puxa e arrocha
Um momento estão trocando juras de amor a cada foto ou bilhetinho, em outro mudam o estado para solteiro e jogam farpas e indiretas através dos textos da Marta Medeiros ou do Carpinejar.
O que eu queria ver: alguém na hora em que mudarem para "em um relacionamento meloso e irritante" dizer que admiram um amor assim, mesmo a fulana tendo ficado com três dos seus melhores amigos, ele a perdoou. Lindo de ver!
O da corrida
Não importa a mini maratona, pode ser de um km em marcha atlética, mas tem de anunciar quando, onde e o tempo que fizeram. Eu até acho que é uma forma de auto-superação, mas então que guardem para si, o que quero saber se fazem ou deixam de fazer?
O que queria ver: as fotos da chegada, junto aos coxos e a turma da terceira idade.
Mister instagram
Será que desconfiam que existe alguma comida para além do sushi? É porque parecem que inventaram a roda, por sinal uma roda feia e de peixe cru. Além de fotografarem um poste, um par de tênis, um copo de starbucks.
O que eu queria ver: mais nada. Não queria ver mais nada, chega de foto!!! Tomara que caia na patente o iphone quando estiverem fotografando seu coco.
O intelectual
Tenho a impressão que despreza o mundo inteiro, tudo está errado, reclama das pessoas verem filmes do Spilberg, das novelas, das músicas populares.
O que eu queria ver: a sua coleção de pornô no disco externo. Deve ser das grandes.
A madame não se meta com o meu filho
Sempre colocando comentários raivosos para que ninguém se meta entre ela e o filho, porque é deveras realizada com a maternidade e é por acaso a mulher mais feliz do mundo.
O que eu queria ver: admitir a sua frustração de uma vez por todas. Isto é um pouco como o dona-de-casa desesperadas e talvez o que lhe falte é o sexo de qualidade com o maridão...
A louca dos gatos
Todos os dias pelo menos dez fotos de gatos em cestas, gatos estirados no sofá, gatos com laço de fita, gatos enroscados em mantas. Bah!!
O que eu que eu queria ver: que arranjasse companhia humana, ia ver que não dói nada e ainda não deixa pelos pela roupa. E mesmo conselho para a de cima: sexo, terapia ou os dois. E vai aprender que o melhor amigo da mulher é o cachorro after all...
segunda-feira, 25 de março de 2013
A parte feia de nós
A propósito do que tinha dito sobre ser honesto consigo mesmo, tenho reparado que não são as escolhas das pessoas que me incomodam, mas sim a hipocrisia com que enganam a si e aos outros. Defeitos e fraquezas todos temos, no entanto como forma de amadurecimento é imprescindível que tenhamos a consciência dos nossos sentimentos. Não é tarefa fácil, eu que o diga, mas é uma escolha que opto todos os dias ao dar ouvidos aqueles pensamentos menos agradáveis de se escutar. Dou um exemplo: tenho uma voz que constantemente me diz coisas negativas, tanto a mim como aos outros. Às vezes passava por um rapaz a fazer manobras em um skate e pensava: tomara que caia. Às vezes alguém dizia que fulana ainda não se recuperou de tal coisa e eu pensava: que bom. Às vezes via meu filho a correr na sala e pensava: vai dar de cabeça em uma quina. Isto é um exemplo absolutamente espontâneo de pensamentos e desejos talvez, que passam como susurros. Minha primeira reação é negar, porque afinal não me considero um monstro e acho que não desejo mesmo aquilo que acabei de pensar. Gastava e ainda gasto energias a "desfazer" pensamentos e a desculpar-me às pessoas que o receberam. Porém só tapar o sol com a peneira não faz de maneira nenhuma que quebre este padrão. Ao invés disto, pergunto aquela voz: porque está tão irritada? Porque quer isto ou aquilo?
A nossa primeira reação ao lidar com uma parte feia de nosso ser, é de rejeitar, agredir de volta e assim perpetuar a influência que tais pensamentos nos trazem de desconforto e vergonha.
Se analisarmos bem, amor e atenção, tão resumidos em uma palavra "aceitação" é a vontade de qualquer um destes seis bilhões de humanos que habitam este planeta. Duvido alguém querer voluntariamente reações negativas para si. E porque havia de ser diferente com esta parte feia que carregamos? Ela quer vir à luz, mas constantemente a empurramos para a escuridão, ela quer ser ouvida, ela quer colo e aceitação. O que fazemos com alguém muito irritado e agressivo? Damos um soco? Ou oferecemos um copo d'água e o deixamos falar? Por para fora pensamentos e emoções tidas como negativas, a que fomos compelidos em nome da educação a rechaçar e ignorar. Elas não vão embora, elas não se curam a si próprias sem a nossa vontade. Elas estarão sempre à espera de nossa decisão em reabilitá-las, no entanto a forma com que requerem atenção é comparada à rebeldia de um adolescente que finge recusar afeto.
Tenho mesmo de ser mais tolerante com esta questão porque reconheço como é difícil lidar com esta voz e o quanto ela é cansativa em julgar e cobrar. E é uma pena realmente que a maioria das pessoas prefiram ser surdos e cegos a si mesmos. Penso ser aí o ponto em que Sócrates queria chegar, apenas sendo conscientes de nossa ignorância damos um passo à frente. Infelizmente, a cultura da satisfação e aceitação externa oferta-nos apenas a ilusão de que somos adultos, quando não passamos de crianças que a recém aprenderam a engatinhar.
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