segunda-feira, 15 de abril de 2013

O mundo é dos jovens?



Talvez o mundo de agora não seja dos jovens, mas são eles que de alguma forma preparam o mundo que serão dos nossos filhos amanhã. São eles quem levantam os braços inconformados e lutam por uma realidade menos segmentada, só de relance lembro-me de casos como o movimento diretas já e o impeachment do governo Collor. E agora mais recentemente tivemos o exemplo da revogação do aumento das passagens de ônibus em Porto Alegre de 3.05 reais para os 2.85 anteriores. 
Não é que não existam pessoas com mais idade a lutar, mas é inegável que a "mão-de-obra" massiva para a transformação é jovem. Com o tempo, infelizmente, a tendência das pessoas é ir sedimentando ideias e crenças, principalmente o conformismo com o sistema econômico e cultural. Há o pensamento de que não adianta nada mexer-se do sofá, cancelar compromissos de família ou a simples rotina de um domingo de sol. Para quê ir ao centro da cidade protestar pelo que quer que seja? O jovem, talvez por a recém estar vivendo o mundo adulto, ainda carrega consigo a fantasia da infância de que tudo é possível, basta querermos, irmos em busca. O jovem traz mudança, transgride, choca com seu modo de ser, causa inveja dos que já não são mais jovens e que negam que fizeram o mesmo anos antes. 
O jovem desde os tempos mais antigos é visto com desconfiança por aqueles que repetem as normas sociais como de um rito se tratasse. A maior mágoa é a de que não respeitam a ordem. Pois claro, a ordem vista por olhos jovens é uma coisa absurda. Só olhos jovens e que ainda veem de fora, podem espantar-se com o processo de auto-sabotagem do nosso sistema capitalista. Só um olhar jovem para indignar-se ante privilégios de classe, a admiração tola por deuses do saber que andam a contradizerem-se em atos e palavras. 
Digo eu que tenho o meu lado velha há muito, tinha desconfiança também da juventude. Tinha porque temia a mudança (ainda não somos melhores amigas, mas pronto), idolatrava uma ordem que mesmo sabendo não ser justa, é algo que conhecemos bem. É uma ordem que pagamos caro, a custa de muita alienação e uma mídia cooperante. No exterior  uma manifestação é protesto, no Brasil é bagunça, é furdunço. Na Grécia, Espanha e França é habitual vermos notícias do povo incontido, da força juvenil a querer ser ouvida entre tantas vozes mais poderosas. Não somos um povo habituado a lutar, é verdade, somos um povo que desde os "descobrimentos" tomamos a postura de abdicar quase pacificamente de nossos direitos. Sim, tivemos lutas, guerras e guerrilhas, no entanto em sua maioria foram revoltas feitas pela própria classe abastada quando se encontrava insatisfeita com as decisões do Estado. Foram lutas para perpetuar a ordem e não para pô-la de cabeça para baixo. Porém também somos um povo jovem, um país jovem e que agora está se conscientizando do seu poder de mudança. Na minha cidade em dois meses foram dois protestos que renderam frutos e é só o começo. Mas são pequenas vitórias como estas que vão semeando a ideia de que o poder  está ao nosso alcance, e para isto é preciso muito mais do que um "like", é preciso pernas e mãos e vontade de viver um mundo melhor.


sábado, 13 de abril de 2013

Será a terceira de vez?

Estou tentando há três dias tirar as fraldas do Fabian. Já é a terceira vez!!! O rapaz segura o xixi até não poder mais e depois faz na calça, mesmo eu insistindo e colocando ele sentado no penico frequentemente. Ups, lá se foi mais uma calça e cueca, com sorte não preciso trocar a camiseta. Esta fase é uma merda, um xixi! Tenho dito.

Facebookeando


Qual é o limite do humor?


É um fato: o humor é espremido entre uma combinação de estereótipos em que sempre o lado gozado é o que sai em desvantagem. Seja em piadas de norte-americanos, argentinos, portugueses e brasileiros. E entre os últimos temos o regionalismo subdividido em gaúchos, mineiros, cariocas, baianos e paulistas. Há quem defenda que temos de saber rir de nós próprios  e concordo, no entanto, ao mesmo tempo que tento aprender a rir quando acusam os gaúchos de serem todos viados, quero também rir do baiano que é preguiçoso e do carioca que quer levar vantagem e acaba se dando mal. Não aceito piadas de um lado só. 
Também há quem defenda que é preciso bom senso por parte de quem faz humor: não é inteligente se por a contar piadas de judeu em um auditório repleto destes, nem de falar de temas delicados como enfiar Hitler goela abaixo apenas para fazer graça. Ainda que provavelmente a mesma piada seria bem recebida em um lugar mais "neutro" por assim dizer.
No Brasil há um programa escandalosamente intitulado "Pânico", supostamente de humor, em que explora até a exaustão mulheres gostosas em roupas indecentes. Chamou-me a atenção uma postagem no Facebook sobre um tal estupro praticado por Gerald Thomas em Nicole Bhals, uma das apresentadoras. Em primeiro lugar, não considero uma passada de mão constrangedora estupro, foi assédio sexual sim, mas estupro é coisa de mídia histérica. Em segundo lugar, deixa aceso o eterno debate mas afinal quem é o culpado: o tarado que se expõe antes às câmeras ou a mulher que deixa-se tocar e perpetua este estágio de objeto sexual? É uma questão antiga a de culpabilizar a mulher pelo comportamento inadequado dos homens. Mas ela estava de saia curta, estava pedindo uma passada de mão na bunda, ou ela estava com os seios saltando, e um não quer dizer um sim disfarçado, é o que dizem. Aqui no caso, o "tarado" defende-se que entrou na brincadeira e que de maneira nenhuma o faria em uma situação normal. Até acredito, mas o que ele quis fazer ao tornar explícito o que segundo ele qualquer marmanjo tem vontade de fazer, foi infeliz... Por exemplo, tenho uma tara pelo George Clooney, assim como outras mulheres, mas nem por isto se o visse iria direto nos seus "documentos". 
Por outro lado, não quero pôr-me aqui a comentar a falta de roupa da Nicole, até porque não é um personagem, na vida real veste-se assim também. As francesas usam micro-saias inclusive para trabalhar, mas em nenhuma parte as vejo descritas como meros objetos sexuais. E qual é a diferença? Postura. Minha filha, postura é tudo. Não é o comprimento da roupa em si, mas a forma da mulher se apoderar de seu corpo que determina o modo como este será percebido. Enquanto a Nicole está sendo muito bem paga para mostrar as belas coxas, permitindo por sua vez, um humor baseado no estereótipo de mulher bonita e burra, mulher esta que aceita que os homens lhes digam coisas, que aceita ser (como eu digo) uma mulher-frango, em que se tira a cabeça e aproveita-se as coxas e peito, não pode exigir outro tratamento. É como se plantasse batatas à espera de couves. Não, não é preconceito, só um pouco de ação e reação. Atenção que aqui falo de um caso específico e não de todas as mulheres que usam roupas curtas, até porque eu sou adepta de pele à mostra.
Assim, qual seria o limite do humor? Primeiro ponto: para haver humor é preciso um bobo da vez. Ponto. Não vamos ser ingênuos quanto a isto. Segundo, o humor pode e deve ser inteligente. O humor serve para aliviarnos da realidade da vida, nem sempre com tanta piada como gostaríamos. Agora o tipo de humor que o Pânico (e quem diz Pânico diz Praça é nossa, Zorra Total, e inclusive alguns programas portugueses que tive o desprazer de ver) que exploram a mulher-objeto, para mim não tem a mínima graça.

Reportagem Aqui.
Web Statistics