devemos ignorar tudo o que for dito antes de um mas.
terça-feira, 16 de abril de 2013
segunda-feira, 15 de abril de 2013
O velho continente
Quem diria, será que para nós a solução é mesmo investir todas as fichas na França? Em pouco mais de um mês, o marido já teve o dobro de entrevistas que tivera em dez meses no Brasil. Como disse antes, nosso país é jovem, exige mão-de-obra jovem, e por sua vez o preconceito com a idade é grande. Se disser que não fiquei chateada é mentira. Fiquei e ainda fico quando este pensamento vem à baila. Afinal desistimos de tudo e viemos para cá com um punhado de esperança de que aqui as coisas iam dar certo e a vida iria finalmente ser vivida, deixando de ser apenas uma sucessão de dias cinzentos. E não deu. Paciência, engole teu orgulho mais uma vez e tenta de novo. Mas me magoo com o meu país, quase como se de um parente se tratasse. Tento ser justa com ele, não cuspo no prato que comi como o fazem tantos brasileiros depois que viram as costas para o terceiro mundo. Falo bem quando tem que falar e critico o que precisa mudar, mas sobretudo, tenho respeito por ser a terra que nasci, que vivi boa parte da minha vida, a qual pertenço como identidade gravada na pele, uma tatuagem culturalmente indelével.
Brasil, meu Brasil brasileiro, meu mulato inzoneiro, abriste-me a cortina do passado e mostraste-me que não pertenço mais aqui. Aquelas fontes murmurantes nas quais matei a minha sede, já estão secas, ao menos se fazem secas para mim. Continuo a gostar de ti, com aquela reverência que se faz a um velho tio, mas sei no fundo que a nossa história está aos poucos se desalinhando e os fios separam-se. Sei que de minha parte nunca os irei cortar, mas levarei para longe e prometo, quando a saudade aumentar e transbordar, venho lhe visitar. Nem que seja em pensamento.
Está confirmado
A tia tem mesmo leucemia, só falta saber o tipo. Quarta feira chega o resultado da biópsia de medula. Com três crianças e uma casa, a vó não tem como ficar sozinha muito tempo. Eu poderia ajudar se não tivesse o Fabian para carregar, mais uma criança para juntar ao quadro. É complicado, quem poderia ajudar hoje foi afastada pelo marido dela, que a isolou de tudo e todos, inclusive da família. Temos pena, mas e agora tia o que se há de fazer?
Esfriou...
Aqui em uma semana praticamente pulamos dos 27 graus para 9 em Porto Alegre porque para o interior estava previsto 0º. Brrrrrr! Não gosto nada de frio, de outono, de inverno, de folhas caindo, de ranho caindo, de gorros, de luvas, de pés gelados, de tomar banho no frio, de chuva que dura todo um dia, de calçadas escorregadias, de noites longas, de tosse e febre, de árvores nuas, de lavar a louça com água gelada, de céu cinzento. Mas tem uma coisa que gosto no frio. Só uma coisa. Gosto de dormir bem juntinho, com as cobertas tapando as orelhas, com os pés protegidos entre pés maiores e muito mais quentes que os meus (imagine que não precisa muito, uma iguana tem patas mais quentes que as minhas). Infelizmente o que acontece é que durmo eu e o Fabian na mesma cama, um sofá cama improvisado, com um buraco no meio. Coloquei uma toalha para amenizar o declive, mas isto não impede que ele se jogue, me puxe os cabelos e vá pouco a pouco se enrolando como uma múmia e deixando-me sem ter com que me tapar. Humpf... já disse que odeio o frio?
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