terça-feira, 7 de maio de 2013

A arte de observar


Todo bom escritor tem de ser em primeiro lugar um bom observador. Às vezes um escritor pode ser tido como aquele que pouco arrisca. E de fato arrisca pouco na vida material, mas arrisca sua própria alma na escrita. Engana-se quem acha que escrever é uma arte de domar as letras. Não, escrever é mais sobre conduzir e ao mesmo tempo deixar ir, perder-se em um oceano de ideias e sentimentos e cheiros e desconhecidos. É como andar à cavalo, ao homem cabe dar à direção, mas também acompanhar o galope do animal para que juntos cheguem a bom porto. Se um escritor tenta à força refrear as palavras, saiba que estará fadado ao fracasso. Palavras são mais ariscas que qualquer animal selvagem, isto porque as palavras não aceitam pertencer à ninguém, são livres por natureza. As palavras devem ser conquistadas, todo bom escritor sabe disto.
Escrever é também deixar um pouco de si em cada texto: não se doa sangue, medula, ógãos? O escritor doa memórias, amores, os pensamentos mais intímos que nunca revelaria a alguém. E no entanto revela ao papel. Escrever é traduzir ao mundo tudo que já aconteceu em pensamento, é parir os diversos eus que o habitam, na forma de gente  já crescida e muitas vezes sofrida. Desta forma todo bom escritor sente-se como Deus deste micro-universo, que manda e desmanda na vida de um punhado de pessoas que nem sabem ao certo se acreditam nele. Todo bom escritor dá a cada um uma centelha de criador e é consciente que a brincadeira só termina quando ele assim o desejar. Todo bom escritor sabe disto. Quisera eu um dia ser um (a) bom (boa) escritor (a).


domingo, 5 de maio de 2013

Contradições de revistas e sites para mulheres



Quando uma receita hiper calórica e atrativa nos deixa a babar, para logo abaixo aparecer uma nova dieta da alface! Olha que legal, não passe fome, a alface pode ser ingerida a qualquer hora, só tem 14 calorias!


Ham ham, quando vamos deixar de ser assim hein?


Relógio sem bateria


Ando sem tempo
não sei se fui eu que o perdi ou ele que me quis perder
ando sem tempo
sem hora nem minutos
com os segundos todos espalhados ao chão
não dou-me ao trabalho de juntá-los
nunca o fiz e não vai ser agora que irei começar
ando sem tempo e ando leve
às vezes pego o tempo emprestado dos outros
porque a vida não é só olhar a sombra que o sol desenha
e a andar sem tempo
tenho aprendido a deixar as coisas no seu tempo
tenho me desprendido do tempo
mas ainda guardo o medo de que ele passe e deixe-me só
leve as pessoas que amo, leve o mundo afora
deixando-me leve do que me importa
até que ele mesmo caia no esquecimento
que ele e também eu não passemos de memórias
de alguém que levou o tempo que era para mim.

*À propósito, vou buscá-lo amanhã.

Bobagens testosteronísticas

Se tem coisa que não entendo é o fascínio que a ala masculina tem em escutar entrevista de jogador de futebol. Principalmente quando o juíz apita, termina o jogo e lá vão os repórteres atrás deles suados, mais preocupados em tirar a camisa do que no resto. Se ganham é sempre um: ah e tal demos tudo de nós,  100%, o time trabalhou para isto, fomos com tudo em cima do adversário e levamos a melhor. Se perdem: a gente deu tudo que tinha, mas não deu, o adversário estava melhor em campo, melhor preparado, vamos em cima, temos que focar mais no resultado e fazer de tudo para ganhar no próximo jogo". Acho até que deve existir um cursinho básico para entrevista, devem decorar umas frases e já está.
É sempre a mesma coisa!!! E aqueles programas de comentário sobre as rodadas? Comentar o que? Já ninguém viu o resultado? Quem ganhou ganhou, quem perdeu perdeu. Ponto. Depois falam que as mulheres que gostam de bater sempre na mesma tecla.

Então o que você achou Roberson? - É, eu acho que o time tava unido, mas fizemo muita cagada, aí pronto, o  Anderson levou treis em nóis.
Sinceridade: o que todos nós queríamos.

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