quinta-feira, 9 de maio de 2013

Gosto muito

Pois é, como já disse acho pouca graça no frio que se aproxima, aliás faz três dias que descemos para mínimas de 5º, mas de uma coisa eu gosto: o retorno dos sapatos mary jane. Sou completamente apaixonada por este estilo, já tive um na cor caramelo que usei até ficar beeem gasto. Tenho um em  plataforma, mas tenho usado pouquíssimo salto desde que voltei a engordar. Ainda tenho um em preto com salto mais fino, social, porém usei apenas duas vezes. Não me dou bem com saltos assim, acho que devia comprar uma almofada de silicone para não doer tanto quando tirar, é que aquilo parece que fica pegando fogo! Será só comigo?








quarta-feira, 8 de maio de 2013

Acabou

Pois é, acabou finalmente a adaptação do Fabian! Aleluia!




terça-feira, 7 de maio de 2013

A ironia da vida

Alguns dias atrás o marido viu um documentário e insistia diariamente para que eu visse também. Confesso que à noite quando sento para escrever, fico bailando de blog em blog e quando vejo já é quase meia noite e tenho que dormir. Pois bem, ontem foi o dia marido! 
Imagine um homem de origem latina que fosse descoberto nos anos 70 em um bar sujo e decadente de Detroit por dois caçadores de talentos de uma gravadora. É aí que a história começa, Rodriguez, compõe e canta de maneira sofrida, conta da vida nas ruas de uma cidade fria, de casas abandonadas e sorrisos gelados. Gravou dois cds mas não obteve qualquer sucesso e desistiu de cantar. Continuou sua vida modesta e o trabalho na demolição e construção de casas, completamente alheio ao que se passava do outro lado do oceano. 
Por acaso, uma jovem ao visitar seu namorado americano gravou uma fita com o primeiro cd de Rodriguez: Cold Fact. E não se sabe exatamente como, mas de regravação em regravação, a obra tornou-se um sucesso. Em uma sociedade onde reinava o apartheid e a sensura, uma música que falava de sexo, revolta e de mudança social, caiu como uma luva para jovens sul africanos. 
O filme gira em torno da busca pelo artista o qual sabiam apenas o nome "Rodriguez" e a foto de um hippie com traços de índio nativo-americano e óculos escuros. Por muito tempo pairou o mistério sobre quem era, o que havia sido feito dele, até que com a revolução informática, os mundos se encontram. Bem, e é espetacular contar ao homem de vida simplória que ele era e é mais popular que  Elvis Presley. Que seus cds até hoje são vendidos e que teria direito a pelo menos cinco discos de ouro. 
A vida é mesmo irônica...depois de tantos anos a achar que fora em vão perseguir aquele sonho, quando finalmente põe-se totalmente de lado qualquer tentativa de sucesso, há milhares de quilômetros, suas músicas inspiraram uma geração inteira a ir contra o regime de extrema direita* e de segregação racial. Simplesmente bárbaro, não é todos os dias que se vê uma história real tão tocante quanto esta.

* erro corrigido, comunista eram os meios televisivos, daí mais um motivo para a censura.

A arte de observar


Todo bom escritor tem de ser em primeiro lugar um bom observador. Às vezes um escritor pode ser tido como aquele que pouco arrisca. E de fato arrisca pouco na vida material, mas arrisca sua própria alma na escrita. Engana-se quem acha que escrever é uma arte de domar as letras. Não, escrever é mais sobre conduzir e ao mesmo tempo deixar ir, perder-se em um oceano de ideias e sentimentos e cheiros e desconhecidos. É como andar à cavalo, ao homem cabe dar à direção, mas também acompanhar o galope do animal para que juntos cheguem a bom porto. Se um escritor tenta à força refrear as palavras, saiba que estará fadado ao fracasso. Palavras são mais ariscas que qualquer animal selvagem, isto porque as palavras não aceitam pertencer à ninguém, são livres por natureza. As palavras devem ser conquistadas, todo bom escritor sabe disto.
Escrever é também deixar um pouco de si em cada texto: não se doa sangue, medula, ógãos? O escritor doa memórias, amores, os pensamentos mais intímos que nunca revelaria a alguém. E no entanto revela ao papel. Escrever é traduzir ao mundo tudo que já aconteceu em pensamento, é parir os diversos eus que o habitam, na forma de gente  já crescida e muitas vezes sofrida. Desta forma todo bom escritor sente-se como Deus deste micro-universo, que manda e desmanda na vida de um punhado de pessoas que nem sabem ao certo se acreditam nele. Todo bom escritor dá a cada um uma centelha de criador e é consciente que a brincadeira só termina quando ele assim o desejar. Todo bom escritor sabe disto. Quisera eu um dia ser um (a) bom (boa) escritor (a).


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