sábado, 11 de maio de 2013

E é dia das mães



Neste domingo se comemora o dia das mães no Brasil, tinha até esquecido disto quando combinei um encontro com uma amiga durante à tarde. E só me dei conta quando ela pediu para transferir para uma hora depois, já que os almoços se estendem um pouco em dia de comemorações. É assim, não vou ser hipócrita e  escrever tudo aquilo que é de praxe porque aqui todo mundo sabe que falo o que (realmente) penso. E penso que é um dia como os outros, assim como o é o dia dos pais. Não é lá por não falar o tempo todo disto que mudei de opinião, continuo não gostando de ser mãe. Se ganhasse um real a cada vez que vem o pensamento de que se pudesse voltar atrás teria feito um caminho oposto, estava rica. 
Há quem não entenda minimamente quando ouso dizer que a mim não compensa ser mãe. É mais ou menos como fazer dieta durante um ano, correr e se exercitar como se tivesse preparando-se para uma competição de Iron Man e no fim das contas emagreces um quilo. Ah e tal é um quilo, veja bem. Há quem fique muito feliz com um quilo a menos. Há quem sinta-se recompensado pelo seu esforço e por tudo que botou para trás para perseguir um corpo mais magro. Mas também há quem sinta-se frustrado porque seguiu a receita dos outros e perdeu um quilo. Há quem olhe para trás e sinta que não valeu a pena, que há tanta vida que deixou de ser vivida. Que há a morte do sossego, da intimidade, da personalidade. Um minuto de silêncio por favor para o meu "eu" antes de ser mãe. Ele morreu. Quem sabe volte daqui vinte anos.
Compreendo perfeitamente que há quem sinta-se realizada com o papel de mãe. Não é o meu caso. Não acho que compense minha sanidade mental, já disse que o Fabian é um menino hiperativo (não sei se apenas no sentido figurado), consome muito da minha energia. Ele literalmente cansa todos os seus coleguinhas um por um. E também tem uns ataques de loucura diários em que quer atirar coisas, empurrar o carrinho de mão em direção aos cachorros e hoje quebrou a tv de plasma da minha mãe quando bateu-lhe com um balde. Acho tudo muito lindo quando se está longe do filho durante 8 horas e se vê o pequeno, dá banho, o jantar e se põe para dormir. Quero ver passar o dia com uma pestinha destas, sem vida social, sem amigos, sem nada. Hoje o Fabian está frequentando uma creche, mas apenas no turno da tarde e apenas por três horas, visto que tem de dormir antes para depois ir. 
Talvez eu devesse tomar uma atitude quanto ao que sinto, porém por onde começar? Que atitude? Sou da opinião que sentimos inconscientemente, não é uma escolha de vida detestar a minha realidade. Será que se eu repetir um mantra que "adoro ser mãe" quatro horas por dia resolve? 
Sempre gabei-me de ser uma pessoa responsável e assim tenho sido, cuido, dou limites, dou umas palmadas quando tem de ser, conto história e vou a piqueniques. Mas não consigo mudar o que sinto, apesar de me esforçar por fazer o que se espera de mim. Sinto-me inclusive culpada por ter o que algumas pessoas desejam e juro que se pudesse, se existisse uma compensação no universo em que a minha vez de ter filho pudesse ser repassada para um casal que sonhasse ter, faria de bom coração esta escolha. Mas não é possível nem isto, nem voltar no tempo, nem passar vinte anos em um piscar de olhos. Portanto hoje a única coisa que desejo é que não me venham com estas merdas de Feliz dia das Mães.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Porque nunca acreditei em Marx

Um dos requisitos para se fazer História na Ufrgs era ser fã de carteirinha desta célebre personagem histórica: Karl Marx. Afinal isto dava um ar sério à coisa de adolescente filhinho de papai revolucionário-dos-tênis-allstars (agora Converse). Confesso que além de ter achado muito chato, já que o querido era da economia, apesar de atuar em outras áreas (filosofia, jornalismo, história). Sua linguagem nunca se afastou muito dos fatos numéricos e da sua obcessão pela luta de classes. Sua paixão pelo proletariado, a sua raiva para com a burguesia virou até piada para burguês ver. O negócio é que o Marx apesar de ser completamente contra qualquer religião e chamar os que acreditavam em Deus de tolos iludidos, foi nada mais nada menos que também um tolo. E digo isto porque? Ora vamos ver, esta história de socialismo para chegar ao cume do regime perfeito e solidário que é o comunismo esbarra por um obstáculo no mínimo curioso: a mesquinhez humana. 
Se perguntar a alguém se acha o sistema capitalista injusto, se este não for o Eike Batista, creio que 99.9% das pessoas vão responder que sim. Então o melhor seria o oposto disto, onde se oferece iguais chances de crescimento, educação, etc. Concorda? Concordo. Pois, um exemplo: se tu tivesses duas fazendas enooormes com terra a perder de vista, e do outro lado tivessem dezenas de famílias sem casa, darias uma fazenda para que se pudesse alojar esta gente? Claro, de bom grado. E se tivesses uma frota com dez carros importados e há escolas e centros de saúde com carência de viaturas, darias nove destes carros? Sim, claro. Pois e se tu tivesses três galinhas na tua granja e dois vizinhos a passar fome, davas duas das tuas galinhas? Eu hein, mas e depois de comer a minha não iria eu e minha família mais tarde passar fome?
Pois é. Na teoria é tudo lindo, maravilhoso...até chegar no que é nosso. Marx jamais contou com o egoísmo, com a avidez de dinheiro e poder que move a maioria deste mundo. Ele sequer imaginou que o Capitalismo não é em si o culpado por isto, mas tão somente o fruto desta forma de agir. Tão rápido combateu as crenças em um ser invisível e nunca enxergou o lado mais óbvio do seu "proletariado". Que é se um dia pudessem estar sentados em uma confortável cadeira de couro, com uma poderosa caneta à mão, fariam de tudo para que ninguém os depusessem deste devaneio. 
E outra coisa muito importante: mesmo que hoje fosse possível concentrar todo o dinheiro e riquezas deste mundo e depois dividí-lo igualitariamente com todos os habitantes, iria amanhecer o dia e já haveria pobreza e desigualdade novamente. E porque? Porque somos todos diferentes. Uns iam gastar o dinheiro em pinga bebendo a noite toda, outros iam guardar, outros iam pegar o dinheiro daqueles que esbanjaram para investir em seu bar para lhe render mais dinheiro, outros iriam roubar, outros vender o corpo. Não é justo também uma pessoa que se esforce, que trabalhe mais, que faça mais sacrifícios do que os outros, receber menos. Não é justo alguém que nada faça, receba no fim do mês a mesma quantia do que se mourejasse de sol a sol. 
Não, não sou uma ferrenha capitalista nem tão pouco odeio Marx e o comunismo, no entanto gosto de questionar sempre o que há por trás de tanta pompa (e às vezes arrogância). Também não escondo que se pudesse seria rica e não sei bem quais seriam as minha preocupações com quem ficou abaixo da minha renda. Acho que o comunismo até agora tem sido bonito na teoria, mas sabemos que na prática só deixou regimes de opressão e ditaduras familiares. O povo também deve querer viver desta forma, e vamos combinar que por enquanto o povo não quer. O povo quer é ganhar na loteria.

Vergonha alheia em 3...2...1

Quer dizer que agora saem os sneakers de cena? Oba, beleza! 
Mas... a nova moda é os sapatos creepers...




quinta-feira, 9 de maio de 2013

A cartomante

Nunca fui de acreditar muito nisto, acho que há para aí muito charlatã(o) a tentar enganar pessoas desavisadas e inseguras. E foi com desdém que recebi a noticia que uma amiga tinha ido a uma cartomante. Já tinha sido indicada por uma colega de trabalho que lhe havia falado maravilhas desta pessoa. Eu andava muito preocupada com esta amiga, já que estava em fase de separação de um casamento que nunca chegara a sê-lo. Não que ache que morar junto não seja o mesmo que casar, muito pelo contrário, mas porque a pessoa em causa tinha uma família antes (mulher e 5 filhos adultos) e nunca fizera o mínimo esforço para oficializar a separação da primeira mulher. Sempre lhe perguntei o porque de ainda aturar isto (a ex fazia de tudo para controlá-lo), mas via nela um medo muito grande da solidão, uma crença que mal estava, mas que não iria arrumar alguém melhor, talvez nem pior. Achava que não iria mais ser desejada por outra pessoa. 
Esta amiga de partida em breve para a sua casa própria, estava na dúvida se levaria ou não o traste junto, qual peça de estimação se tratasse. A torcida contra era grande, segundo ela, eu e mais toda a do flamengo (ou melhor, do Internacional que é o nosso time). Sentia ela balançar e ceder à possibilidade dele estar sozinho e necessitar de apoio, de uma pena fingida que só queria proteger a si mesma. Falei com ela depois da consulta à cartomante e olha, tenho que dar minha mão à palmatória. Se é verdade ou não que a mulher é médium não sei, pode até ser, mas só dela lhe ter garantido que ela ia se separar e mais tarde encontrar uma pessoa que ia lhe fazer feliz, já valeu e muito! Como se diz por aqui, a minha amiga é muita areia pro caminhãozinho dele, se é!
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