quinta-feira, 6 de junho de 2013

Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa

Esta é a idade das tiradas, eu confesso que acho muito mais graça a esta fase do que a de bebê. Claro para fotos e para os outros é sair e contar o "ohhhhinhômetro", mas para os pais ou aqueles que tem fralda para trocar toda hora, papas, mamadeiras, tomadas para cobrir, etc, não é das mais compensadoras (na minha opinião). O Fabian veio com esta ontem: meninas bincam di muneca, meninos bincam di carru...ou di camião. Achei a maior fofura ele já se dar conta das diferenças dos universo feminino e masculino. Porque existem! Hoje as coisas são mais liberais, há uma aceitação necessária de outras opções sexuais, mas isto não pode virar o oposto. Não desestimulo o brincar com bonecas, ele é que a única coisa que faz quando vê uma Barbie, é tirar-lhe a roupa para passar os dedos nas mamas (lol). Ele brinca de cozinhar, adora mexer nas panelas, fazer comidinhas e dar para eu provar, porque vê na família que praticamente todos os homens cozinham, uns mais frequentemente que outros. Agora não acho adequado dar a conhecer uma realidade diferente assim tão pequeno. Por exemplo, teve uma vez que estava pintando as unhas e quis que eu colocasse o esmalte colorido nele. Eu disse, isto é coisa de menina, meninos não pintam as unhas, só de esmalte incolor. Acabei por pintar a unha do mindinho com o transparente e ele ficou olhando para o dedo que brilhava, com cuidado para não grudar nas coisas. 
Não acho necessário por agora lhe dizer que há homens que gostam de pintar as unhas, e até de vestirem-se de mulher. Ele nem entenderia isto...se tem gente que com 50 anos não entende né?! De qualquer forma, esta leitura primária do mundo adulto é muito interessante. Faz-nos ver as coisas tão banais de outra forma. Até hoje fico admirada pela atenção que ele dedica a uma formiga, a uma flor. E quando vem com o tal do "olhaaa mãe, olhaaaa" 499 vezes por dia? Cansa, mas ainda assim prefiro a fase de agora do que o balbuciar dos bebês.

Primeira impressão do Francês

Então meu padrinho que adora arranhar o francês pergunta ao Fabian:
- Comment allez-vous?
O Fabian muito sério olha para ele e diz:
- Meu vô tá em caja (casa).


lol

terça-feira, 4 de junho de 2013

A ti

Tenho saudades de Portugal, da minha casinha, do clima, daqueles verões perfeitos de dias de sol após dias de sol. Tenho saudade dos vizinhos, até da voz anasalada da E. e das suas brigas com o seu filho B. Da vizinha estressada da frente, do casal de velhinhos simpáticos de cima. Tenho saudades de morar perto do mar, de vê-lo em tons safira a despejar uma onda após outra, a bater mansamente nas pedras ou a entornar o caldo por cima das barras de proteção. Tenho saudades das pipocas do cinema Lusomundo, como sempre tinham de ser doces e em tamanho médio. Do sorvete Fagoletto sabor arroz doce e coco, do cachorro quente de Cascais de chili com queijo emental. Tenho saudades do sotaque português, do preço acessível ao impulso para  roupas e sapatos. Tenho saudades de buscar o Fabian na escolinha e encontrar as educadoras felizes (e cansadas) com uma tabela que me informava quantas vezes ele tinha feito cocô. Tenho saudade de quando os meus problemas se resumiam em cocôs. Do ginásio do ex-fisioculturista Manel (não vou dizer academia desta vez), em que vi derreterem 16 quilos em pouco mais de sete meses. Tenho saudades dos amigos que deixei, da minha amiga S, minha mineirinha, o coração que mais me adoçou neste tempo. Do casal R. e M. que sempre encontravam motivos para tirar estes bruxos de casa. Da festa dos santos populares, das festas de verão de S. Domingos de Rana, dos algodões doce e churros que comi. Da minha coelha Fuinha que me acompanhou nestes quase seis anos, da minha faculdade, de alguns colegas, de ter prazos de estudo. Tenho saudades do Oceanário e do zoô, do zelo geral das pessoas pelas crianças (e claro pelo meu filho). Tenho saudade ao perceber que este ciclo fechou-se e com certeza aprendi muito. Foi em Portugal que tornei-me mulher, que casei-me, que vivi os melhores (e os piores) momentos com o Fernando. Agradeço por tudo, até pelas lições amargas, muitas talvez devido à minha própria inflexibilidade para com a vida... 
Pretendo voltar um dia para sentir sem pressa aquele mar, aquela gente, aquele sol sem fim. Espero que este novo ciclo traga-me outros aprendizados, faça-me crescer, evoluir. Depois de Portugal percebo que nada é para sempre, cada vez mais vejo urgência em buscar uma segurança interna, pois que mudam as paisagens, mas esta é a "casa" que nunca deixamos para trás.
Portugal, um até logo, porque adeus ainda me parece definitivo demais.

Vizinha sem noção

Porque diabos tenho uma vizinha que a-d-o-r-a escutar música à meia noite em altíssimo som? Esta filha da puta bem podia escutar durante o dia, mas não, ela espera estrategicamente as 23 horas aproximar-se e vai girando o volume devagarinho. Depois desata altos berros a acompanhar a música e o pior: tem a mãe como cúmplice. Meu padrasto já chamou a polícia várias vezes por causa deste hábito e eles vem porque sabem que é coronel da brigada, porque senão nem vinham. É um descaso com os outros, um desrespeito sem fim. Uma coisa é em uma sexta, no sábado, principalmente em alguma ocasião especial, tipo quando o rei faz anos, mas sempre? 
É nestas horas que vejo que o pensamento não tem tanta força assim. Se tivesse...humm deixa para lá.


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