quinta-feira, 6 de junho de 2013

Deixem que pensem

O marido contou-me do casal de clientes com os quais dividiu a mesa estes dias. Falaram do tempo, se esquentava naqueles lados da França, falaram do calor que demorava a chegar, mas que garantiram que chegava. Grande uffaaa para mim. Ao saberem que o marido é brasileiro, lembraram das únicas coisas que sabiam: Copacabana e Pelé. Entristece-me a gringalhada pensar que isto aqui é só Rio de Janeiro e que o Brasil é só futebol. Por outro lado se perguntarmos a um brasileiro o que pensam da França talvez saia: macarrons e baguetes ah e o cancan, a sacanagem sutil dos franceses. 
O marido aproveitou para dizer que somos muito além do carioca da gema, temos praias lindíssimas, campos, hotéis, culinária de todo o mundo, quase como se fôssemos um gigantesco caldeirão onde o tempero, as gentes, a cultura sobre em sabor e vida. Falou-lhe de Florianópolis (Floripa para os íntimos), o pequeno paraíso plantado em uma ilha onde encontramos praias para todos os gostos. Disse-lhes sobre o camarão com queijo gorgonzola gratinado com arroz de açafrão, das ostras, do churrasco gaúcho que também há, dos restaurantes à beira da praia Daniela. Da areia branca e fina e do mar verde e quente. Tá bem, não lhes disse metade disto. Mas poderia ter dito. A verdade é que é melhor continuarem pensando que o Brasil é apenas isto e deixem-nos este lugarzinho mágico para nós...




Ah este mundo acadêmico!

Tenho uma amiga que gabava-se do primo estar a tirar doutorado em Portugal. Ah é? Mas e é sobre o que? É doutorado em surf!
A única coisa que me passou pela cabeça.

Que tipo de cadeira deve existir? Como fazer um bottom turn perfeito ou como chegar ao nível de Big rider? Custa-me crer que o governo brasileiro pagou para este cidadão ir a Portugal tirar sua tese em surf, mas ela acrescentou: a tese é antropológica sobre o diálogo dos surfistas. Jasus...já viram um surfista brasileiro falar? Quero ver se ele vai conseguir preencher duzentas páginas com tanto só...bah...que onda...que demais...


Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa

Esta é a idade das tiradas, eu confesso que acho muito mais graça a esta fase do que a de bebê. Claro para fotos e para os outros é sair e contar o "ohhhhinhômetro", mas para os pais ou aqueles que tem fralda para trocar toda hora, papas, mamadeiras, tomadas para cobrir, etc, não é das mais compensadoras (na minha opinião). O Fabian veio com esta ontem: meninas bincam di muneca, meninos bincam di carru...ou di camião. Achei a maior fofura ele já se dar conta das diferenças dos universo feminino e masculino. Porque existem! Hoje as coisas são mais liberais, há uma aceitação necessária de outras opções sexuais, mas isto não pode virar o oposto. Não desestimulo o brincar com bonecas, ele é que a única coisa que faz quando vê uma Barbie, é tirar-lhe a roupa para passar os dedos nas mamas (lol). Ele brinca de cozinhar, adora mexer nas panelas, fazer comidinhas e dar para eu provar, porque vê na família que praticamente todos os homens cozinham, uns mais frequentemente que outros. Agora não acho adequado dar a conhecer uma realidade diferente assim tão pequeno. Por exemplo, teve uma vez que estava pintando as unhas e quis que eu colocasse o esmalte colorido nele. Eu disse, isto é coisa de menina, meninos não pintam as unhas, só de esmalte incolor. Acabei por pintar a unha do mindinho com o transparente e ele ficou olhando para o dedo que brilhava, com cuidado para não grudar nas coisas. 
Não acho necessário por agora lhe dizer que há homens que gostam de pintar as unhas, e até de vestirem-se de mulher. Ele nem entenderia isto...se tem gente que com 50 anos não entende né?! De qualquer forma, esta leitura primária do mundo adulto é muito interessante. Faz-nos ver as coisas tão banais de outra forma. Até hoje fico admirada pela atenção que ele dedica a uma formiga, a uma flor. E quando vem com o tal do "olhaaa mãe, olhaaaa" 499 vezes por dia? Cansa, mas ainda assim prefiro a fase de agora do que o balbuciar dos bebês.

Primeira impressão do Francês

Então meu padrinho que adora arranhar o francês pergunta ao Fabian:
- Comment allez-vous?
O Fabian muito sério olha para ele e diz:
- Meu vô tá em caja (casa).


lol

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