O marido contou-me do casal de clientes com os quais dividiu a mesa estes dias. Falaram do tempo, se esquentava naqueles lados da França, falaram do calor que demorava a chegar, mas que garantiram que chegava. Grande uffaaa para mim. Ao saberem que o marido é brasileiro, lembraram das únicas coisas que sabiam: Copacabana e Pelé. Entristece-me a gringalhada pensar que isto aqui é só Rio de Janeiro e que o Brasil é só futebol. Por outro lado se perguntarmos a um brasileiro o que pensam da França talvez saia: macarrons e baguetes ah e o cancan, a sacanagem sutil dos franceses.
O marido aproveitou para dizer que somos muito além do carioca da gema, temos praias lindíssimas, campos, hotéis, culinária de todo o mundo, quase como se fôssemos um gigantesco caldeirão onde o tempero, as gentes, a cultura sobre em sabor e vida. Falou-lhe de Florianópolis (Floripa para os íntimos), o pequeno paraíso plantado em uma ilha onde encontramos praias para todos os gostos. Disse-lhes sobre o camarão com queijo gorgonzola gratinado com arroz de açafrão, das ostras, do churrasco gaúcho que também há, dos restaurantes à beira da praia Daniela. Da areia branca e fina e do mar verde e quente. Tá bem, não lhes disse metade disto. Mas poderia ter dito. A verdade é que é melhor continuarem pensando que o Brasil é apenas isto e deixem-nos este lugarzinho mágico para nós...