segunda-feira, 1 de julho de 2013

Me divirto


Gosto muito de olhar postagens indignadas a falar de corrupção, de superfaturamento, de mensalão do Pt, etc. Gosto principalmente porque lembro-me assim por alto de um dos meus parentes ter tido um cargo de confiança: para efeitos de contabilidade recebia 6000 reais, mas na prática recebia apenas 2000. O resto era reembolsado pelo político. Agora intriga-me, se sabia disto tudo porque concordou? Porque não procurou outro emprego e até denunciou esta pessoa? 
Outro conhecido vivia falando do jeitinho brasileiro (olha que Deus o tenha ou não), do Pt, das falcatruas deste país, difícil acreditar que esta mesma pessoa de tão boa índole tenha feito milhentos empréstimos e não tenha pago nenhum. 
Uma outra parente foi nomeada para uma junta que julga os processos das pessoas que recorrem pelas multas de trânsito, está a mais de dez anos nesta função, sendo que foi nomeada pelo marido, então chefe de um dos órgãos competentes. E esta mesma parente fala que é a favor de retirar as regalias dos políticos, inclusive daqueles que beneficiam familiares. Jura? Se eu bebesse, poderia agora saborear tudo ao gosto de um bom vinho, com os dentes e lábios avermelhados de gozo.
É engraçado também pensar em uma parente do marido que fala, fala, fala mal do Brasil e no entanto irá receber quando a mãe morrer a pensão do pai militar (que convenhamos é um baita de um privilégio por não ter feito absolutamente nada). Ah, mas peraí, só quem pode receber são filhas solteiras. E ela é casada. Acredito que vai esclarecer este equívoco e abrir mão desta polpuda pensão. Gosto de acreditar na bondade inata das pessoas (só que não).
As pessoas acham que o problema está em Brasília. Não está. Está muito aquém disto, Brasília é só a ponta do iceberg. O problema está nesta mania de querermos levar vantagem, se for para o nosso bem que mal tem? O problema está em 200 milhões pensarem assim ao mesmo tempo. Não dá certo, é como as pessoas do metrô que não querem deixar os que já estão lá dentro sair. Fica todo mundo embolado e perdido no meio de seu egoísmo. E digo isto porque sou anjo? De maneira nenhuma. Já tive a minha quota de mesquinhez, mas uma coisa é certa, olhar para o nosso rabo é a melhor maneira de mudar.


Tap, sua danada!!!

O marido quando foi para a França a passagem custava 2700 reais (só de ida), isto em março. Agora explique-me porque este mesmo percurso se encontra à venda por 3657 reais? Quatro meses depois, um aumento de mais de 900 reais! E ainda dizem que no Brasil a inflação está galopante (com certeza que está, mas a Tap bem podia ficar fora disto)!

Talvez seja a primeira vez

que vemos portugueses em peso torcendo para o Brasil. Ok eu entendo, torço também com todo o meu fervor para  Portugal quando este jogar contra a Argentina.

Deixar viver

O melhor sentimento que uma pessoa pode ter é aceitação. Aceitar o tempo, aceitar os dias, aceitar as pessoas como são. No entanto vejo que é das coisas mais raras que existem, talvez algo ao nível de Buddah e Jesus Cristo e um pouco mais de um punhado de iluminados deste mundo. Na verdade o que se encontra encapuzado pelo que chamamos de aceitação é silêncio, e às vezes nem isto, são conselhos escamoteados em julgamento e tantas vezes aquela frase: fulano não devia fazer isto, é errado, vai se dar mal. E se perguntarmos o que a pessoa pensa sobre a atitude de fulano, ela vai dizer que aceita. Claro que não podemos confundir aceitação com concordância, no entanto o que sinto é uma espécie de tentar fazer o mundo conforme nossas crenças. Aceitar é deixar o revanchismo de lado, é não sentir-se ferido porque as pessoas tem suas escolhas e que diferem largamente das nossas. É fácil de perceber quando aceitamos algo,  sentimo-nos leves, não nos acelera o coração, nem sentimos o estômago travar um nó de desgosto. Não falamos sobre isto, não pensamos tampouco, os sentimentos fluem naturalmente. Há certas coisas que aceito e há coisas que apenas respeito silenciosamente. Mas não poderia deixar de falar quando leio/escuto tantas situações em que as pessoas aceitam determinada coisa ou alguém e no entanto estão ali a julgar inconscientemente ao mesmo tempo que proferem a sua "aceitação". 
Isto porque acho que estou constantemente me questionando sobre sentimentos, sei de cor todos os meus defeitos e não fico de maneira nenhuma surpreendida quando me apontam alguns. Não fico enraivecida por isto, ao contrário, a minha raiva advém não desta óbvia constatação, mas da hipocrisia da pessoa que acha que aceita os outros como eles são.
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