segunda-feira, 9 de setembro de 2013

As novelas e o mimimi

Tenho gente estranha no meu facebook que diz que novelas estupidificam o ser. O engraçado é que são os mesmos que não perdem um jogo de futebol, que olham religiosamente os enlatados americanos e que provavelmente engoliram o Lost, sabem o falecido Lost (?) e suas teorias absurdas. Penso que ver um pouco de novela e digo um pouco e não quatro horas por dia, não faz tanto mal quanto ver todos os jogos do campeonato mineiro ou baiano, vá lá. As pessoas que com tanta facilidade se enraivecem com quem assiste novelas muitas vezes são até aquelas que devoram livros como os de Dan Brown e os do Paulo Coelho. Reclamam do alienamento que a televisão passa e não percebem que não deixam o smartphone para olhar um segundo nos olhos de quem está falando com elas. Acham o cúmulo ver o vilão sofrer ou torcer pela mocinha porque isto segue a mesma receita há anos, mas ficam igualmente alienadas por horas a fio na internet e pior: em sites de relacionamento. Se a preocupação destas pessoas é que a novela deixa pouco espaço para o debate socio-político, para a invasão da Síria, criticar o governo atual ou mesmo para a convivência familiar, ora, supresa das surpresas ela não está só. Sejam sinceras pessoas, quantas de vocês vão na internet para ler sobre algo com fundamento a fim de se enriquecer intelectualmente? Quantas não ficam implorando por vidas em Candy Crush ou passam horas no instagram e twitter? Quantas não ligam a tv para ver a bola rolar, a cerveja descer? Quantos não leem romances teen de vampiro e vão aos cinemas ver filmes em que pouco ou nada há de enredo a não ser uma sucessão de tiros e cenas de sexo? E depois a novela é que a culpada por toda esta gente burra que há em sua volta? Parece que vocês tem também alguma coisa de Zé povinho ( e de novela já agora): simplificam a realidade e a reduzem numa  luta entre o bem e o mal... 

domingo, 8 de setembro de 2013

Morceguinhos

Só eu que acho pé de recém nascidos feios? Nem penso que todos tenham cara de joelho, o meu pelo menos depois de duas horas, deixou de ter.  Mas os pés, que coisinhas mais minúsculas e estranhas. Deve ser por isto que os sapatos em miniatura são tão fofos, é a lei da compensação. Ainda bem que passa com os meses, à medida que engordam, ficam a imagem mais cuti cuti que há. 
Lembro-me de que a primeira coisa que vi do meu filho foram os pés. Bem roxos e feios. Lamentei. O Fabian tem uns pés feios como os meus e é tão bonito, achei até que estes pés não combinavam com ele. Tentei tirar fotos dos pés, não é o que os tarados por privacidade fazem? Mostram os pés dos bebês como se fossem a Monalisa que todos estão à espera e talvez seja ironia quando secretamente acham que ao vivo nem é tão bonita, nem tão grande, nem tão bem pintada assim. E provavelmente é o que pensam da foto dos pés. Parecem morceguinhos com gatanhões. Os mais experientes, que já foram pais, pensam que com o tempo passa. Os pés, ao contrário do resto, vem com fofura garantida.  

Ah o que seria da vida sem eles?

Alguém tem dúvidas do que vou dizer? O que seria da vida sem os vizinhos (de cima)? 
O primeiro contato geralmente é amistoso, um sorriso, um bom dia. Quando abro ou fecho a janela pode acontecer de vê-los a estacionar o carro ou a sair com o bebê. Não sou neurótica, caramba moramos em uma casa do século 17, seria incoerência mudar-me para cá se me importasse com alguns passos à noite. Mas nada nos preparou para a sessão espírita de ontem perto da meia noite. Estávamos vendo justamente "A Entidade", uma porcaria de filme de terror que me deixou boa parte da noite acordada, quando um barulho começou. Por Allan Kardec, esta mesa mexe-se tanto! Será dos espíritos?? Mas depois de muito arrasta arrasta e bate bate, eis que uns gemidos femininos adentraram o silêncio da noite e eu só olhava para o marido. Que espírito sofredor! Coitada! 
Não era inocência, minha gente, eu sei que andavam a foder nas nossas cabeças. Era só que a imagem daquele gordo careca e da mulher feia como um raio (loira sim, mas feia de dar dó) a fazerem sexo selvagem, era pior do que imaginar que o que se passava ali era uma sessão mediúnica. E depois o mais estranho de tudo é que fico eu com vergonha da situação. Como olho para a cara deles sem que me venha a imagem grotesca do gordo gotejando e a cama estrebuchando e?....melhor parar por aqui. Mereço isto meu Deus? Eu que sou tão boa vizinha e que faço sexo discreto para não incomodar os vizinhos? Isto deixa-me em um sério dilema: continuo a me queixar como uma velha ou faço também as minhas sessões espíritas? 

Conexões fabiônicas

Mãe, olha lá o espinho da torre! (Ponta da torre da igreja)

Mãe, uma folha de passarinho! (Pena)
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