quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Porque senhores?

Andava eu muito brava e ao mesmo tempo intrigada do porquê do hotel ali da praça andar sempre fechado. Era a quarta vez que passava e nada. Tudo fechado. No domingo à noite ao fazer um pequeno passeio, passamos por ali e eu olhei mais uma vez para assegurar-me de minha indignação. Luzes apagadas. Falei para o marido:
- Olha lá, depois reclamam da crise! Um hotel novinho ainda e fechado! Só me falta dizerem que além de fecharem tudo, também fecham hotéis aos domingos!
Marido se cospe todo de riso.
- Sim, vai ver porque não é um hotel né? "Hotel de Ville" quer dizer prefeitura! 
Grande para mim!

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Essa tal de bundalização

Passamos a imagem de que no Brasil tudo é festa, tudo é zuação. Mentira. O Brasil leva o sexo muito à sério. A sexualização das letras, das coreografias, do tal se eu te pego, a dança da bundinha, dança da garrafa e aí meu irmão, segura o tchan porque é como coçar: é só começar. 
Nas novelas as cenas quentes de nudez deixariam qualquer filme erótico da década de 80 no chinelo, na praia o fio dental impera, na tv e sites todo ano temos garota verão, quadro do pega sabonete na banheira, e há até quem faça disto carreira. Nunca ouviu falar do Miss Bumbum? E o pior ou melhor, já nem sei, é que não faltam mulheres bonitas e com gingado nesta terra. Não vejo com maus olhos a admiração ao corpo feminino, mas a bundalização da cultura brasileira já está ultrapassando minha paciência. É porque isto cria uma atmosfera insana que nos remete ao estereótipo de boazonas e putas e que desperta o interesse dos homens e a raiva das mulheres no geral. Particularmente até não desgosto da minha bunda, mas daí a ganhar a vida com ela, ou viver em função de uma bunda é demais. 
Como dizia a música "não sou freira nem sou puta", acho sinceramente que até as minhas conterrâneas andam cansadas de tanto agachamento e glúteos com caneleiras de 20 kgs. E dieta da lua, da proteína e açaí com água de coco e estar em forma 15 dias depois de parir. No Brasil vive-se o corpo intensamente, ainda mais para cima, que no Sul temos o frio que sempre dá para esconder as gordurinhas. Como o resto do país é praticamente verão o ano todo, vá de ginástica, dieta, lipos, silicones e drenagem linfática. Num país que explora exaustivamente o sexo, não podemos estar mal na fita. Num pais que se escandaliza com as celulites de uma famosa na praia, ao invés de preocupar-se com a inflação indomável, a precariedade do ensino público (exceto o superior) ou a saúde deve ser porque isto toma muito tempo. E realmente toma, que o Renatão que cobra quase cem reais a hora está esperando para mais um treino bombástico. Não disseram que fevereiro tá quase aí? Carnaval etc e tal? 
Gosto muito do meu país e às vezes fico pensando se seria possível sermos um povo alegre e ao mesmo tempo sério como os alemães. Se podíamos ser leves e ao mesmo tempo responsáveis como os ingleses. Se podíamos acompanhar com fervor os jogos do Brasil e ao mesmo tempo ir nas manifestações como os franceses. Se podíamos gostar de sexo, que não há pecado nenhum nisto, e ao mesmo tempo termos vontade de crescer, estudar e viver uma vida melhor como os holandeses. E fico divagando ao mesmo tempo que olho para mais uma  bunda com sufixo de "atriz" nos seus quinze minutos de fama. Pagu pra vocês porque "nem toda feiticeira é corcunda, nem toda brasileira é bunda":

Só queria dizer uma coisa

Não precisam olhar para mim como se eu fosse debilóide. Eu não sou. Só não falo francês. Os meus neurônios funcionam muito bem obrigada!


No meu tempo...

É de desconfiar quando as coisas começam assim. "No meu tempo" é que era bom, no meu tempo os jovens isto, as crianças aquilo. Ai ai só quem tomou banho de bacia é que era feliz, só quem sabe o cheiro de cópias mimeografadas é que sabe como era bom uma prova, só quem pulou corda, brincou de aquaplay e teve tamagoshi é que sabe como era bom ser criança. Ah façam me um favor, vão catar coquinho! Gente chata! Os tempos mudam, as crianças também, as formas de diversão e brincadeiras, idem. Gosto muito da expressão portuguesa "velhos do restelo", acho que aplica-se muito bem a estes sujeitos do "no meu tempo". Sabem eles que quando estavam no seu tempo não eram tão felizes quando os do tempo antes do deles e assim sucessivamente? Não existe tempo ideal,  antigamente também havia crianças sedentárias que preferiam brincar de casinha do que de pega-pega. E isto não é nenhum bicho de sete cabeças, e de tudo a única coisa que não concordo é com horas a fio na frente de um vídeo game, ipad etc. Fora isto, deixem as crianças que elas são certamente tão felizes quanto vocês o foram no "seu tempo".
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