Sábado passado tive um sonho logo pela manhã, o marido e o filho já estavam de pé. Estava fora do corpo e muito transtornada, sentia-me pesada, era uma aflição antiga que me fazia andar para lá e para cá. De repente comecei a sentir a tal presença. Era sutil e esmagadora tal como os meus pensamentos em círculo. Não quero ser mãe. Não quero voltar a ser mãe. Não gosto, não vê? Porque não procura outra pessoa? Desde que me lembro tenho um mantra na minha cabeça e mais do que um mantra é uma afirmação que deixa-me esquisita, num misto de medo e orgulho. Estou grávida. Uma obsessão que pairou pelos anos e sentia-me comprometida com dois espíritos a que havia de gerar seus corpos físicos nesta vida. Em sonhos eram sempre dois. Dois filhos, um casal. Eu os abandonava, era uma péssima mãe. E depois de ter o Fabian esta certeza se embruteceu, não havia hipótese de pensar em ser mãe novamente, e contudo a presença cobrava-me. Eu cobrava-me. Pois esta manhã sonhei e já farta de tudo isto resolvi ser o mais sincera possível. Chorei. Falei com alma e coração de que sou falível, sofrível até como mãe, que ganhava mais escolhendo outra pessoa, quiçá amorosa e que não faltam por aí são mulheres pedindo está dádiva de serem mães. Estava na sala, a que agora é a minha sala. Sofá branco, eu de pijama, o Fabian a gritar e o marido sentado à mesa no computador. Subitamente sinto o peito vazio, um homem negro materializou-se a minha frente sentado no sofá. Assustei-me de imediato, mas ele sorriu. Tinha um sorriso puro e uma energia que acabou por contagiar-me deixando-me serena. Trajava branco e quando falou sua voz era doce, quase paternal. Disse-me que não me preocupasse demasiado, que não viria para resgate e sim para ajudar na mudança do planeta. Disse-me que agora poucos encarnavam para isto, e que tudo tinha seu tempo e quando chegasse a hora eu saberia. Tinha milhões de perguntas, mas curiosamente elas esvaziaram-se naquele momento. Ele disse que me acompanhava e ao marido e que às vezes via mais negatividade nele do que em mim. Ainda falamos sobre a paternidade tardia e no quanto o Fernando tinha melhorado depois de ser pai novamente. Ele concordou. Nisto, o Fabian nos olha e diz mãe! Fiquei surpresa: ele nos vê? E o homem seguramente disse que sim. Perguntei-lhe o nome e ele disse que chamava-se Francisco. E eu: mas este é o seu nome atual ou gostaria de chamar-se assim? Ele sorriu e voltou a desaparecer. Logo depois, acordei. Descobri mais tarde que o nome Francisco significa "francês livre". E desde então o mantra não se ouviu mais.
sábado, 5 de outubro de 2013
sexta-feira, 4 de outubro de 2013
Da série "não acredito que perdi isto!"
Os acessórios mais desejados da semana de moda em Paris:
Pois...antes eram as melancias, hoje são as pérolas. Ser escandalosa atingiu outro nível com a Chanel.
Bolsa saco da Lanvin. Ora porque me precipitei em comprar uma de imitação de couro barata? Afinal era só dar uma customizada no saco de 20 litros do Lidl...
A moda tem uma coisa engraçada que é uma combinação esquizofrênica ser considerada fashion na passarela, e um terror se feita pelas vulgares mortais. E esta bolsa Miu Miu com um tapete de motivos chineses + um vestido psicodelicamente inspirado nos anos 20 + meias roxas= ritalina cadê você??
As botas Balmain resolveram o problema de toda mulher que é sapatear na chuva em pleno outono enquanto canta "it´s rainning man, aleluia" ops música errada: I singing in the rain. Contudo ainda há outra utilidade muito prática para quem depende de transportes públicos, nomeadamente metros/trens/trans, que é dar elegantemente umas bicadas nos pés de quem insiste em não deixar as pessoas descerem antes de entrar.
As gravatas Saint Laurent vão provocar assaltos em massa aos cintos dos maridos para as mulheres sem possibilidades para adquirir um cinto masculino metido a besta. E até acho que sentariam melhor com os furinhos todos enfileirados.
O óculos Stella McCartney conseguiu o feito de reunir em apenas um acessório dois ícones expressivos que nunca saem de moda: Hello Kitty e Jhon Lennon. Precious!
Achei ótimo esta preocupação recorrente dos estilistas em fazermos um rebusque nos paletós dos maridos e transformá-los em peças low cost. Achei muito bom este out fit para a academia, só tenho receio do casaco ficar escorregando e enroscar a barra na esteira. A propósito dos sapatos Vivienne WestWood eu até usaria, em uma parada gay ou no carnaval. Aliás todo mundo sabe que não resisto aos mary jane!
PRE PA RA
Ontem depois de falar com a professora do Fabian fomos ao médico, aqui também exigem um atestado para frequentar a academia. Ficamos uma hora e quinze minutos tentando entreter o Fabian. A secretária andava de um lado a outro e nada de fazer a minha ficha e sem ficha, sem consulta. Às tantas vi passarem três pessoas na minha frente, eu e o marido nos olhamos e fomos embora. No entanto, fiquei sabendo que posso matricular-me e entregar o tal atestado até dez dias depois de começar. E eu já estou montando uma lista com o que ouvir enquanto queimo estas gordurebas que teimam em ficar comigo. O marido ri das minhas escolhas, mas a verdade é que reconheço que não são grandes obras primas, mas o que me interessa nesta hora, são músicas que me motivem.
Em Schiltigheim não há academia de ginástica, mas há aulas de boxe que tenho vontade de me aventurar mais tarde. Esta que escolhi além de ser a mais próxima em Strasbourg, surpreendeu-me pelo preço: 29.90 euros para fazer qualquer atividade oferecida, pena mesmo é não ter natação infantil. E assim amanhã dou mais um passo rumo a minha integração neste país, pode parecer que não é nada, mas para mim qualquer coisa que me tire da zona de conforto, necessita de um grande esforço.
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