segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Yeah, mais um post sobre emigrantes!

Se tem coisa que me deixa confusa é esta mania dos emigrantes de dizerem que tudo no país onde vivem é melhor do que no seu próprio. Isto até parece um pensamento um tanto quanto infantil, pois todos os lugares tem coisas boas e más. Claro que um brasileiro que nunca saiu de sua terra e que é bombardeado em todos os programas televisivos, sites e jornais com notícias negativas, tende a acreditar que no Brasil nada presta e que no exterior é que é bom, na Europa, nos Eua, isto sim é que é viver bem. 
A mídia passa-nos a ideia de quase endeusamento, eu por exemplo, imaginava que aqui respeitava-se rigorosamente as leis de trânsito, até me policiava para não atravessar fora do local próprio e no sinal vermelho para os pedestres. Surpreendi-me porque muitas pessoas fazem o mesmo quando há uma distância segura para a travessia. Ainda estes dias vimos uma reportagem sobre Nice em que mostrava a venda de habilitações para dirigir:  afinal o "jeitinho brasileiro" se afrancesou ou não temos nós mais os direitos autorais sobre ele?  Provavelmente os delitos são em menor número, mas estamos longe do modelo que tentam nos impingir... 
É preciso  desmistificar este nosso complexo de inferioridade, como se o mundo fosse dividido entre pessoas cidadãs de primeira classe e o resto. Outra coisa que acho o "Ó" é idolatrar as merdas que se critica no seu país, mas ah porque está no estrangeiro é cool. Por exemplo, tenho uma pessoa que achava um horror e falta de civismo pixações e agora porque está na Europa, fez um álbum em que coloca a "arte das ruas". Atenção que é mesmo pixação, totalmente diferente de grafite. 
Creio que alguns destes emigrantes até sabem bem no fundo que muitas coisas estão erradas e que sua vida nem é assim tão boa, mas em nome da aparência que pretendem passar aos amigos e familiares mantém uma postura bitolada. É uma pena, porque grande parte dos brasileiros nunca saíram de seu estado natal e sequer tem uma ideia de como é o mundo lá fora. E quem sabe sentiriam-se um pouco mais "gente" se soubessem que não existe perfeição acima do Equador.

Os três anos ou a idade do toc


Não se pode pisar fora da pequena estrada de paralelepípedo no meio da calçada. Não se pode pisar nas listras brancas da faixa de segurança. Andar sempre que possível pelo meio fio ou em cima dos muros. A cueca não pode entrar no rego, o cabelo não pode encostar na testa. Juntar as coisas pelas cores, as mãos não podem ficar sujas que tem de lavar logo. E um dia não é dia se não ver pelo menos uma vez o filme da Princesa e do Sapo.

E a louca sou eu!

Já é certo que pelo menos a maioria de nós temos alguns amigos que gostam de mostrar o que não são, viver uma vida de aparências e quem não os conhece que os compre (como se diz no Brasil)! Agora com o facebook a auto propaganda atingiu outros níveis, mas se fulano faz ou deixa de fazer não me incomoda assim tanto, agora eu acho um absurdo o meu tio que deve a minha vó toda a herança (visto que ficou com a casa) que a ela pertence e diz não ter dinheiro. Pois, não tem, que inclusive coloca como status do perfil que a gerente do banco anda atrás dele, que não tem condições, que tem dívidas e tal. Mas...o filho está em uma faculdade privada cuja mensalidade ronda os 1500 reais, tem sempre as coisas mais caras, telefone, ipad, tênis de 500 reais e quando completou 18 anos ano passado, ganhou um carro. Tunizou, colocou caixas de som estrambólicas, pneus de liga leve (sei lá o que é isto), computador de bordo. Tudo isto para vendê-lo uns meses depois e comprar um gol novo. Este final de semana anunciou que iria despedir-se do carro e umas horas depois tcharám!!! Um carro toyota novinho em folha! Porra! Sabe que a louca aqui tem uma enorme vontade de perguntar de onde arrumam dinheiro para isto e porque não pagam à vó. Enquanto isto, ela está no Rio, no alto de seus 75 anos, com um joelho para ser operado e simplesmente não pode porque não tem dez mil reais para a cirurgia, cuidando da minha tia com leucemia e dos três netos, uma ainda bebê de 8 meses. Revolta-me!!
 Esta gente não tem mesmo noção de nada? A péssima educação que meus tios dão ao meu primo é lá com eles, embora tenha me valido de lição do que não fazer por minha vez. Viver a adolescência através do filho, dando-lhe sempre compensações sem haver qualquer parte de esforço seja como filho amoroso, seja como estudante dedicado, sem nunca frustá-lo, é de uma irresponsabilidade extrema. Mas é como eu penso, se os pais não educam, a vida tratará disto, agora a minha vó não. Minha vó não merece isto no fim da vida...

Como eu me sinto

...ou melhor, como me sentia tentando entrar no mar em Portugal.



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