sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Brasileiro já nasce sambando

Não é verdade. Aliás tem gente que nem de samba gosta, mas que está nos genes uma suposta facilidade para mexer os quadris, já acredito. Lembro-me a primeira vez que tentei sambar, devia ter uns cinco ou seis anos e era sofrível de ver. Depois quando estava na escola, a minha amiga mulata, cintura fina e bunda proeminente, disse-me com toda a sinceridade que eu era uma naba. Não se troca os pés assim e se faz com os cotovelos como os bonecos de Olinda. Explicou-me pacientemente o movimento cadenciado, malandro dos pés a ciscar, o bumbum a acompanhar desinibido. Acho que demorei uma semana, mas cheguei lá e depois o corpo acostuma e é só ouvir um batuque que os movimentos saem naturalmente. Por isto ao lembrar de um dia quando sentenciaram que brasileiro já nasce sambando, não pude deixar de rir com a imagem do marido a sacudir-se como uma galinha assustada. Deve ter sido os genes recessivos dos alemães ou espanhóis que por ali triunfaram.


quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Fabionices

Tentando ensinar-lhe o (pouco) que sei de francês:
- Sabe como se diz cabeça em francês?
- Cabeça.
- Tête.
- Tête...teto. - apontando para cima.
- E nariz?
- Naliz.
- Não, nez (nê).
- Nê..nê. Nenê mãe?

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Se fosse hoje era musa, ah se era!

Carol Castro: até a tatuagem foi à vida.
Sentados no sofá, o marido vai ditando os nomes das musas em sua juventude. Googlamos juntos e passeamos pelas fotos digitalizadas e que pouco tinham além de maquiagem e a farta cabeleira dos anos 70/80. Seios naturais, pneuzinhos, aquelas dobrinhas de pele que teimam em resvalar fora da roupa: estava tudo lá. Mulheres normais, claro que um tanto quanto abençoadas pela natureza, mas nenhum pouco se assemelham às deusas que a mídia faz crer que coexistem conosco, mulheres mortais. Mulheres que "matam" a academia, a dieta e ainda tem o despudor de ostentarem celulite e estrias (e peso a mais). Mulheres que cansam, que borram o rímel, tem calos ou bolhas nos pés. Mulheres que roem unhas, que acreditam que fazem tudo mal porque não conseguem seguir o regime da moda. 
Rose di Primo na esquerda, com os pneuzinhos dos lados partilhados por quase toda ala feminina.

Quando vi mais uma vez o enunciado: veja os dez segredos das Angels, estupidamente sorri, nem sei se de enjoo ou inveja. Genética, genética, passar fome, genética, genética, maquiagem, genética, photoshop, genética, dinheiro, genética. 
São aquelas a quem chamamos magras de ruim, são capazes de parir e sair desfilando da maternidade! Puff.. No entanto mesmo elas tem um grande suporte editorial, que faz com que sua cintura fiquei ainda mais fina, os seios mais empinados, as pernas tenham o ar saudável que muitas vezes não tem, o rosto fique com pele de bumbum de bebê. E às tantas pergunto-me se a perfeição pixelônica está aí porque nós mulheres somos umas eternas insatisfeitas-que-buscam-qualquer-defeitinho-em-outras-mulheres, ou porque o que é atraente mesmo que irreal vende mais. E não deixo de imaginar que este suposto ideal plastificado tem um quê daqueles fetiche por bonecas sexuais modernas.

Madonna é você? - Fora de brincadeira com o tanto que mexem no rosto ao fazerem uma mulher de mais de 50 aparentar 25 anos, querem o que? Naturalidade? Sim, podem acreditar: é de silicone, todinha! (e esqueleto de metal).

Dos dias

Tenho andado triste nestes últimos tempos. Nada me anima. Bléc, pra que acordar, mais um dia nublado e chuvoso e frio em que nada acontece?! É um nada dividido em sirenes de ambulância que passam agora de três em três horas. Bem que tento, afinal ainda tenho motivos para levantar da cama: buscar o Fabian na escola, fazer comida, limpar a casa (nem por isto...dona Neura cadê você??). E a parte que me irrita é que nem sei bem porque ando assim, então já tenho a minha casinha que tanto adoro, as minhas/nossas coisas e...suspiro...não me falta nada. Ou falta? É nostalgia ou será que estou caminhando para a lenta e dolorosa adaptação?  
Sempre imaginei que fosse uma pessoa que não se agarrava ao passado, mas isto não é verdade. O que acontece é que de fato mudar é um transtorno, esta parte de se reinventar, de (re)começar, de criar laços e voltar a sentirmo-nos em casa leva tempo. Ainda acho que Deus é um tremendo sacana, me colocou em Portugal, agora me fez subir de nível em um país em que é ainda mais difícil de fazer amizades do que o último. Enfim...um passinho de cada vez.
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