domingo, 17 de novembro de 2013

O mimimi musical

Não é novidade que o marido ri das minhas escolhas musicais e não é para menos, vou de pagode, axé, reggaeton, enfim... ao mais brega. Tenho a impressão que a dor de corno é tema que ocupe uns bons 90% das letras de quase todos os ritmos (excluindo talvez o metal que sinceramente duvido que aquilo não seja somente berros) e o que resta é algo como eu te amo demais, nosso amor é lindo, etc, etc. E sexo. Pois eu bem sei que a maior parte do que gosto não tem muito valor intelectual, não é sensível nem nada, contudo para mim a música serve para deixar-me alegre, matar as saudades ou aumentá-la depende do momento, dançar, cantar relembrando os grandes chororôs dos artistas (alô Zezé de Camargo!) e seus tons exageradamente melancólicos.  
O marido jurou-me que o rock era diferente e eu até não desgosto da coisa. Mas ai meu Deus do céu ninguém fale mal do rock! Pois venha de lá as músicas mais bonitas que eu quero prestar atenção no que falam. Tive que concordar com ele, não são apenas dor de amor, são qualquer coisa como frases desconexas que me dão a leve impressão de que quem compôs naquela hora estava vendo elefantes cor-de-rosa. 
Sinceramente acho que sou pelo povão na maior parte do meu mp3, embora guarde alguns resquícios de Lenine, Renato Russo, Toquinho, Marisa Monte, Titãs. Agora se tem coisa que me irrita é a atitude de algumas pessoas da ala da música-snob-chic que acham que são os guardiães do bom gosto musical e olham com desdém para quem não suporta a voz de Elis Regina. Mais ainda me irrita o mimimi dos novos grupos musicais que estão no anonimato por dedicarem-se a mpb, música clássica, enfim coisas que não são populares. Agora escolham meus filhos: querem ser ricos e famosos? Vão mais é cantar sertanejo ou pagode. Não querem? Então voltem para os pequenos círculos que os apreciam e barzinhos universitários e parem de sofrer por causa do Michel Teló! Boa? É que assim vocês me matam...


Para mim a melhor versão.  


sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Brasileiro já nasce sambando

Não é verdade. Aliás tem gente que nem de samba gosta, mas que está nos genes uma suposta facilidade para mexer os quadris, já acredito. Lembro-me a primeira vez que tentei sambar, devia ter uns cinco ou seis anos e era sofrível de ver. Depois quando estava na escola, a minha amiga mulata, cintura fina e bunda proeminente, disse-me com toda a sinceridade que eu era uma naba. Não se troca os pés assim e se faz com os cotovelos como os bonecos de Olinda. Explicou-me pacientemente o movimento cadenciado, malandro dos pés a ciscar, o bumbum a acompanhar desinibido. Acho que demorei uma semana, mas cheguei lá e depois o corpo acostuma e é só ouvir um batuque que os movimentos saem naturalmente. Por isto ao lembrar de um dia quando sentenciaram que brasileiro já nasce sambando, não pude deixar de rir com a imagem do marido a sacudir-se como uma galinha assustada. Deve ter sido os genes recessivos dos alemães ou espanhóis que por ali triunfaram.


quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Fabionices

Tentando ensinar-lhe o (pouco) que sei de francês:
- Sabe como se diz cabeça em francês?
- Cabeça.
- Tête.
- Tête...teto. - apontando para cima.
- E nariz?
- Naliz.
- Não, nez (nê).
- Nê..nê. Nenê mãe?

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Se fosse hoje era musa, ah se era!

Carol Castro: até a tatuagem foi à vida.
Sentados no sofá, o marido vai ditando os nomes das musas em sua juventude. Googlamos juntos e passeamos pelas fotos digitalizadas e que pouco tinham além de maquiagem e a farta cabeleira dos anos 70/80. Seios naturais, pneuzinhos, aquelas dobrinhas de pele que teimam em resvalar fora da roupa: estava tudo lá. Mulheres normais, claro que um tanto quanto abençoadas pela natureza, mas nenhum pouco se assemelham às deusas que a mídia faz crer que coexistem conosco, mulheres mortais. Mulheres que "matam" a academia, a dieta e ainda tem o despudor de ostentarem celulite e estrias (e peso a mais). Mulheres que cansam, que borram o rímel, tem calos ou bolhas nos pés. Mulheres que roem unhas, que acreditam que fazem tudo mal porque não conseguem seguir o regime da moda. 
Rose di Primo na esquerda, com os pneuzinhos dos lados partilhados por quase toda ala feminina.

Quando vi mais uma vez o enunciado: veja os dez segredos das Angels, estupidamente sorri, nem sei se de enjoo ou inveja. Genética, genética, passar fome, genética, genética, maquiagem, genética, photoshop, genética, dinheiro, genética. 
São aquelas a quem chamamos magras de ruim, são capazes de parir e sair desfilando da maternidade! Puff.. No entanto mesmo elas tem um grande suporte editorial, que faz com que sua cintura fiquei ainda mais fina, os seios mais empinados, as pernas tenham o ar saudável que muitas vezes não tem, o rosto fique com pele de bumbum de bebê. E às tantas pergunto-me se a perfeição pixelônica está aí porque nós mulheres somos umas eternas insatisfeitas-que-buscam-qualquer-defeitinho-em-outras-mulheres, ou porque o que é atraente mesmo que irreal vende mais. E não deixo de imaginar que este suposto ideal plastificado tem um quê daqueles fetiche por bonecas sexuais modernas.

Madonna é você? - Fora de brincadeira com o tanto que mexem no rosto ao fazerem uma mulher de mais de 50 aparentar 25 anos, querem o que? Naturalidade? Sim, podem acreditar: é de silicone, todinha! (e esqueleto de metal).

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