segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

A primeira vez na Alemanha

Foi na sexta. Em um cassino em Baden-Baden, foi de "graça", só vi a estrada na escuridão e pouco mais de uma feira de Natal na entrada da festa, mas fiquei tão feliz, tão feliz que quase fiz um check-in no foursquare. Ah se tem gente que faz check-in cada vez que vai na padaria porque não podia fazer a primeira vez que ia na Alemanha? Enfim, depois do ônibus nos deixar no mesmo lugar, um estacionamento perto do palais de la Musique, eu muito pão dura resolvi voltar à pé, já que os dez minutos que ia levar o taxi para nos pegar seria o tempo que levaríamos para chegar em casa. E assim foi, com o detalhe que os sapatos me matavam os dedos de tal forma que o único jeito foi fazer um cooper de saltos às duas de meia da manhã. A minha lógica dizia que quanto mais rápido chegasse em casa, mais rápido cessaria o sofrimento, embora ao correr os dedos já machucados fossem empurrados ainda mais para a frente e doessem mais. Posso dizer que por aqueles longos minutos ao menos esqueci o frio! O marido só ria de mim a correr e às tantas quase chegando na nossa esquina, vimos dois adolescentes, um deles vinha a saltar como eu, coitado, deve ter pensado que eu tinha tomado a mesma coisa que ele. Pelo menos entre mortos e feridos salvaram-se todos. Os dedos. 
Registro pré-festa estilo auto-retrato já que as fotos que o marido tirou ficaram uma merda. 

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Ser emigrante


Ser emigrante depois de um tempo deixa de ser uma condição quiçá temporária e passa a ser um estado de espírito. Andar pelas ruas que não nos conhecem à procura de rostos familiares, de traços do passado que tentamos forçosamente que se encaixem no presente. Ser emigrante é sentir-se só, desenquadrado, por mais que tenhamos amigos ao nosso redor. É andar por entre lembranças em uma constante procura de sentir-se pertencente, protegido. É aprender que lar não é somente um lugar qualquer a que fixamos morada, lar é a conexão à uma identidade em constante mutação. É sorrir quando comentários muitas vezes invejosos, vindos de quem não teve a coragem de mudar, ao ver que sim, nossa vida não é só primavera. É tentar nos convencer das coisas boas que nos prendem aqui, porque a pior coisa é viver na indecisão e arrependimento.  
Ser emigrante é talvez a forma mais rápida e eficaz para amadurecer ou envelhecer, depende de como  o encaramos. Aceitar, aprender a viver com esta condição de que não cabemos mais em nós mesmos, não cabemos mais em rótulos "brasileiro", "português", "francês"...estamos além e ao mesmo tempo, no ponto de partida. É perceber que quanto mais nos afastamos, mais nos aproximamos de nós.

Fabionices

Ao ver uma foto minha grávida:
- Ohhh, parece a mamãe!
- Não parece, é a mamãe. E com o Fabian na barriga.
- Quando que eu era beeem pequenininho?
- Sim, quando tu eras pequeno ficava na barriga da mãe.
Olhando para a pança proeminente do Fernando:
- E na do pai também né?



quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Papai Noel, anota aê!

Devo ser das poucas mulheres que se perdem com isto, mas sabes Papi noel (posso te chamar assim?), sei que não és mágico, portanto não dá para simplesmente fazer voar estes 15 quilos deste corpo, mas e porque não dar-me uma sala de ginástica só para mim? É, eu fui uma menina muito muito má, desisti da academia há um mês. Mas Noel, sabes o que é esperar o marido chegar, sair de casa, caminhar duas quadras até o ônibus, esperar 5 a 10 minutos em um frio de 1 a -2 graus (nesta altura já é noite), pegar finalmente o transporte, andar três estações e descer, caminhar quatro quadras, entrar, tirar toda a roupa, colocar a de ginástica e começar a suar e depois fazer o caminho inverso (conta com a parte que estou com os cabelos molhados porque tomo sempre dois banhos)? Sei que deves estar acostumado com o frio, já moras no Polo Norte há tanto tempo...mas eu, eu não Papi! Não nasci pra esta merda. Juro que não tenho preguiça de fazer exercício, talvez tenha sido a única pessoa que conheço que não fazia da esteira um cabide. Portanto se é para sonhar, queria este Natal uma esteira daquelas grandes, que eu possa correr sem ter medo de quebrar, uma elíptica que sou um pouco masoquista, uma plataforma vibratória, uma mini estação com pesos e supinos e alguns halteres. Vou voltar a ser uma boa menina, prometo!! 








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