Na última aula um dos meus colegas leu um texto em francês que falava justamente sobre a ostentação dos emigrantes Kosovenses quando vão passar férias em seu país de origem, o fazerem de forma espalhafatosa para verem que são todos uns bem sucedidos. Ora, já tinha ouvido falar pela boca dos próprios portugueses sobre os seus emigrantes a alugarem mercedes e virem com montes de dinheiro para as aldeias ou para povoarem um pouco mais o Algarve (como se já não estivesse explodindo de gente), até pelo filme Gaiola Dourada, meses atrás. Parece-me que a presunção não tem nacionalidade. Há um certo tipo de emigrante que simplesmente esconde-se atrás deste glamour os meses ou anos, vá lá, de vida que perdeu em subempregos, em contarem por sua vez vantagens ao invés dos tostões de sempre.
Noto que no Brasil também é comum os emigrantes quererem mostrar algo que não são e digamos...não o são porque? Porque a maioria das pessoas que emigram, mesmo tendo curso superior, acabam trabalhando em empregos de merda. E sabem que estão em empregos de merda. Pergunta se alguém trabalharia no Mc Donalds em sua cidade ou de empregada de limpeza por até dez horas ganhando uma miséria? E até acho que não é a ocupação em si que incomoda (aos outros), mas o histerismo por vender uma vida que não existe e provavelmente nunca irá. Se vão a países em que não se esforçam por aprender a língua, e aqui vejo muito disto, se não tem vontade de crescer, estudar, enfim...vão continuar em empregos de merda. E a aspirar em trinta dias, uma vida de rock star para serem invejados pelo menos uma vez ao ano.