sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

O Natal do Fabian

Todo mundo falando de festinhas de final de ano (no caso do Brasil o ano letivo termina) ou de Natal e eu aqui sentindo-me excluída: o Fabian não tem apresentações nem nada. Disse que receberam a visita do papai Noel na terça, mas voltou decepcionado porque este não trouxe o seu presente. Acalmei a frustração dizendo que somente quando todas as portinhas do calendário que comprei estivessem abertas, era o dia do papai Noel chegar. O Fabian está muito decidido que irá ganhar um "tem", pois este desejo tem vindo a aumentar à medida que vê repetidamente "O expresso polar". Mas ele também quer neve bem banquinha para ir na rua brincar como nos outros filmes sobre o Natal. Esta é a primeira vez que está realmente se dando conta do que é a festa, da árvore iluminada que apesar de ser menor que a que tínhamos, para ele não deixa de ser a mais bonita. 

Bonitinha indelicada

Às vezes até queria que o marido ganhasse no Euromilhões, só para as pessoas finalmente pensarem com razão: sim, estou com ele por causa do dinheiro.



Sério que não são um pouquinho mais criativas? Porque é um gentleman, porque é bom pai, porque fode bem?

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Porque eu leio blogs

Por isto:

Eu já falei uma vez e repito: para mim, a maior invenção da humanidade é o HD externo.

Eu tinha um computador a corda, lento, que mal ligava de tão velho e sobrecarregado, e que quando ligava passava dez minutos tentando pegar no tranco até apagar do nada (justo quando você estava prestes a clicar emenviar). Eu quase morria de ódio dele, mas não tinha coragem de chutar e quebrar na parede porque ele tinha sido o meu primeiro computador, todas as primeiras colunas que eu escrevi na vida, uns textos do meu antigo blog, fotos de quando eu não tinha máquina digital e colecionava as fotografias que meus amigos faziam das festas estavam em algum lugar daquela memória sórdida que fazia questão de apagar, puf, quando eu ia acessar o que queria... 

Um dia, num exercício de muita paciência, entre mil boots indesejados, eu consegui salvar tudo o que existia ali num HD externo. E desde então, quando preciso de alguma coisa de um passado distante, eu abro o HD externo e sou automaticamente teletransportada para cinco, seis anos atrás.

Essa semana foi meu CV em português que me fez esbarrar numa pasta chamada incoming, que logo identifiquei se tratar da gaveta onde dormiam meus primeiros MP3 que baixei com aquele programa do fantasminha. Lá dentro, as músicas que estavam no telefone que eu tinha quando vim morar em Paris.

Uma coletânea do Pearl Jam que tem tudo o que uma pessoa precisa na vida. Um CD do Nat King Cole que rodava em espiral nas minhas primeiras idas e vindas de metrô. Mas, principalmente, e é aí que eu quero chegar, o CD Segundo, da Maria Rita. Todas aquelas músicas são a trilha sonora da minha chegada a Paris. A saudade das rodas de samba, o apelo me leva que eu quero ver meu pai, o vim só dar despedida. Eu ouvia aquilo no frio que eu achava inabitável e sentia um buraco no meu peito. Um buraco que falava de um pedaço meu que tinha ficado do outro lado do oceano.

Demorei anos (literalmente) pra ver que o pedaço que faltava nunca esteve longe. Que as pessoas permanecem mesmo longe dos olhos. Que o amor que a gente recebe nunca sai da gente. Aprendi tanto sobre distância, sobre independência, sobre amor, sobre presença. E virei quem eu sempre fui, mas não sabia.

Esse ano fui num show da Maria Rita aqui em Paris (coincidências da vida) e cantei essas músicas todas, num prenúncio desse reencontro. A última canção do concerto (incrível, num circo, com um monte de amigo querido) foi Encontros e Despedidas. E ouvir aquele bando de expat, a famosa "comunidade brasileira" de que a gente de classe média finge não fazer parte para não acabar confundido com as empregadas domésticas e os pedreiros que superam no braço o choque cultural de que a gente só sente as cócegas, aquelas pessoas todas cantando juntas a música que virou brega porque era música de novela, fazendo o mesmo apelo pelas notícias do mundo de lá, me colocou uma bola de lã na garganta que permanece até hoje quando eu penso.


1001 implicâncias



Só agora notei que o último post que escrevi foi o de número mil! Uau e eu que pensei que ia abandonar este blog em três tempos. Agora, voltando à programação normal: alguém me explica porque as pessoas #abusam #tanto #das #hashtags? #E #da #nossa #paciência? Isto faz sentido no instagram, agora eu não sei se sabem, mas em sites como blogs e até no facebook fica um pouco enjoativo para não dizer abobalhado, a mensagem se perde entre tantos links e irrita tanto que a primeira coisa que eu faço é sair logo daquela foto. Agora, a cereja do bolo é fotinho com pencas de hashtags como se fosse uma árvore de natal e...caretas! Ainda vou me dar o trabalho de fazer uma enquete: porque vocês se "esculhambam" tanto? Olhos vesgos, boca torta, língua para fora, pra quê? Não estou falando de umas simples fotos bizarras, mas tem gente que há tanto tempo tira fotos assim que já nem lembro qual é a sua cara (de verdade). Vale o ditado popular: cara feia pra mim é fome! E pelo visto #temmuitagentededietaporaí.
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