quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Desejos de fim de ano (aguentem-me que hoje estou faladora)

Se houvesse feito uma resolução de ano novo seria a de parar de me comparar com os outros, ou pelo menos começar a fazê-lo somente com quem tem menos que eu. E isto se deve porque há mais ou menos dez meses minha tia descobriu que tem leucemia, mas não é uma qualquer, é das mais letais, daquelas que dão quase que maioritariamente em crianças. Já fez o tratamento que durou nove meses e tinha muita fé de que não precisasse de mais nada. No entanto se não achar um doador, é apenas uma questão de tempo e de mais tratamentos paliativos para mantê-la entre nós. A tia levou a doença por assim dizer, não o contrário, fez questão de continuar a fazer tudo o que exige uma rotina com três filhos pequenos, sendo a mais nova ainda bebê. Mas esta notícia com que não contava ou, pelo menos fingia que a médica não verbalizaria com todas as letras doloridas, a fez permanecer em silêncio. Não atendeu meus telefonemas para desejar-lhe bom ano.
 Em todas as outras vezes que liguei para saber deles, a tia optou por não falar muito sobre a doença, falávamos sobre os filhos, sobre as caduquices da minha vó que está lá "segurando as pontas", sobre o frio daqui, o calor do Rio, enfim... Nunca insisti, mas mantive-me aberta caso ela quisesse desabafar, mas não o fez e talvez agora menos ainda. Diante de casos destes, parece-me  tão mesquinho pedir qualquer  coisa que não seja mais saúde, pelo menos eu acho, até porque felicidade e paz é como diz o outro: é a gente que faz...

Mundo masculino: o (meu) marido explica

"Vocês tem que entender que quando vocês dizem que estão gordas, vocês estão gostosas. Quando vocês finalmente acham que estão gostosas, vocês estão na verdade magras demais. E só quem gosta de mulher muito magra são vocês mesmas ou os bixas. Quando vocês acham que estão gordonas, provavelmente estejam...apenas gordas (para nós)".



Ai...o que se aprende enquanto o observo a cortar cebolas...


Blogs que morreram (paz às almas dos autores)

Já ando nisto de blogs há algum tempo e neste caminho fui acompanhando uns, me apaixonando por outros, e queiramos ou não, acabamos por nos afeiçoar pelas pessoas  por trás destes e é uma pena quando vemos que já não escrevem há tempos. Isto me obriga infelizmente a tirá-los da lista aqui ao lado. Já queria perguntar isto faz horas, Claudinha, andas por aí? Chegaste bem a Portugal? Como está a vida? Vá lá, um sinal de fumaça, um email, um comentáriozinho...

Nosso ano novo a dois

Passei o dia angustiada. Acho que pelo mesmo motivo que o marido não gosta do Natal, eu não gosto do Ano Novo. Sei lá...pra começar é "novo" e tudo mundo sabe como detesto surpresas, novidades, mudanças. É como uma página em branco, com o cursor piscando e me dá aquele vazio e ao mesmo tempo um desespero de "e agora? Como vai ser?".
Depois é aquela obrigatoriedade de estar feliz, com esperança e fazer tudo como manda o figurino no que toca à superstições. Repeti o cardápio do Natal: bacalhau com natas e pudim de sorvete. Coloquei o Fabian cedo na cama e ficamos os dois a ver um filme, o último  Hobbit e, quase não nos demos conta de que era meia noite. Passei o ano de pijama, não vi fogos porque aqui não tem, imagino que em Strasbourg tenha havido qualquer coisa. Para nós foi apenas barulhos e mais barulhos e bombinhas e mais nada. Brindamos o nosso amor, a nossa casa, o nosso reencontro. Não teve promessas, nem pulinhos, apenas nós os dois. E no fim das contas acho que até  foi bom.
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