sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Quando é que vou me convencer

Quando é que vou me convencer que moro mesmo em uma cidade de interior que é simplesmente colada à capital? São apenas cinco minutos à pé daqui de casa até Strasbourg e no entanto Schiltigheim tem uma vida pacata (e sem graça) de uma vila pequenina. Hoje o marido foi reencaminhar uns papéis na Mairie, uma espécie de prefeitura-conservatória, para que possamos receber o nosso cartão para podermos consultar no sistema de saúde francês. Lembrou-se de ir por volta do meio dia, pois sabia que eles na sexta fechavam às 12:45. Chegou lá e os dois guichês estavam fechados e no canto havia uma senhora já ocupada em arrumar seus pertences e rapar fora. O marido dirigiu-se para ela que rapidamente balançava a cabeça "non, non non non", já estava de saída. Isto que ele só queria uma informação: non non non. Os outros funcionários haviam ido a Strasbourg já que aquela hora não tinham ninguém para atender e ela não estava para ficar presa até o fim do expediente que curiosamente acabava dali a 45 minutos. Já é uma moleza sair todas as sextas antes da uma da tarde, imagina decidir por si mesmos que não precisam de estar ali! É...e eu que achava que os franceses eram aqueles que sabiam dos seus direitos, mas principalmente dos seus deveres. Ou isto será coisa de cidade de interior (que não é na verdade)?

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Nem tudo é maravilha

É nestas horas que agradeço por não ser necessário trabalhar. A professora do Fabian depositou um aviso no alto da porta dizendo que ia faltar na terça (quarta a escola já não abre), quinta e sexta. O problema é que uma outra professora também ia faltar na terça, não sei se nos outros dias e a prefeitura só liberou uma professora substituta. Como a auxiliar não está apta a ficar sozinha com a turma, não há aulas. Imagina, praticamente uma semana com o Fabian em casa. Se tivesse trabalhando o que faria com ele? E a minha sorte é que o marido tirou esta semana de férias senão eu teria de faltar a minha aula de francês.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

E cada vez mais...


E cada vez mais acho que mais vale mil ateus de bom coração do que um crente destes que por sinal anda muito ocupado com a vida dos outros.


A imbecilidade virtual

Há uns tempos atrás escrevi um post em que dizia que não acho graça em ter gêmeos, é uma opinião pessoal, ainda por cima escrita em um sentido desabafo/com pitada de humor em um momento que a pouco havia limpado dois litros de amaciante que meu filho tinha derramado na cozinha. Até aí tudo bem, nada de polêmico, nem de xingamentos...até que alguma alma muito astuta teve a ideia de publicar em todos os grupos de mães de gêmeos do Facebook. Deve ser uma pessoa com a vida muito preenchida que pensou: e se colocasse lenha na fogueira? Imagino o ar de triunfo da pobre criatura com a tocha na mão: vejam, vejam o que ela pensa de nós!! E como se a minha opinião tivesse grande peso para a vida destas frequentadoras, foram comentários e mais comentários de gente triste, infeliz e de mal com a vida. Só destaco uma menina que apesar de não ter concordado, foi muito educada e não merece estar no mesmo bolo que as outras.
Nunca em tantos anos de blog tive tantas visitas diárias. Isto poderia ser o sonho de qualquer blogger, mas não é o meu. Principalmente de mães neuróticas e muito religiosas todas elas crentes no bom Deus que não me "deixou" engravidar de gêmeos por pena das criancinhas. 
Como ia dizendo, em todo esse tempo de blog é a primeira vez que necessitei desativar comentários anônimos e a também a primeira vez que recebo verdadeiras pérolas por email, pérolas que me fazem lembrar o quanto é bom ter um espaço pequenino, na penumbra como era o meu. 
Estas pessoas não entendem que A: este espaço é meu e aqui exerço o meu direito de opinião. B: os comentários discordantes serão publicados desde que sejam educados. C: o post foi feito neste contexto e aqui, e não com o objetivo de "entrar" no espaço virtual das mesmas. Quem o fez e deu-me este protagonismo foi uma delas e não eu. D: é o que muita gente pensa, não sou só eu. E muito provavelmente já tenham ouvido de gente na rua e até na própria família. Mas EU não tenho nada a ver com isto. EU nunca falei para ninguém na rua o que penso, como disse não é do meu feitio. Agora falar disto no MEU espaço é completamente diferente. 
Agora vamos ao lado maternal. Quantas das que vieram me acusar de ser uma péssima mãe ficaram em casa com os seus filhos e acompanharam o seu crescimento? Ou melhor, quantas não colocaram em uma creche aos 5 meses e voltaram louquinhas para trabalhar porque já não aguentavam mais ouvir choro de criança? Quantas abstiveram-se de sair a barzinhos, de ir no cinema por meses? Quantas deixam o(s) seu(s) filho(s) com qualquer um? Como me disse uma do "beijão": quantas deixam os seus filhos para ir em um baile funk?  Quantas sentam no chão para brincar com seus filhos? Quantas leem para eles, levam na pracinha ao invés de colocar desenhos na tv? Quantas não ficam horas no facebook? Armam-se em defensoras da moral e bons costumes da maternidade e vai se a ver tem muito tempo para andar em polêmicas a procurar cabelo em ovo. 
E por último: porque o que eu penso (que não sou nada delas, nem as conheço benza Deus!) tem tanta importância? Isto tomou proporções tão ridículas que só leva-me a pensar que: ou tem qualquer tipo de frustração recalcada e aquilo bateu fundo ou é uma tremenda falta do que fazer. Já que quem é feliz com sua vida e com o que Deus lhe deu não tem a menor necessidade de se revoltar por uma coisa tão pequena. Ou tem?
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