- Mãe, dexa eu ti ixplicá. - dois traços se formaram na folha branca cheia de efes - Viu?
- Que letra é esta? Um haga?
- Nãooo mãe, é um uísque! Um uísque*!
*letra X em francês = iks
sexta-feira, 9 de maio de 2014
quarta-feira, 7 de maio de 2014
Sem comparação
Eu já não sou amante de uma alimentação balanceada, frutas, legumes e etc, mas...se comer o que não me diz muito é ruim, imagina comer alimentos sem sabor! Se há coisas que na França são muito melhores, o mesmo não pode-se dizer das frutas (inclusive as teoricamente biológicas). Saudade das maçãs suculentas, da banana doce e do melão que desmancha-se na boca...
segunda-feira, 5 de maio de 2014
Fobia
Ela apertou o passo querendo de alguma forma fugir de sua sombra. Mas esta a espreitava em cada janela encostada ao chão. A cidade possuía olhos por baixo das casas e prédios antigos...eram verdadeiros buracos negros úmidos, empoeirados e cheirando a mofo. Quando passava sentia-os bafejar-lhe algo, mas sua voz evaporava mal tocava a claridade. Seus olhos escorregavam para eles como meninos assustados e curiosos que tocam a campainha para esconderem-se depois. Que pensavam e o que queriam, roubar-lhe a alma ou carregar isto e corpo e gritos chão a dentro? De qualquer forma ela cuidava: sua sombra não podia jamais encostar nas janelas. Mas eles continuavam a observar por cada esquina, e cada rua, os porões de concreto, cavernas modernas (ou nem tanto) cheias de lixo, de bicho e de escuro. Ela apertava o passo sempre que a cidade ameaçava engoli-la. E ela pensava que morrer de medo
Santa hipocrisia, Batman!
A primeira vez que li isto me deu uma vontade louca de rir. De nervoso, claro. A filha da Monique Evans (eterna musa dos anos 80), a Bárbara Evans, que faz o tipo modelo-loira-sem-sal, postou uma foto maaaagra de morrer com o dizer "que todas as meninas tem que se aceitar como são". O detalhe é que no mesmo dia saiu uma reportagem no site da Globo onde ela contava sobre uma dieta que a tinha feito perder 9 quilos em um mês. Isto mesmo: 9 quilos. A filha do Ozzy Osbourne, a Kelly, que eu acompanhava no início dos anos 2000 com seu estilo patricinha do punk, bermudas pretas e cabelo rosa, cantando Madonna: papa don't preach,(...) I'm gonna keep my baby. Esta mesmo. Que vivia ridicularizando as moças oxigenadas e magras, as Barbies americanas devidamente padronizadas do mundo pop e arredores, eis que muda de cidade, de amizades e de estilo, terminando por ser justamente...uma moça oxigenada e magra (dentro das possibilidades de seu corpo).
Eu acho lindo esta bandeira de aceitação que algumas defendem. Só acho difícil de acreditar. Porque o que a mídia e todos os seus representantes famosos (sejam eles ao mesmo tempo passivos e ativos no quesito padrão de beleza) fazem, é nos empurrar um conceito restrito do que é belo. E depois de encher a cara da Julia Roberts com photoshop, encher todos os buraquinhos de celulite da Juliana Paes na praia ou encher-se de sucos detox, nos passam a mão na cabeça. Veja bem, não faz mal que você não seja perfeita, não faz mal que você se entupa de creme adelgaçante e entre em desespero porque não há o seu número naquela calça jeans maravilhosa. Mas continue tentando! É isto que o sistema faz. Nos enlouquece, nos coloca um patamar impossível de satisfação e nos devolve um falso estandarte de aceitação, tão falso quanto o último discurso da Beyoncé. Que não estava magra o bastante e resolveu fazer mais uma dieta mirabolante da vez, mas ó, isto sou eu viu, gente? Vocês, ah vocês tem que se aceitar. E diz isto como se ela não tivesse responsabilidade nenhuma em quebrar este pensamento, como se ao submeter-se ao perder mais peso não influísse no resto. Não, eu não sou contra o emagrecimento para sentir-se bem, mas até que ponto é sentir-me bem comigo e até que ponto é querer alcançar um status de plena aceitação social? Se a Beyoncé acha que ela tem de se submeter a constantes dietas detox para aprovação do público, que louco seria se deixasse ficar suas curvas onde estão e que o público por sua vez não exigisse nem de si nem dos famosos tamanha perfeição. É como eu digo, é uma via de mão dupla, que é extremamente cruel com quem tenta cruzá-la na contramão, mas a estes, meu sincero obrigada. Enquanto isto, vamos ver as pseudo-libertárias da opressão da beleza fazerem discursos ocos até um dia em que vencerem a queda de braço com a balança.
Ah sim, esqueci de dizer que a imagem que ela postou do alto de sua aceitação à base de proteínas e drenagem linfática e carboxiterápica, foi esta. |
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Kelly em um momento antes e depois. |
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