E é assim incontáveis vezes no dia. Mããe. Ô mããe. Manhê! Olha, olha, olha o cófaço*! Vou olhar a coisa espetacular e é um pulo seguido de um despencar sobre o sofá. Ou um gesto a bagunçar o cabelo. Ou uma empinada discreta no patinete. Quando estamos eu e o marido então é uma guerra. Intromete-se quando falamos para olharmos qualquer coisa que ele está fazendo neste momento. Eu já me peguei gritando para o Fernando: olha de uma vez porque aí ele pára!! E de fato isto apazigua o pequeno por instantes até inventar uma nova dança ou coisa do tipo.
Já vi pais falando mal da adolescência, do quanto o filho não quer saber de ninguém, que chega em casa e se tranca no quarto e só sai de lá para comer. No quanto sentem-se tristes porque os filhos não os acompanham nos programas de antes e que agora tem tempo só para o casal, tempo demais. Escuto com toda a atenção possível e tento simpatizar com a dor deles, mas tudo o que penso é que esta fase ermitã parece o céu depois da overdose de interação na primeira infância.
Vá, me dêem um desconto que estou há três dias com o Fabian em casa, faz frio e chove sem parar.
*o que eu faço